Neste
dia 10, a Alta-Comissária para as Migrações disse no Parlamento que há 1332
timorenses em Portugal sinalizados como estando em “extrema vulnerabilidade”, no
seguimento do que disse ser “uma nova vaga” de imigração.
“Alterou-se
o padrão [da emigração de Timor-Leste para Portugal], levando a que desde julho
começassem a ser sinalizadas e identificadas situações de extrema
vulnerabilidade, em grande medida associadas à ausência de condições adequadas
de alojamento”, disse Sónia Pereira, na intervenção inicial durante a audição
da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, que decorreu em
Lisboa.
A
responsável referiu que “até agora, e tendo como base os dados de 06 de
janeiro, estão referenciados 1332 cidadãos nestas condições de extrema
vulnerabilidade que obrigaram a uma atuação muito rápida das autoridades”,
notando que existe uma “nova vaga” de emigração de timorenses para Portugal,
não só para Lisboa, mas também para Beja e nas zonas oeste e centro do país.
“Há
uma situação de extrema precariedade perante a vulnerabilidade das condições do
mercado de trabalho, havendo várias pessoas que não assinaram contrato de
trabalho, há venda de ‘pacotes’ em Timor-Leste que incluem viagem, trabalho e
alojamento em Portugal em situações em que a informação prestada lá não se veio
depois a verificar cá”, acrescentou.
De
acordo com os números avançados pela alta-comissária, há cerca de 500
timorenses a quem foi garantido alojamento coletivo e 232 pessoas têm ofertas
de trabalho do ACM que incluem, na maior parte dos casos, alojamento.
A
falta de trabalho em Timor-Leste está a provocar um êxodo de trabalhadores
jovens, com Portugal a tornar-se um dos principais destinos, com muitos a
aproveitarem-se de condições de entrada mais fáceis do que outros países.
Uma
procura que está a levar ao aparecimento de agências e de anúncios a tentar
enganar jovens timorenses, a quem são cobradas quantias avultadas com a
promessa de trabalho ou vistos.
Muitos
timorenses acabam por ser enganados, sendo depois deixados praticamente ao
abandono nos países de acolhimento, incluindo Portugal. As situações mais
dramáticas vivem-se em Lisboa e em Serpa, com muitos timorenses na rua e outros
a viver em grupo em instalações temporárias.
As
famílias acabam igualmente por ficar com pesadas dívidas às costas, com
empréstimos ilegais concedidos com juros elevadíssimos.
O
conjunto de audições da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais
prosseguem com a audição do diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras, Fernando Silva, e do chefe de missão da Organização Internacional
para as Migrações Portugal, Vasco Malta. In “Mundo
Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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