Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 31 de agosto de 2025

Países Baixos - Evento celebra ligação de Jan Slauerhoff a Portugal

A cidade de Leeuwarden, nos Países Baixos, vai receber a 7 de setembro um mini-festival dedicado ao poeta neerlandês Jan Slauerhoff (1898-1936) e à sua forte ligação a Portugal. O evento terá lugar na Biblioteca dBieb, entre as 13h30 e as 17h00 (hora local), e promete uma tarde de literatura, música e sabores portugueses

O programa inclui uma palestra do Dr. Arie Pos, especialista na obra de Slauerhoff, centrada no “mundo português” do poeta, leituras conduzidas pelo artista Simon Mulder e um momento musical com a fadista Maria de Fátima, radicada nos Países Baixos desde 1981 e reconhecida pela divulgação do fado na Europa.

A fadista foi condecorada em 2016 com a Ordem do Infante D. Henrique, atribuída pelo Presidente da República, em reconhecimento pelo seu papel na difusão do fado e da cultura portuguesa além-fronteiras, com especial destaque nos Países Baixos, na Bélgica e na Alemanha.

A iniciativa contará ainda com a presença da Embaixadora de Portugal junto dos Países Baixos, Clara Nunes dos Santos, e haverá uma mostra de petiscos portugueses, evocando assim não só a dimensão literária como também a dimensão cultural do encontro.

Jan Slauerhoff, que exerceu como médico de navio, destacou-se pela sua obra marcada pelo espírito viajante e pela paixão pela cultura portuguesa e mediterrânica, sentindo-se muitas vezes mais em casa em Lisboa do que no seu próprio país.

Encontre aqui mais informações e bilhetes (9 euros) para o evento. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


Timor-Leste - Festival Literário desafia o país a transformar-se através da leitura

O Movimento LETRAS acredita que Timor-Leste enfrenta uma “crise silenciosa” de leitura que ameaça o pensamento crítico e o futuro do país. O grupo aposta num festival literário para transformar hábitos e desafiar o Estado a encarar a literacia como prioridade nacional. Estudantes, professores e ativistas denunciam o desinteresse pela leitura e a falta de políticas públicas eficazes


“O Estado torna-se frágil quando os cidadãos são fracos.” É o alerta lançado pelo Movimento LETRAS, que em setembro organiza a terceira edição do Festival Literário sob o tema “Ler para a Transformação Social”. O evento, gratuito e aberto a toda a comunidade, terá lugar entre 6 e 8 de setembro de 2025 na Fundação Oriente, em Díli, e assinalará o Dia Internacional da Literacia.

Apesar de uma parte significativa da população timorense saber ler e escrever, o LETRAS considera que o hábito da leitura em Timor-Leste está numa situação “profundamente preocupante”, sobretudo entre a comunidade académica. Esta fragilidade, sublinha o movimento, afeta diretamente a capacidade crítica das pessoas de analisar textos, refletir sobre os acontecimentos e tomar decisões conscientes no dia a dia.

A docente de Didática da Literatura da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), Maria da Cunha, confirma a tendência. Para a professora, o problema não é a falta de recursos, mas a ausência de uma verdadeira cultura de leitura. “Concordo com a avaliação de que a comunidade académica lê pouco. Isso é algo que observo e experiencio diariamente com os meus próprios alunos”, afirmou.

Apesar de propor leituras e trabalhos, poucos alunos cumprem as tarefas. “Entre dez estudantes, às vezes, apenas um ou dois leem os textos. Os restantes não mostram progressos”, lamentou a docente, acrescentando que o uso excessivo das tecnologias e dos telemóveis é uma das principais razões do desinteresse. “Hoje, até crianças andam com o telemóvel na mão. Os jovens preferem estar online a ler”, criticou.

A docente sublinhou que as bibliotecas estão acessíveis e muitos textos são distribuídos em formato digital, mas, mesmo com estas facilidades, o desinteresse persiste. Segundo a professora, a falta de leitura afeta diretamente o desenvolvimento do pensamento crítico, o enriquecimento do vocabulário e o domínio da língua. “O contacto com o professor não é suficiente para adquirir conhecimentos profundos nas áreas filosófica, científica, pedagógica, literária, social e cultural”, explicou.

Maria da Cunha defende que os alunos devem assumir responsabilidade pelo seu próprio percurso académico. “Nas universidades, o encontro com o professor representa apenas 25%. Os outros 75% dependem do esforço individual do aluno. Infelizmente, os nossos estudantes ainda não têm essa mentalidade voltada para a leitura”, afirmou.

A docente recordou ainda as dificuldades do seu tempo de estudante, quando os recursos eram muito mais limitados. “Não tínhamos telemóveis nem energia elétrica como agora. Usávamos petromax para estudar, mas, mesmo assim, tínhamos de ler”, lembrou.

Para inverter este cenário, sugere iniciativas práticas dentro e fora das universidades, como prémios literários, oficinas de escrita, tertúlias e atividades que estimulem o gosto pela leitura. “A promoção da leitura deve envolver todas as áreas do conhecimento, porque a literatura é essencial para o desenvolvimento do pensamento crítico e da identidade cultural de um país”, concluiu.

Segundo o Censo de 2022, 72,4% da população timorense com 10 anos ou mais sabe ler e escrever, o que representa um progresso em relação a 2015, quando a taxa era de 67,3%.

Apesar da melhoria, os dados revelam fortes desigualdades entre género, faixas etárias e regiões. Os homens continuam a apresentar níveis mais elevados de alfabetização (74,7%) do que as mulheres (70,0%).

Entre os jovens com menos de 25 anos, a taxa varia entre 85% e 90%. Já na população com mais de 30 anos, os níveis descem drasticamente. Entre as mulheres com idades entre 60 e 65 anos, apenas 21,0% sabem ler e escrever, contra 45,2% dos homens da mesma faixa etária.

Em termos regionais, Díli lidera com 89,6% da população alfabetizada, seguido de Manufahi com 75,8%. Oé-Cusse, por sua vez, regista os números mais baixos, com apenas 56,7% de alfabetização entre pessoas com 10 ou mais anos.

O organizador e gerente do programa, Basílio Sanches Sávio, afirmou que o festival pretende mobilizar a sociedade para refletir sobre a importância da leitura, promovendo-a como base de uma cidadania crítica e informada.

Segundo o responsável, a iniciativa surge como resposta ao panorama frágil da cultura de leitura no país, ainda longe de estar enraizada. “A influência da globalização tem reduzido a consciência crítica dos cidadãos, afastando-os do hábito de ler livros com atenção e profundidade”, afirmou.

“O nosso compromisso é promover a leitura como um direito e um dever cívico fundamental”, acrescentou. A programação será diversificada: debates temáticos sobre feminismo, política, economia, arte e literatura de resistência; sessões com autores nacionais e internacionais; seminários de escrita criativa; oficinas de colagens e produção de zines; e uma feira do livro com participação de bibliotecas, livrarias e movimentos literários do país.

Para as crianças, haverá a hora do conto e atividades artísticas, enquanto a vertente cultural trará exposições, pintura ao vivo, poesia, música e teatro.

“O festival não é apenas uma celebração da literatura, mas também um espaço para valorizar a arte como ferramenta de construção social e intelectual”, destacou Basílio. Queremos reforçar o papel da literacia como base de uma sociedade mais crítica, justa e participativa”, concluiu.

O evento está a gerar grande expetativa entre jovens e estudantes, que o veem como um espaço de partilha e reflexão crítica.

Heger Robinson, de 22 anos, participa regularmente nas atividades do grupo e sublinha a importância do evento. “Se conseguir participar, será a minha primeira experiência. Vai ser um espaço de diálogo para os jovens e vai aumentar o interesse e a paixão pela literatura”, disse.

Para Robinson, a leitura é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento pessoal e social. “O conhecimento que adquirimos através da leitura deve ser aplicado no quotidiano, para nos tornarmos cidadãos críticos e ativos na sociedade”, acrescentou.

Também Alcinda Menezes Martins, de 22 anos, estudante do Departamento de Gestão da UNTL, mostrou entusiasmo. “Quero ganhar experiência e aprender com os conhecimentos que os escritores vão partilhar. Espero que as atividades sirvam de motivação para nós, estudantes, dedicarmos mais tempo à leitura”, afirmou.

Alcinda reconheceu, contudo, os desafios no acesso aos livros. Segundo a estudante, uma das maiores barreiras é a escassez de títulos nas bibliotecas universitárias. “Muitas vezes, os livros que precisamos não estão disponíveis e temos de recorrer ao Google”, explicou.

Outro entrave é o preço elevado dos livros em Díli. “Gostaríamos de comprar para apoiar os nossos estudos, mas os preços variam entre 10 e 15 dólares. Muitos de nós não temos capacidade financeira”, lamentou.

Apesar disso, Alcinda defende a importância da leitura. “Ler ajuda-nos a formar pensamento crítico e a tomar consciência da realidade social em que vivemos. É essencial para construirmos um futuro melhor”, concluiu.

O Movimento LETRAS defende que uma sociedade com uma forte cultura de leitura e altos níveis de literacia é essencial para a construção de uma nação desenvolvida, próspera, justa e democrática. “Não basta apenas ler; é preciso compreender o que se lê e transformar essa compreensão em ação social, promovendo os valores da humanidade e dos direitos humanos”, frisou o coletivo.

Contudo, acusa o Governo de negligenciar a promoção da leitura. Em Timor-Leste, a leitura continua marginalizada pela falta de políticas públicas e pelo desinteresse institucional.

Mesmo assim, a participação da população nas atividades continua reduzida. Para Henrique dos Santos, membro do LETRAS, a causa não é apenas desinteresse individual, mas sobretudo a falta de condições estruturais. “O país não tem uma Biblioteca Nacional e os currículos escolares, do básico ao superior, não exigem a leitura de obras literárias como parte essencial da formação dos estudantes”, afirmou.

Já Basílio apontou outro problema: a falta de atualização e distribuição de livros nas escolas, agravada pelos preços elevados no mercado. “O Governo poderia subsidiar editoras e livrarias para tornar os livros mais acessíveis”, defendeu.

Segundo ele, essa situação desincentiva o gosto pela leitura. “A cultura de leitura em Timor-Leste é extremamente frágil, porque não têm sido feitos esforços consistentes para criar condições que a promovam.”

Educação quer transformar leitura em prioridade nacional

A chefe do Departamento de Currículo do Ensino Básico do Ministério da Educação, Édia Monteiro, reconheceu a falta de hábitos de leitura em Timor-Leste e sublinhou que o Governo está a intensificar os esforços para transformar a leitura num hábito nas escolas. A prioridade é melhorar as competências de literacia dos estudantes desde o primeiro ano de escolaridade.

Segundo Édia Monteiro, vários estudos demonstram que muitos alunos apresentam ainda níveis baixos de leitura. Para combater esta realidade, o Ministério da Educação tem implementado diversas iniciativas, como a distribuição de livros de histórias a todas as escolas e a formação de formadores para apoiar os professores na melhoria da literacia dos alunos.

“Começámos a implementar um programa de leitura antes das aulas para todos os estudantes do primeiro e segundo ciclos do ensino básico. Temos também o programa EMLULI (Educação na Língua Materna), que nos ajuda a avaliar a capacidade de leitura dos alunos”, destacou.

Apesar de alguns alunos já conseguirem ler, a compreensão dos textos continua a ser um grande desafio. “Estamos a trabalhar para mudar esta realidade e reforçar a literacia de forma contínua”, acrescentou Édia.

Para tornar os livros mais acessíveis, o Ministério criou o programa “Cantinas de Leitura”, em que os professores disponibilizam livros em sala de aula. “As bibliotecas gerais são limitadas devido à falta de infraestruturas e de pessoal qualificado para o atendimento”, reconheceu.

De acordo com a responsável, nas turmas iniciais — como a pré-escola e os dois primeiros ciclos do ensino básico — já foram criadas minibibliotecas em cada sala. Os livros distribuídos estão adaptados a cada disciplina e incluem ainda histórias infantis, de forma a incentivar o gosto pela leitura.

“A leitura passou a ser uma prioridade nacional. Por isso, no currículo do primeiro e segundo ciclos, colocámos o foco na literacia em tétum e português, com o objetivo de desenvolver a leitura e a escrita. Estamos a implementar programas para que as crianças se familiarizem com os livros desde cedo”, reforçou Édia Monteiro.

A Ministra da Educação, Dulce de Jesus Soares, recordou que o hábito de leitura não é uma responsabilidade exclusiva do Ministério, mas de toda a sociedade, sobretudo dos pais e encarregados de educação. “Os pais devem incentivar e acompanhar os seus filhos na leitura dos livros distribuídos pelo Ministério”, apelou.

De acordo com a governante, este ano o foco está na literacia básica. “As crianças precisam de livros interessantes, que as motivem a ler. Para o currículo do 3.º ciclo, temos livros escritos por timorenses, com o apoio de consultores nacionais, para criar conteúdos atrativos. Queremos que a escola seja um espaço interessante, e não um ambiente intimidador”, sublinhou.

A ministra acrescentou que o Ministério continua a produzir e a adquirir livros para distribuir às escolas em todo o país. “Mesmo que alguns livros estejam desatualizados, ainda são úteis, porque contêm conhecimentos e ciências de que precisamos”, afirmou.

Dulce de Jesus Soares apelou ainda à comunidade escolar para que os livros não fiquem guardados nas bibliotecas, mas sejam levados pelos alunos para casa, como preparação para as aulas. “Queremos evitar a prática em que os professores escrevem no quadro e os alunos apenas copiam. Precisamos de mudar essa realidade”, concluiu.

Ameaça às elites

No entanto, o movimento LETRAS vai mais longe, afirmando que o sistema político, dominado por elites, dá prioridade a interesses pessoais em vez de decisões públicas que beneficiem todos. “As elites sentem-se ameaçadas quando percebem que a sociedade começa a pensar de forma crítica. Uma sociedade que lê e produz conhecimento é um risco para quem pretende manter o controlo”, denunciou Basílio.

Para o jovem ativista, esta realidade não é fruto do acaso, mas de um sistema nacional e global construído sobre bases injustas, que impede o desenvolvimento do pensamento crítico. “Isso abre espaço para que elites políticas usem os recursos públicos em benefício próprio e de pequenos grupos de interesse”, acusou.

Apesar da falta de apoio estatal e dos recursos limitados, o Movimento LETRAS mantém a sua atuação com base no voluntariado. Este ano, além do festival, vai lançar o projeto-piloto “Literacia para Todos”, em seis municípios: Díli, Baucau, Lautém, Ainaro, Aileu e Liquiçá, com o apoio de jovens, estudantes e colaboradores.

Com o lema “Nós lemos, nós sabemos, nós transformamos”, o LETRAS quer fortalecer a cultura de leitura em Timor-Leste como passo essencial para o desenvolvimento humano e social.

A visão do movimento é criar condições para a construção de uma sociedade crítica, criativa e capaz de se transformar, promovendo a justiça social e os direitos humanos. Entre os seus principais objetivos estão: aumentar a consciência pública sobre a importância da leitura, influenciar políticas públicas que favoreçam o acesso ao conhecimento e garantir a disponibilização de materiais e espaços de leitura nas comunidades.

“O acesso à leitura é um direito fundamental. Investir na literacia é investir no futuro do país”, concluiu o Movimento LETRAS. Rilijanto Viana – Timor-Leste in Diligente


Caminhante


 









Vamos aprender português, cantando

 

Caminhante

 

Sou um caminhante nessa estrada

eu vi muros e calçadas

e quanto a vida mudou

somos um instante

às vezes nada

uma pausa, uma morada

uma estrela que brilhou

 

Nós somos feitos

de memórias e desejos

histórias e segredos

oceano e furacão

 

Somos um mundo

um grão de areia, um momento

um orvalho, um alento

a tua força vem de dentro

de dentro

 

Sou um gesto livre

um dia triste, um sorriso que insiste

sou a fé na oração

sou o fim da tarde alaranjada

um sonho com duas asas

sou uma constelação

 

Nós somos feitos

de memórias e desejos

histórias e segredos

oceano e furacão

 

Somos um mundo

um grão de areia, um momento

um orvalho, um alento

a tua força vem de dentro

de dentro

 

Tainá - Brasil


sábado, 30 de agosto de 2025

Internacional - Uma das melhores lojas de recordações do mundo é portuguesa

O jornal britânico Financial Times reuniu uma lista das melhores lojas de recordações (souvenirs), com base em recomendações dos seus leitores. Entre os destaques surge uma referência portuguesa: A Vida Portuguesa. A loja que é elogiada pela autenticidade e originalidade dos produtos


A marca nacional tem três lojas em Lisboa e uma no Porto e foi distinguida pela diversidade da sua oferta. O negócio continua a crescer e chegou a Nova Iorque no final do ano passado.

Fundada há 18 anos por Catarina Portas, A Vida Portuguesa alcançou reconhecimento pela curadoria de produtos que evocam as memórias de infância dos portugueses (por exemplo, pasta dentífrica Couto, carimbos da escola, xarope de groselha ou a Farinha 33) ao mesmo tempo que despertam a curiosidade de visitantes estrangeiros.

De acordo com a NiT, atualmente a referida marca nacional mantém-se ativa com espaços icónicos em Lisboa, como a nova loja no Chiado, que ocupa dois andares e quase 400 metros quadrados. Também pode visitar as lojas no Largo do Intendente, no Mercado da Ribeira, e a Depozito, em Arroios, um projeto desenvolvido em colaboração com a Portugal Manual. Em alternativa, pode sempre comprar online.

Em qualquer uma das lojas é possível encontrar propostas diversificadas com origem em mais de 500 fornecedores. Há têxteis para a casa, artigos de cozinha, uma seleção de faianças Bordallo Pinheiro, perfumaria, papelaria, brinquedos, joalharia e uma zona dedicada às bebidas espirituosas, entre outros. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


Brasil - Prêmio Candango de Literatura divulga lista de classificados

Da América à África e Europa, diversidade internacional movimenta premiação


O Prêmio Candango de Literatura, realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF), acaba de divulgar a relação de classificados da premiação, alcançando 2080 inscrições classificadas. Deste total, 168 são livros independentes e 1853 publicados por editoras e disputam nas seguintes categorias: Capa (300), Iniciativa de Incentivo à Leitura (60), Livro de Contos (310), Livro de Poesia (718), Prêmio Brasília (80), Projeto Gráfico (117) e Romance (495). Os finalistas, 10 de cada uma das categorias, serão conhecidos em 1º de outubro, com publicação no sítio do Prêmio.

As obras classificadas refletem uma participação internacional significativa. O Brasil lidera com 1988 trabalhos, seguido por Portugal com 41, Angola com 19, Moçambique com 17 e Cabo Verde com 4. Outros países também estão representados, ainda que em menor número: Estados Unidos (3), Suíça (2), e com uma obra cada de São Tomé e Príncipe, Colômbia, Países Baixos, Uruguai, França e Itália. Essa diversidade evidencia o alcance global do prêmio e a riqueza de perspectivas culturais entre os selecionados.

Parte das quase três mil inscrições não seguiram adiante. Algumas foram desclassificadas por motivos como desenquadramento nas categorias escolhidas, ausência de comprovação de versão impressa ou por não atender ao critério de publicação em 2024. Para as próximas edições, a organização reforçará ainda mais a divulgação das orientações e ampliar o suporte aos participantes, de forma a minimizar essas situações.

Idealizado pela Secec-DF em parceria, por processo público de seleção, com o Instituto Casa de Autores, o Prêmio Candango de Literatura nasceu para dar protagonismo à criação literária em língua portuguesa. Nesta edição, o Prêmio reafirma seu papel como ponte entre culturas, vozes e territórios, celebrando a escrita como patrimônio vivo e pulsante da língua portuguesa.

A curadoria da edição é assinada por João Anzanello Carrascoza, autor premiado e referência na literatura brasileira contemporânea. Sob a coordenação do escritor e jornalista Maurício Melo Júnior, a seleção das obras está sendo conduzida por um corpo técnico de 45 jurados: 30 na etapa inicial e 15 na fase final.

Premiação e contrapartidas

O 2º Prêmio Candango de Literatura distribuirá R$ 195 mil entre sete categorias, organizadas em três eixos:

  • Literário: Melhor Romance, Melhor Livro de Contos, Melhor Livro de Poesia e Prêmio Brasília (total de R$ 140 mil)
  • Editorial: Melhor Capa e Melhor Projeto Gráfico (R$ 20 mil cada)
  • Iniciativas Pedagógicas: Prêmio de Incentivo à Leitura (R$ 15 mil)

Como contrapartida, os vencedores das categorias literárias e editoriais deverão doar 20 exemplares de suas obras para bibliotecas públicas do Distrito Federal. Já os premiados na categoria de incentivo à leitura oferecerão uma atividade formativa online, com, no mínimo, 4 horas de duração.

Histórico

Em sua primeira edição, realizada em 2022, distribuiu R$ 174 mil entre oito categorias e consagrou os seguintes vencedores:

  • Marcílio Godoi, com a obra Etelvina (Melhor Romance);
  • Alexei Bueno, com O Sono dos Humildes (Melhor Livro de Poesia);
  • João Anzanello Carrascoza, com Tramas de Meninos (Melhor livro de Contos);
  • Alexandre Pilati, com Tangente do cobre (Prêmio Brasília);
  • Gláucio Ramos Gomes, com o projeto Leitura na Esquina (Incentivo à leitura);
  • Gisela Maria de Castro Teixeira, com O Livro das Capitais (Incentivo à Leitura para Pessoas com Deficiência);
  • Design Estúdio Beatriz Mom, pelo livro Poesia é um Saco, de Nicolas Behr (Projeto Gráfico);
  • Jéssica Iancoski, pelo trabalho no livro As Laranjas de Alice Mazela, de Géssica Menino (Capa). Donna Mídia Comunicação - Brasil

Serviço

2º Prêmio Candango de Literatura

Premiação total: R$ 195 mil

Categorias: Romance, Contos, Poesia, Prêmio Brasília, Capa, Projeto Gráfico e Incentivo à Leitura

Divulgação dos finalistas: 1º de outubro

Cerimônia de premiação: 31 de outubro, Sala Martins Pena (Teatro Nacional Cláudio Santoro) – Brasília-DF

Sítio




Angola - Novo livro da escritora Sorriso apresentado hoje na Academia do Empreendedor, na cidade de Luanda

A obra literária “O Corpo Que Não Era Meu”, da escritora Sorriso, pseudónimo literário de Teresa Eduarda Leão, vai ser apresentada hoje, às 10h00, na Academia do Empreendedor, em Luanda


O livro aborda a contemporaneidade angolana e trata de temas delicados como o abuso sexual, a perda de identidade, o silêncio imposto e a jornada de cura emocional. O livro, de carácter dramático, mergulha na vida fictícia de uma adolescente cuja trajectória é marcada por intensas emoções negativas, sonhos interrompidos e expectativas roubadas.

O enredo conduz a protagonista Tchissola, que enfrenta profundas inseguranças relacionadas ao futuro, carregando o peso de uma dor persistente que a acompanha ao longo da sua caminhada. “O Corpo Que Não Era Meu” convida o leitor a reflectir sobre a resiliência humana, a educação sexual, a busca pela identidade e a força que pode emergir até aos cenários mais sombrios.

A escritora Teresa Eduarda Leão, conhecida no cenário literário por Sorriso, afirmou acreditar que a experiência de leitura vai proporcionar a identificação e interpretação únicas da história. Segundo a autora, o livro desperta emoções genuínas e reflexões profundas, permitindo que cada leitor encontre algo positivo e um novo olhar sobre a vida.

Sobre o processo criativo de obras literárias, a escritora revelou que as suas inspirações nascem das experiências que vivencia, das histórias que observa, das emoções que carrega e de tudo aquilo que a marca. “Não existe um grande segredo para escrever. Quando sinto a inspiração pulsar, entrego-me totalmente. É um processo que exige sensibilidade e conexão com aquilo que desejo transmitir aos leitores”, destacou.

Sorriso é uma escritora angolana que se tem destacado pela escrita sensível, intensa e profundamente humana. Além da sua produção literária, lidera com firmeza e empatia o movimento Mulheres Levantam Mulheres, iniciativa que promove a reconstrução colectiva do feminino, guiando mulheres no reencontro com a sua força e dignidade.

A sua trajectória literária iniciou-se, oficialmente, com a publicação do livro “O Caminho Até à Paragem”, lançado no dia 28 de Outubro de 2022. Ainda nesse ano, integrou a colectânea “Escritas no Feminino”, organizada pela editora portuguesa Caneta de Estilo. In “Jornal de Angola” - Angola

Cabo Verde - Batucadeiras Mondon de Eugénio Lima protagonizam espectáculo gratuito na cidade de Lisboa

Lisboa – O Terreiro do Paço, em Lisboa (Portugal), recebe no domingo, 31, um espectáculo gratuito e ao ar livre de batuco a ser protagonizado pelas batucadeiras Mondon de Eugénio Lima, grupo formado por imigrantes cabo-verdianos residentes em Portugal.


Em declarações à Inforpress, Wilson Moreno, um dos elementos deste grupo de batuco da cidade da Praia, disse que, tendo em conta que oito elementos do grupo estão a residir em Portugal, decidiram organizar este evento para darem a conhecer tanto o grupo como o seu trabalho e talento.

“Queremos mostrar à comunidade cabo-verdiana residente em Portugal o nosso trabalho e talento, ou seja, tudo que que tínhamos feito em Cabo Verde”, explicou o único elemento do sexo masculino no grupo.

No entanto, notou que o “ponto forte” deste evento é a actuação da vocalista Ivone Martins, do mesmo grupo em Cabo Verde, que se encontra de férias em Portugal e que é muito acarinhada pela diáspora cabo-verdiana em Portugal.

Por este “show” estar também a ser realizado a pedido dos fãs de Ivone Martins, acredita que um “grande número” de cabo-verdianos em Portugal vai marcar presença neste evento aprazado para as 15:00, para que juntos possam brincar e dar “torno” (dança de batuco).

O jovem artista, que afirmou estar consciente de que este género musical cabo-verdiano “está na moda”, sobretudo em Portugal, fez saber que o seu grupo, assim como os demais, também quer elevar e modernizar o batuco e gravar as suas músicas.

Aliás, avançou que o grupo que conta com cinco músicas já gravadas nomeadamente “Imigrante”, “Cabo Verde”, “Fidju ingrato”, “Parabéns” e “Homenagem a batucadeira Ana Toty”, pretende lançar uma nova música em Setembro.

Na ocasião, informou que, à semelhança de Cabo Verde, o grupo tem surpreendido aniversariantes que gostam de batuco a pedido de terceiros, um dos trabalhos que têm feito, mas estão disponíveis para concertos em Portugal e outros países da Europa.

O batuco é um género musical cabo-verdiano, tradicionalmente executado por mulheres, que se baseia na percussão e no canto e dança.

É um património cultural de Cabo Verde, principalmente na ilha de Santiago. In “Inforpress” – Cabo Verde


sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Argélia e Angola reforçam cooperação nos recursos minerais e energéticos

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, reuniu-se esta quinta-feira, com o embaixador da Argélia em Angola, Mounir Bourouba, para abordar o fortalecimento da cooperação bilateral no domínio dos recursos minerais e energéticos


O diplomata argelino destacou a importância do intercâmbio de experiências entre os dois países que possuem um histórico de colaboração nas áreas da exploração de petróleo e pesquisa subterrânea.

Segundo Mounir Bourouba, Angola e Argélia têm um grande potencial de cooperação, tendo acordado o envio de missões técnicas para ambos os países, com vista a aprofundar e expandir a parceria.

O embaixador afirmou que está em curso a discussão de um acordo bilateral no sector dos hidrocarbonetos, abrangendo também programas de formação técnica para quadros angolanos, uma prática que remonta desde os anos 70.

Recordou, ainda, o recente encontro entre o ministro Diamantino Azevedo e o seu homólogo argelino, Mohamed Arkab, ocorrido em Junho, à margem do 17.º Cimeira de Negócios EUA – África, onde foram analisadas novas oportunidades para ampliar a cooperação entre os dois países.

“Estou hoje aqui para dar seguimento a esse compromisso e acelerar o processo de consolidação das nossas relações bilaterais”, concluiu. In “Jornal de Angola” - Angola


Moçambique - Associação Kulemba realiza 5ª edição da Feira do Livro da Beira na próxima semana

A Associação Kulemba irá realizar, de 3 a 5 de Setembro, na cidade da Beira, a quinta edição da Feira do Livro da Beira, FLIB 2025.


Subordinado ao tema “Ecos do meio século e as narrativas contemporâneas”, o evento enquadra-se nas celebrações dos 50 anos de independência nacional.

A Feira do Livro da Beira 2025 contará com exposições, debates, lançamentos de livros, oficinas e mesas-redondas em diversos espaços da cidade, nomeadamente, Casa do Artista, Livraria Fundza, universidades Licungo, Zambeze, Adventista, UNIAC e os institutos de Formação de Professores da Manga e de Inhamízua.

No primeiro dia, 3 de Setembro, às 18h00, na Casa do Artista, será inaugurada a exposição de pintura “Tradição e modernidade: celebrando meio século (1975-2025)”, da autoria do consagrado artista plástico Silva Dunduro.

No dia seguinte, 4 de Setembro, a Universidade Licungo receberá, às 09h00, a exposição arquivística “Olhar Moçambique”, conduzida por Otília Aquino, António Sarmento e Titos Pelembe, seguida do lançamento do livro “Liderança feminina no Estado Mataaka”, da autoria de Manuel Vene. Em paralelo, a UNIAC acolherá, também às 09h00, uma sessão de conversa com Suzana Espada.

À tarde, às 14h00, a Universidade Adventista será palco de uma conversa com Mia Couto, e às 16h00, a Livraria Fundza acolherá a mesa-redonda “Memória pelas lentes das artes visuais”, com Otília Aquino, Maria Pinto de Sá, Anísio Páscoa e Belmiro Adamugy, seguida, às 17h00, da mesa-redonda “O lugar das histórias na preservação do ambiente”, com Júlio Pacheco, Pedro Muagura e Suzana Espada.

A última actividade do dia irá acontecer na Casa do Artista, às 18h00, na qual Filimone Meigos, Nunes Camões e Manuel Vene irão apresentar “Reflexões sobre a transformação do espaço urbano ao longo dos últimos 50 anos”.

No terceiro e último dia, 5 de Setembro, às 09h30, Nataniel Ngomane irá conversar com formandos do Instituto de Formação de Professores da Manga. Às 11h00, Mia Couto também irá conversar com futuros professores, mas do Instituto de Formação de Professores de Inhamízua.

À tarde, às 15h30, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades da Universidade Zambeze irá acolher a cerimónia do anúncio dos vencedores da 3ª edição do Prémio Literário Mia Couto.

O encerramento da FLIB 2025 está previsto para às 18h00 do dia 5 de Setembro, na Casa do Artista, com uma palestra subordinada ao tema “A influência da cultura local nas narrativas contemporâneas”, a ser proferida pelo filósofo Severino Ngoenha. In “O País” - Moçambique


Estados Unidos da América – Gigante Havi escolhe cidade de Lisboa para investimento

A norte-americana Havi anunciou esta quarta-feira um investimento de 200 milhões de euros no seu centro de inovação tecnológica, o Havi TechHub, em Lisboa, prevendo a contratação de mais 70 colaboradores e a abertura de novas instalações na capital


A empresa global especializada em soluções integradas para a cadeia de abastecimento, logística e tecnologia pretende aumentar nos próximos meses, dos atuais 80 para 150, os trabalhadores que emprega no Havi TechHub.

Em comunicado a Havi esclarece que “esta decisão reflete o reconhecimento do talento nacional, do dinamismo do ecossistema tecnológico lisboeta e da afinidade com os valores portugueses de inovação, colaboração e visão de futuro”.

Há cerca de um ano, Lisboa foi “estrategicamente escolhida” pela empresa norte-americana para acolher o seu centro de inovação tecnológica global, o Havi TechHub.

No comunicado divulgado, a Havi revela ainda que, nos próximos anos, o Havi TechHub irá receber um investimento que rondará os 200 milhões de euros e que “contribuirá diretamente para o desenvolvimento económico local e para o posicionamento de Lisboa como um centro tecnológico global de referência”.

A inauguração de novas instalações da Havi em Lisboa, no Cais do Sodré, está prevista para o dia 17 de setembro. O evento contará com a presença do presidente global da empresa, Neil Humphrey, do vice-presidente sénior e do presidente executivo (CEO) do Havi TechHub, Reto Sahli.

Nesse contexto serão apresentadas “grandes novidades tecnológicas, investimentos e outros marcos a nível nacional e global”.

Fundada em Chicago (1974), presente em 30 mercados e com mais de 7000 colaboradores, a Havi está em Portugal desde 1993, contabilizando atualmente 250 trabalhadores em Lisboa e Porto. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


Alemanha – Número de desempregados ultrapassa os 3 milhões

O número de desempregados na Alemanha atingiu três milhões em agosto, ultrapassando pela primeira vez desde fevereiro de 2015 a marca de três milhões de pessoas sem emprego

A taxa de desemprego fixou-se em 6,4%, contra 6,3% no mês anterior e 6,1% em agosto de 2024.

Em termos absolutos, o número de desempregados cresceu em 46.000 pessoas face a julho e 153.000 em relação a agosto de 2024.

Durante o verão, o número de desempregados na Alemanha costuma aumentar, tendo em conta que as empresas contratam menos e muitos contratos de formação profissional terminam.

“Em agosto, aconteceu o que esperávamos, devido à pausa de verão, o número de desempregados ultrapassou os três milhões”, afirmou a presidente da Agência Federal de Emprego, Andrea Nahles.

Segundo Nahles, o mercado de trabalho continua marcado pela fraqueza da economia alemã nos últimos anos, embora, na sua opinião, “já se observem sinais de estabilização”.

A economia alemã atravessa um período de crise com dois anos consecutivos de recessão, apesar de o mercado de trabalho se ter mostrado relativamente robusto.

Não obstante ao aumento do desemprego em agosto, o Instituto de Estudos sobre o Mercado de Trabalho considera que há sinais positivos que a tendência pode reverter-se. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Macau - Sugerido “apoio especial” do Governo em prol de voos directos com Portugal

O director do Departamento de Marketing da CAM disse que há algumas “dificuldades” no que respeita à criação de um voo directo entre Macau e Portugal, mas a empresa continua a tentar incentivar companhias aéreas a desenvolver essas rotas. Eric Fong defendeu, em declarações ao Jornal Tribuna de Macau, que o Governo da RAEM deve criar um “apoio especial”. Além disso, afirmou, deve tentar negociar a atribuição de subsídios, juntamente com a autoridade de aviação civil de Portugal, à companhia para que os custos possam ser reduzidos


A Sociedade do Aeroporto de Macau (CAM) “tem impulsionado companhias aéreas a desenvolver rotas directas ou de transferência ligadas a Portugal”, revelou Eric Fong, director do Departamento de Marketing da empresa, mas não é uma tarefa fácil. “Ainda continuamos a esforçar-nos no aspecto dos voos directos”, prosseguiu, em declarações ao Jornal Tribuna de Macau.

No entanto, sobre esta ambição, Eric Fong apontou que “actualmente, ainda existe um certo grau de dificuldades” e deverá ser preciso um “período de incubação muito longo”, dados os “custos muito elevados”, o mercado e outras considerações comerciais. Segundo notou, ainda não há transportadoras interessadas em lançar esta ligação de longa distância.

“Por isso, sugerimos ao Governo da RAEM que crie um apoio especial. E propomos também que [o Governo] e a autoridade de aviação civil de Portugal negociem para proporcionar subsídios à companhia aérea [operadora] e aos passageiros, no sentido de assegurar que a companhia diminua os custos o mais possível, antes do lançamento dos voos. Penso que, desse modo, tornar-se-ia mais provável ser desenvolvida esta rota aérea de longa distância”, analisou Eric Fong.

Segundo o responsável, actualmente, alguns passageiros de Macau recorrem à rota Incheon (Coreia do Sul) – Lisboa, operada pela Korean Air. Além disso, afirmou que a CAM tem mantido contacto com a Air Macau, na esperança de a companhia de bandeira da RAEM aproveitar a rede da Air China, empresa mãe, para concretizar uma ligação entre Macau e Pequim (Daxing) e a transferência de Daxing para a Europa.

Por outro lado, Eric Fong referiu que a CAM aposta também nos voos de ligação de “bilhete único com bagagem transferida até ao destino final”, principalmente através de várias transportadoras de grande dimensão, como a China Eastern Airlines, a China Southern Airlines, a Korean Air, entre outras. Sob este modelo, os voos partem de Macau para Pequim, Seul, Taiwan, Kuala Lumpur, Singapura, ou Banguecoque, para depois levar os passageiros ao Canadá, EUA, Europa, Austrália, Egipto e Índia, explicou.

“Há muitos passageiros que partem de Macau para ir ao Canadá, tendo o volume de passageiros registado um certo aumento… Além disso, temos promovido constantemente este serviço [voos de ligação] na Grande Baía, de modo a que os turistas da Grande Baía ou dos países europeus ou americanos possam viajar para Macau desta forma”, destacou.

Este ano, CAM procedeu igualmente a várias negociações com companhias aéreas australianas e europeias, “especialmente com a Turkish Airlines”, para promover rotas “charter” de média e longa distância com escala em Macau, através da cooperação com transportadoras e agências de viagens, apontou Eric Fong.

“Em relação às rotas ‘charter’, será um pouco difícil promover esta área a depender apenas da população de Macau. Por isso, temos negociado com algumas agências de viagens e empresas ‘charter’ de grande dimensão do Interior da China, para perceber se estão interessadas em promover, juntamente com a Turkish Airlines e companhias aéreas australianas, voos de ligação. Esperamos que, enquanto o único aeroporto internacional na parte oeste da Grande Baía, o Aeroporto de Macau possa atrair pessoas desta parte da Grande Baía – como de Jiangmen e de Zhongshan -, a partirem de Macau para se deslocar ao Médio Oriente. As companhias aéreas já manifestaram esta vontade, se conseguirmos ligar todas as cadeias de abastecimento envolvidas”, afirmou o responsável.

Segundo exemplificou, a CAM está “bastante interessada” na Turkish Airlines, desejando promover voos de ligação que partam da Turquia e, recorrendo à partilha de códigos, transportem depois os passageiros para o Interior da China, o Sudeste Asiático e o Nordeste da Ásia com aviões da Air Macau. Nesta vertente, Eric Fong sublinhou que a CAM “se tem esforçado” e que as negociações “nunca pararam”.

Por outro lado, a lei da actividade de aviação civil entrará em vigor no dia 1 de Fevereiro do próximo ano. Segundo Eric Fong, até agora, nenhuma companhia aérea manifestou um interesse claro em prestar serviços de transporte aéreo de passageiros em Macau, mas algumas transportadoras pediram à CAM informações sobre questões operacionais e requisitos. Entre as companhias que contactaram a CAM, “há algumas tradicionais e algumas estrangeiras”, apontou.

Centros de Serviços em Shenzhen e Zhongshan

Ademais, o responsável notou que o Centro de Serviço do Aeroporto de Macau em Zhuhai entrou em funcionamento a 2 de Julho, em Gongbei, tendo vindo a atender principalmente passageiros das regiões vizinhas e prestando serviços de marcação de bilhetes de avião e consulta de informações sobre os voos e a passagem fronteiriça.

Eric Fong adiantou que mais dois centros de serviço do género deverão entrar em funcionamento no 4º trimestre deste ano em Shekou, Shenzhen, e no Porto de Zhongshan, estando a CAM a “negociar alguns pormenores” e a “proceder à decoração”. Segundo revelou, esses centros vão fornecer informações sobre os voos, mas também prestar o serviço de transferência de transporte marítimo e aéreo entre esses terminais marítimos e o Aeroporto de Macau.

“Vamos promover um serviço que permitirá aos passageiros que partem dos terminais de Shekou e do Porto de Zhongshan, depois da chegada ao Terminal da Taipa, apanharem autocarros rápidos ligados ao Aeroporto de Macau e usarem o serviço de ‘uma única inspecção’ alfandegária, para ir directamente para o Japão ou Coreia do Sul, por exemplo. Como são considerados passageiros de transferência, podem receber um reembolso de imposto de 110 patacas e ver as bagagens directamente transferidas para o destino”.

A rede de serviços de transferência de transporte marítimo e aéreo da CAM irá abranger ainda o Porto de Wanzai, Zhuhai, e o Terminal Marítimo do Porto Interior, cujas instalações e serviços “já se encontravam prontos na primeira metade deste ano”. Porém, actualmente, a sociedade continua em negociações com as autoridades do Interior da China sobre “alguns detalhes”, não prevendo um calendário para o lançamento do serviço, no âmbito do qual será também disponibilizado o serviço pago de autocarros rápidos para o Aeroporto de Macau aos passageiros que chegam ao Terminal do Porto Interior vindos do Porto de Wanzai. Como este tipo de passageiros goza do reembolso de imposto, o serviço é “basicamente gratuito”, notou Eric Fong.

“Low-cost” absorvem 26% dos passageiros

Eric Fong revelou ainda que, entre Janeiro e Julho deste ano, 74% dos passageiros do Aeroporto de Macau apanharam voos de companhias aéreas tradicionais enquanto 26% escolheram transportadoras “low-cost”. Segundo indicou, no mesmo intervalo temporal, a taxa de ocupação dos voos “low-cost” superou 80%, ao passo que as companhias aéreas tradicionais verificaram uma taxa de ocupação de cerca de 75%. “Normalmente, as companhias aéreas ‘low-cost’ registam uma taxa de ocupação de voos entre 80% e 85%”, acrescentou.

Além disso, adiantou ainda que, nos primeiros sete meses do ano, o número total de passageiros do Aeroporto registou uma quebra anual de 4%, enquanto o volume de voos ficou também aquém do verificado no período homólogo de 2024. Relativamente à origem dos passageiros, os residentes representavam 11%, seguindo-se os do Interior da China (57%), os estrangeiros (17%), os de Hong Kong (1%) e os de Taiwan (14%). Neste aspecto, observou que a percentagem dos passageiros do Continente chinês caiu dois a três pontos percentuais, em termos anuais. Ainda assim, notou que a situação se manteve semelhante ao habitual.

Eric Fong adiantou ainda que, no final de Setembro, vai ser lançada uma rota entre Macau e a ilha de Phu Quoc, Vietname, com dois voos por semana. E quase na mesma altura ou no início de Outubro, Macau terá uma nova ligação a Sihanoukville, Camboja, também com dois voos semanalmente. Já no início de Novembro será inaugurada a rota Macau-Cheongju, Coreia do Sul, com quatro voos por semana.

Na esfera do Interior da China, o responsável mencionou que, no próximo dia 10 de Setembro, vão ser iniciados voos entre Macau e Nanchang, capital da província de Jiangxi, servidos por aeronaves COMAC C909, com três voos por semana. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau


Timor-Leste - Doa 8,6 milhões de euros a Portugal para apoiar recuperação dos incêndios

O Governo de Timor-Leste aprovou, esta quarta-feira, um donativo de dez milhões de dólares (cerca de 8,6 milhões de euros) à República Portuguesa, destinado à recuperação dos danos causados pelos incêndios florestais que têm afectado o país desde Julho

De acordo com a Lusa, a decisão foi tomada em reunião do Conselho de Ministros, após proposta do primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão.

Num comunicado oficial, o executivo timorense expressa solidariedade com o povo e autoridades portuguesas face aos “graves incêndios florestais”.

Portugal continental tem enfrentado múltiplos incêndios rurais de grande dimensão, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram quatro mortes, incluindo um bombeiro, e deixaram vários feridos, além de destruírem habitações, explorações agrícolas e vastas áreas florestais.

Em resposta à emergência, Portugal activou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil, recebendo apoio com aeronaves especializadas no combate aos incêndios.

Segundo dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), cerca de 250 mil hectares já foram consumidos pelas chamas. In “Jornal de Angola” – Angola com “Lusa”