Mostrar a Macau antiga, mesclada com lugares do presente, é o mote da mostra de fotografia “O que foi não volta a ser”, do fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro. Depois da exposição inaugural na Fundação Rui Cunha, as imagens regressam à galeria Hold On to Hope, na antiga leprosaria de Ka-Hó a convite da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau
“O
que foi não volta a ser…”, exposição de fotografia de Gonçalo Lobo Pinheiro,
poderá ser vista novamente na galeria Hold On to Hope, nas casas amarelas da
antiga leprosaria de Ka-Hó, a convite da Associação de Reabilitação dos
Toxicodependentes de Macau (ARTM), entre os dias 5 e 26 de Fevereiro.
A inauguração acontece dia 5 de Fevereiro às 16h. De frisar que 50 por cento da
venda das fotografias reverte para a ARTM.
Esta
exposição resulta de um trabalho desenvolvido pelo jornalista e fotojornalista
durante mais de um ano, em que se estabelece um contraste entre o passado de várias
zonas icónicas de Macau e o presente. Em cada imagem, surge uma fotografia
antiga da mesma zona fotografada, podendo ver-se as alterações que o tempo e as
transformações sócio-económicas ocorridas no território provocaram em cada
local. Além da mostra, foi também editado um livro com o mesmo nome.
O
autor pretende, com este projecto mostrar as mudanças sofridas por Macau nos
últimos 50 anos. Esta exposição, conforme disse Gonçalo Lobo Pinheiro, aquando
da primeira inauguração na Fundação Rui Cunha, no final do ano passado,
representa “um encontro entre o passado e o presente”.
Sobre
o regresso da mostra, Gonçalo Lobo Pinheiro disse ao HM que sempre teve o
objectivo de tornar esta exposição itinerante, além de abraçar um projecto
solidário.
“Não
vai ser possível colocar toda a exposição em Ka-Hó porque as molduras são muito
grandes, mas uma grande parte estará exposta. É com muito orgulho que, uma vez
mais, me junto à ARTM com um carácter solidário. O meu livro também estará à
venda no local.” O fotojornalista adiantou ainda que está na fase de negociação
para levar a mostra a Hong Kong e Portugal.
Uma adaptação
“A
ideia, que não é pioneira no mundo, acaba por ser em Macau. E o entusiasmo
começou por aí. Durante pouco mais de um ano fui recolhendo imagens antigas do
território, captadas entre os anos de 1930 e 1990, a preto e branco, com
diferentes formatos. Adquiri em leilões, na Internet, a particulares, em lojas
e até em Portugal”, explicou.
O
fotojornalista diz ter sido “ambicioso nos primeiros meses de execução do
projecto”. “Idealizei um trabalho final que contemplasse, pelo menos, 100
fotografias. Não consegui, assumo. Ou melhor. Consegui ter em minha posse cerca
de 100 imagens, mas, dessas, apenas optei por editar e publicar 40, expondo
20”. E o autor explica que, se há cenários que ainda são reconhecíveis, outros
simplesmente já não existem. “Tudo mudou. Por isso, na maioria dos casos, o que
foi não volta a ser…”.
Gonçalo
Lobo Pinheiro é um fotojornalista português, nascido a 4 de Abril de 1979 e
radicado em Macau há mais de 12 anos. Começou por estudar Engenharia Geológica,
mas formou-se em Ciências da Comunicação, variante Jornalismo, na Universidade
Autónoma de Lisboa. Passou por várias publicações portuguesas e estrangeiras
como colaborador, incluindo A Bola, o I, o Público, Correio da Manhã, O
Comércio do Porto, Expresso, Washington Post, BBC, The Guardian, entre outros.
Em Macau ingressou no jornal Hoje Macau, onde trabalhou como redactor,
fotojornalista e editor entre 2010 e 2014. Vencedor de vários prémios ao longo
da sua carreira, publicou também diversos livros de fotografia. Actualmente faz
parte da redacção do jornal Ponto Final e tem uma colaboração com a agência
noticiosa portuguesa Lusa. Andreia Silva – Macau in “Hoje
Macau”
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