Assim
como o Canadá que proibiu investidores estrangeiros de comprar propriedades no
país, também as Ilhas Baleares pretendem seguir a mesma ideologia e permitir
que apenas os residentes possam investir.
Esta
política, que tenciona evitar que a compra e venda de propriedades se torne um
negócio, inspirou as ilhas espanholas, uma vez que os preços em Maiorca,
Menorca e Ibiza obrigam a população local a sair das cidades que acabam por
ficar com casas vazias.
No
Canadá a proibição é agora de dois anos para a compra de propriedades por
não-residentes, com exceções para imigrantes e residentes legais. “Devemos
seguir o exemplo do Canadá”, comentou o vice-presidente das Baleares Juan Pedro
Yllanes ao pedir ao governo espanhol para pressionar a União Europeia a
permitir que esta lei seja imposta.
Também
a presidente das Baleares Francina Armengol concordou com a sugestão
justificando que “os preços praticados são impossíveis de suportar para os
cidadãos das ilhas”, avança o jornal The Guardian.
Embora
Yllanes tenha admitido que uma proibição entraria em conflito com o princípio
europeu da livre circulação, deu o exemplo dos Alpes austríacos, onde a União
Europeia (UE) reconheceu áreas de significado cultural ou beleza natural que
são protegidas de “pressões externas excessivas”.
Nas
Ilhas Aland, na Finlândia, existem igualmente limites quanto à compra de
segundas casas. Outro exemplo, é a Croácia, onde os cidadãos da UE devem ser
residentes durante, pelo menos, 10 anos antes de poderem comprar terrenos
agrícolas.
O
governo das Ilhas Baleares pretende também que Madrid reduza os preços das
casas declarando esta uma “zona de stress”, definida como um local onde o preço
de arrendamento ou o custo de uma hipoteca excede 30% do rendimento médio
local.
Os
preços dos imóveis nas ilhas não só se mantiveram durante a crise financeira de
2008 como durante e depois da pandemia, com casas em Maiorca e Formentera entre
as mais caras em Espanha.
Os
valores, tão elevados que muitas vezes são apenas acessíveis para estrangeiros,
variam consoante a popularidade da região. A aldeia de Deià, no oeste de
Maiorca, que faz parte da Serra de Tramuntana, património mundial da Unesco, é
um dos locais favoritos do povo britânico desde que o poeta Robert Graves
construiu lá a sua casa no final da década de 1920.
Deià
é considerado o segundo local mais caro para adquirir uma propriedade em
Espanha, com um metro quadrado a valer aproximadamente 6091 euros. Para além de
estar entre as mais caras, as compras de propriedades estrangeiras nas Ilhas
Baleares excedem largamente o resto do país. De acordo com o gabinete nacional
de estatísticas, 38,95% das compras feitas nas Baleares em 2022 foram por parte
de estrangeiros, em comparação com uma média nacional de 12,61%.
Das
700 casas de Deià, 200 estão vazias, sendo que 37% do total de propriedades da
aldeia pertence a estrangeiros e 23% a britânicos, registando-se duas vezes
mais apartamentos turísticos do que alugados. Apesar de a autoridade local ter
duplicado o imposto municipal sobre as propriedades vazias, é pouco provável
que esta medida tenha grande impacto nos proprietários.
A comercialização de casas e investimentos apenas por estrangeiros levou a queixas também de hoteleiros e restauradores, dado que as rendas demasiado altas aumentam a dificuldade em conseguir trabalhadores do continente. In “MultiNews Sapo” – Portugal com “The Guardian”
Sem comentários:
Enviar um comentário