Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Japão - Quer “liderar esforços globais” para um mundo sem armas nucleares

O Primeiro-Ministro do Japão afirmou que Tóquio deve “liderar os esforços globais” para a humanidade alcançar um mundo sem armas nucleares, no dia em que se assinalou o 80.º aniversário do bombardeamento atómico de Hiroshima.


“Liderar a comunidade internacional para alcançar um mundo sem armas nucleares é a missão do Japão como único país que sofreu a bomba atómica na guerra e que aplica os três princípios não nucleares”, disse Shigeru Ishiba, ao discursar na cerimónia no Parque Memorial da Paz de Hiroshima, local onde, a 6 de Agosto de 1945, os EUA lançaram a primeira bomba atómica usada em combate na história, causando a morte de cerca de 70 mil pessoas.

Ishiba referia-se aos princípios de não produzir, não possuir e não permitir armas nucleares no seu território, que têm sido respeitados por todos os Executivos do país, desde que foram declarados em 1967 pelo então Primeiro-Ministro Eisaku Sato, e posteriormente ratificados pelo Parlamento. Ishiba também destacou o “aprofundamento das divisões da comunidade internacional” em relação ao desarmamento nuclear e o “agravamento do ambiente de segurança”, um contexto em que é mais necessário “alcançar um mundo sem armas nucleares” através das iniciativas de Não Proliferação Nuclear (NPT), afirmou.

“Apelaremos a todos os países para que aproveitem ao máximo esse espírito de diálogo durante a reunião da iniciativa NPT do próximo ano”, disse, apelando também à “busca de medidas concretas” para a desnuclearização, incluindo tanto os países que não possuem armas deste tipo como as potências atómicas.

“A base para alcançar um mundo sem armas nucleares é a compreensão correcta do facto da bomba atómica”, indicou Ishiba na cerimónia, na qual participaram sobreviventes do bombardeamento, o presidente da câmara de Hiroshima, Kazumi Matsui, e representantes diplomáticos de 120 países e territórios, uma assistência recorde. Por outro lado, numa conferência de imprensa após a cerimónia, Ishiba rejeitou a possibilidade de o país partilhar armas nucleares dos EUA.

“Houve alguma confusão sobre se partilhar armas nucleares significa possuí-las, mas não considero nenhuma dessas opções com base nos três princípios não nucleares”, disse, defendendo, no entanto, a necessidade de o Japão “estudar” um “fortalecimento da credibilidade da dissuasão nuclear”, numa referência ao escudo nuclear norte-americano que protege o país asiático. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”


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