Um total de 19 pinturas em seda e papel que recriam influências orientais a partir de uma visão contemporânea estarão patentes nas paredes da galeria da Fundação Rui Cunha até dia 28 de Janeiro. Segundo a artista, os “conceitos de design contraditórios sempre foram uma fonte de inspiração para as suas criações”. Ao Ponto Final, confessou-se “nervosa” por mais uma exposição apesar de andar há muitos anos nestas andanças artísticas
A
pintora chinesa Natalie Lao, radicada em Macau há mais de 40 anos, inaugurou a
exposição de pintura “A Simplicidade na Era da Exuberância” [The Pure in Golden
Age] na galeria da Fundação Rui Cunha, onde reúne 19 pinturas em seda e papel,
todas produzidas em 2022, que recriam influências orientais a partir de uma
visão contemporânea. De acordo com palavras da artista, os “conceitos de design
contraditórios sempre foram uma fonte de inspiração para as suas criações”.
A
artista, que se apresenta pela segunda vez numa exposição individual apesar de
já ter participado em diversas colectivas, confessou ao Ponto Final que, apesar
de não ser uma estreia, estes momentos deixam-na sempre “nervosa”. Natalie
pretende agora vender o maior número possível de obras que vão desde as 3500 às
42 mil patacas, conforme constatámos na folha de sala disponível durante a
cerimónia de inauguração.
Natalie
Lao “utiliza diferentes elementos de imagem nas suas obras para expressar
opiniões sobre a impermanência e a mudança das coisas no mundo, advertindo-se a
si mesma para não ser obstinada e persistente”, revela a sinopse do projecto
que estará patente até dia 28 de Janeiro.
A
artista explica ainda ao nosso jornal que a pincelada fina usada na sua arte
“imita o padrão dos lenços de seda e aplica-os na sua obra”. Já “a sobreposição
visual de dois elementos faz com que as pessoas entendam a relação primária e
secundária da pintura. Pensando e transmitindo as ideias com perfeição”.
Natalie
Lao usa uma espécie de “alucinações visuais” para despertar as pessoas para uma
discussão sobre a verdade e a falsidade do que vêem. “Cortinas e tecidos de
seda podem desempenhar um papel na cobertura de objectos. Quando ela usa esses
símbolos de imagem nas suas obras, é também para expressar a relação
contraditória do que vai no seu coração, espera que os outros a leiam e
entendam, ao mesmo tempo que teme o impacto de ser notada”, pode ainda ler-se
na mesma sinopse.
Natural
de Heshan, no sul da província de Guangdong, Natalie Lao formou-se em 2016 na
Escola Superior de Belas Artes da Universidade Politécnica de Macau (UPM),
completando o programa de licenciatura em Artes Visuais (com especialização em
pintura chinesa). Em 2017 avançou para o curso de formação avançada da Academia
de Belas Artes de Cantão, em pintura de flores e pássaros. Actualmente, a
artista é vice-presidente e directora executiva da Macau Yiyuan Painting and
Calligraphy Association, e, igualmente, vice-presidente da Hao Jiang Printing
Society. Gonçalo Pinheiro – Macau in “Ponto Final”
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