Foi lançado “O Branco e a Preta”, o mais recente romance do escritor Pedro Sequeira. A obra mergulha nas feridas abertas do passado colonial são-tomense, convidando à reflexão sobre a herança da escravidão e as suas repercussões na sociedade atual.
“O
Branco e a Preta” é mais do que um romance — é uma viagem intensa a São Tomé de
1952, um dos períodos mais sombrios da história do país, marcado por repressão,
racismo e profundas desigualdades coloniais.
“Quase
que inexistentes livros de ficção que falasse dessa história, por isso decidi
escrever este livro que viesse duma forma ou de outra colmatar este défice”,
explicou o autor da obra.
Através
de uma história de amor proibido, a obra conduz o leitor a uma reflexão sobre
as feridas históricas, identitárias e humanas que ainda hoje moldam a sociedade
são-tomense.
“Massacre
de Batepá, tudo aquilo que aconteceu, então é um livro também que pode ser
levado para as escolas para que os jovens possam realmente conhecer São Tomé e
Príncipe e todo esse processo colonial à volta”, considerou a participante no
lançamento, Fernanda Costa Alegre.
“Foi
lançada em primeiro primeira mão na 95ª Feira do Livro de Lisboa e também houve
um outro lançamento em Portugal fora do quadro da feira do livro e agora este é
o terceiro lançamento cá em São Tomé”, disse o autor da obra.
Entre
os convidados, o escritor moçambicano Amosse Mucaleve destacou a importância da
obra para o entendimento do contexto histórico de São Tomé e Príncipe.
“Este
livre também recupera a memória que institucionalmente pouco se fala. É este o
papel da literatura de resistir a todas formulas de escapar, de apagar a
memória de um país”, destacou.
O
lançamento oficial do livro “O Branco e a Preta” terminou com uma dramatização
impactante sobre o Massacre de Batepá, protagonizada pelo grupo cultural Demos.
Odjay Ceita – São Tomé e Príncipe in “Téla Nón”
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