O Governo vai avançar com um estudo sobre o impacto da Linha Leste do Metro Ligeiro na paisagem do Farol da Guia, adiantou o Instituto Cultural, uma tarefa que caberá à Direcção dos Serviços de Obras Públicas. Recorde-se de que este tinha sido um dos pedidos feitos pelo Centro do Património Mundial da UNESCO, em Julho
A
Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) irá dar início à “Avaliação do
Impacto da Linha Leste do Metro Ligeiro na Paisagem do Farol da Guia”, revelou
o presidente substituto do Instituto Cultural (IC), Cheang Kai Meng. Em Julho,
recorde-se, o Centro do Património Mundial da UNESCO pediu estudos de impacto
relativamente a dois projectos, um deles precisamente a Linha Leste do Metro
Ligeiro, mas também o viaduto entre as Zonas A e B dos Novos Aterros, como
noticiou este jornal.
O
órgão internacional exigiu ainda o envio de um relatório actualizado sobre o
estado de conservação do Centro Histórico de Macau à Administração Estatal do
Património Cultural da China, a ser enviado até ao dia 1 de Dezembro de 2026.
Em
resposta a uma interpelação escrita do deputado Ron Lam, o presidente
substituto do IC indica ainda que a Linha Leste – que terá cerca de 7,7
quilómetros de extensão – será construída através de túnel subterrâneo e
incluirá seis estações subterrâneas. “Com excepção dos acessos às estações,
salas de equipamentos e saídas de emergência, que ficarão à superfície, todas
as restantes instalações localizar-se-ão no subsolo”, indicou ainda.
Já
relativamente ao viaduto entre as Zonas A e B dos Novos Aterros, definido como
“uma infraestrutura de transportes relevante” para a futura ligação entre a
Península e os Novos Aterros, “presentemente, os serviços de obras públicas
estão a elaborar o respectivo projecto”. Cheang Kai Meng assegurou ainda que o
Governo da RAEM “mantém uma atitude aberta”, tendo em conta as “preocupações
manifestadas pelos cidadãos quanto à forma de construção”. Segundo disse, o
Executivo vai prosseguir com a recolha, organização e análise, “de forma
abrangente”, das opiniões, “no sentido de aperfeiçoar o projecto”.
Sublinhando
que a “Avaliação de impactos sobre o património” é um mecanismo geral para os
trabalhos de protecção do património mundial, o mesmo responsável acrescenta
que o Governo continuará a realizar esse tipo de estudo “para os programas que
tenham necessidade, incluindo a avaliação sobre programas ulteriores nos termos
das exigências constantes das decisões do Centro do Património Mundial”.
Nesse
sentido, relembra que após a conclusão do estudo da “Avaliação do impacto
patrimonial e concepção urbana da zona ao redor da Avenida do Dr. Rodrigo
Rodrigues”, o Governo submeteu o “conteúdo principal” do estudo ao Centro do
Património Mundial para apreciação. Também sobre esta avaliação a UNESCO pediu
mais detalhes. “Relativamente às informações e dados a serem adicionados após a
decisão, o Governo da RAEM está a acompanhar o caso de acordo com o conteúdo da
decisão”, acrescentou, não adiantando mais detalhes.
O
Governo tem apresentado periodicamente informações sobre estudos e relatórios
ao Centro do Património Mundial, com quem irá manter uma comunicação e
intercâmbio “estreitos”, sobre qualquer assunto relacionado com a preservação e
gestão do Património Mundial de Macau, garantiu ainda o IC.
O
organismo lembra também que o Comité do Património Mundial se congratulou com o
conteúdo do “Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau” por
reunir pareceres do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios e do Centro
do Património Mundial da UNESCO. Segundo Cheang, o plano constitui “um quadro
abrangente e ferramentas eficazes para a preservação e gestão do Património
Mundial de Macau”. Pedro Milheirão – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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