Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Macau - Negócios em Angola seduzem empresários

Oportunidades de negócio em áreas como os têxteis, agricultura e tecnologia levaram o empresário de Macau Eduardo Ambrósio e um grupo de representantes de Hengqin a Angola. Em Luanda, o grupo manteve contactos com diversas entidades. O macaense disse ao Jornal Tribuna de Macau que a deslocação visou principalmente “estudar formas de enviar ‘know-how’ para aquele país africano e sensibilizar os empresários chineses que estão interessados em apostar no mercado angolano”


O empresário de Macau Eduardo Ambrósio e alguns representantes industriais de Hengqin estiveram em Luanda durante alguns dias para estudar formas de levar “know-how” para Angola, em áreas como os têxteis, a agricultura e as tecnologias.

O empresário macaense liderou as visitas efectuadas a diversas entidades bancárias e associações comerciais, e esteve reunido com o Ministro da Economia e Indústria angolano, Rui Miguêns de Oliveira, numa altura em que na capital daquele país africano estavam a ocorrer tumultos.

“Apesar da situação que se verificava, mas que acalmou ao fim de três dias, pude manter diversos contactos e ajudar os elementos de Hengqin, que tinham estado antes na Guiné-Bissau, a deslocar-se à Zona Económica Especial da Catola”, revelou ao Jornal Tribuna de Macau Eduardo Ambrósio, presidente da Associação Comercial Internacional para os Mercados Lusófonos.

O sector do vestuário é uma das principais áreas de investimento possível de estabelecer com Angola, “uma vez que não há nenhuma fábrica que faça uniformes”, disse o dirigente.

As primeiras abordagens foram feitas na capital angolana. A partir daqui, “vou falar com os empresários da China que estejam interessados em fazer ali negócios no ramo dos têxteis, expandindo também para outros países do continente africano”, salientou.

Para Ambrósio, Macau servirá de ponte para levar empresários da Grande Baía a Angola, ajudando os jovens daquele país a desenvolver a indústria têxtil e ter trabalho. “O objectivo é levar técnicos, especialistas e peritos nesta área”, frisa, acrescentando que “a China está agora numa crise e pretende exportar muita tecnologia para África”.


Constatando que a maioria dos chineses que estão em Angola são do norte, o que dificulta a comunicação com os líderes angolanos, afirma que “Macau tem a vantagem de falar português”.

Apontando que Angola tem um vizinho com milhões de habitantes, o Congo, frisa que “poderá desenvolver esse grande mercado”. O Brasil tem igualmente potencial, “mas fica muito longe”, admite.

A agricultura será outra das apostas a explorar em terreno angolano pelos homens de negócios do Interior da China, concretamente no reerguer da indústria do café. “Angola foi o terceiro maior exportador de café do mundo antes da guerra e agora quer recomeçar, por isso, a ideia é tentar levar pessoas a Timor-Leste para os ensinar na plantação de café, para que depois possam desenvolver a indústria em Angola”, afirma.

No que diz respeito às trocas comerciais entre a China e a África, o empresário refere que “o futuro está no continente africano” e que pode haver um maior intercâmbio. “Os chineses poderão importar diamantes e peças preciosas e exportar tecnologia, para além de algumas empresas da China terem um papel importante na construção civil em Angola”, sublinha.

Estes temas dominaram o encontro de Eduardo Ambrósio com o Ministro da Economia e Indústria angolano. “Foi uma conversa bastante positiva, durante cerca de quatro horas, período em que tivemos oportunidade de abordar várias questões de uma forma geral e no qual o ministro mostrou grande interesse e abertura para que a China faça investimentos em Angola”, concluiu. Vítor Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”






Sem comentários:

Enviar um comentário