Oportunidades de negócio em áreas como os têxteis, agricultura e tecnologia levaram o empresário de Macau Eduardo Ambrósio e um grupo de representantes de Hengqin a Angola. Em Luanda, o grupo manteve contactos com diversas entidades. O macaense disse ao Jornal Tribuna de Macau que a deslocação visou principalmente “estudar formas de enviar ‘know-how’ para aquele país africano e sensibilizar os empresários chineses que estão interessados em apostar no mercado angolano”
O
empresário de Macau Eduardo Ambrósio e alguns representantes industriais de
Hengqin estiveram em Luanda durante alguns dias para estudar formas de levar “know-how”
para Angola, em áreas como os têxteis, a agricultura e as tecnologias.
O
empresário macaense liderou as visitas efectuadas a diversas entidades
bancárias e associações comerciais, e esteve reunido com o Ministro da Economia
e Indústria angolano, Rui Miguêns de Oliveira, numa altura em que na capital
daquele país africano estavam a ocorrer tumultos.
“Apesar
da situação que se verificava, mas que acalmou ao fim de três dias, pude manter
diversos contactos e ajudar os elementos de Hengqin, que tinham estado antes na
Guiné-Bissau, a deslocar-se à Zona Económica Especial da Catola”, revelou ao
Jornal Tribuna de Macau Eduardo Ambrósio, presidente da Associação Comercial
Internacional para os Mercados Lusófonos.
O
sector do vestuário é uma das principais áreas de investimento possível de
estabelecer com Angola, “uma vez que não há nenhuma fábrica que faça
uniformes”, disse o dirigente.
As
primeiras abordagens foram feitas na capital angolana. A partir daqui, “vou
falar com os empresários da China que estejam interessados em fazer ali
negócios no ramo dos têxteis, expandindo também para outros países do
continente africano”, salientou.
Para
Ambrósio, Macau servirá de ponte para levar empresários da Grande Baía a
Angola, ajudando os jovens daquele país a desenvolver a indústria têxtil e ter
trabalho. “O objectivo é levar técnicos, especialistas e peritos nesta área”,
frisa, acrescentando que “a China está agora numa crise e pretende exportar
muita tecnologia para África”.
Constatando
que a maioria dos chineses que estão em Angola são do norte, o que dificulta a
comunicação com os líderes angolanos, afirma que “Macau tem a vantagem de falar
português”.
Apontando
que Angola tem um vizinho com milhões de habitantes, o Congo, frisa que “poderá
desenvolver esse grande mercado”. O Brasil tem igualmente potencial, “mas fica
muito longe”, admite.
A
agricultura será outra das apostas a explorar em terreno angolano pelos homens
de negócios do Interior da China, concretamente no reerguer da indústria do
café. “Angola foi o terceiro maior exportador de café do mundo antes da guerra
e agora quer recomeçar, por isso, a ideia é tentar levar pessoas a Timor-Leste
para os ensinar na plantação de café, para que depois possam desenvolver a
indústria em Angola”, afirma.
No
que diz respeito às trocas comerciais entre a China e a África, o empresário
refere que “o futuro está no continente africano” e que pode haver um maior
intercâmbio. “Os chineses poderão importar diamantes e peças preciosas e
exportar tecnologia, para além de algumas empresas da China terem um papel
importante na construção civil em Angola”, sublinha.
Estes
temas dominaram o encontro de Eduardo Ambrósio com o Ministro da Economia e
Indústria angolano. “Foi uma conversa bastante positiva, durante cerca de
quatro horas, período em que tivemos oportunidade de abordar várias questões de
uma forma geral e no qual o ministro mostrou grande interesse e abertura para
que a China faça investimentos em Angola”, concluiu. Vítor Rebelo – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
Sem comentários:
Enviar um comentário