Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Portugal - Equipa liderada por André Antunes da Universidade de São José de Macau descobre novas espécies de bactérias

Uma equipa de investigadores oriundos de Macau, Portugal e Espanha descobriu uma nova espécie de bactéria dentro do género Fodinibius nas salinas de Rio Maior. A mesma investigação, agora publicada na revista International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, propõe ainda a reclassificação da estirpe Alifodinibius salipaludis para Fodinibius salipaludis. Em comunicado, a Universidade de São José (USJ) revela que novas espécies de bactérias recolhidas no mesmo local deverão ser reveladas “nos próximos meses”


Uma equipa de investigadores liderada pelo professor André Antunes, director do Instituto de Ciência e Meio Ambiente (ISE) da Universidade de São José (USJ), descobriu novas espécies de bactérias em amostras recolhidas nas salinas de Rio Maior, em Portugal.

O artigo científico que detalha a caracterização da nova espécie foi publicado no passado mês de Julho na International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, a revista científica oficial do Comité Internacional de Sistemática Procariota e da Divisão de Bacteriologia e Microbiologia Aplicada da União Internacional das Sociedades de Microbiologia (IUMS).

Na publicação, lê-se que “uma nova estirpe bacteriana moderadamente halófila e alcalófila” foi isolada de uma “salina interior na região central de Portugal” – mais concretamente, das Salinas de Rio Maior, em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Ligadas à extracção de sal desde tempos pré-históricos, estas são as únicas salinas de interior em Portugal e também as únicas em pleno funcionamento em todo o continente europeu, destacando-se pela elevada salinidade: a água desta região é cerca de sete vezes mais salgada do que a água do mar.

As “características fenotípicas, a análise filogenética e a caracterização quimiotaxonómica” de uma das estirpes bacterianas recolhidas pelos investigadores diferencia-a das restantes espécies do género Fodinibius.

Em comunicado, a USJ explica que esta nova espécie “cresce melhor em salinidades que são cerca de quatro vezes superiores à água do mar e também prefere condições alcalinas, combinando assim a capacidade de crescer em diferentes extremos ambientais”.

Tendo em conta estas características singulares, a equipa propõe o estabelecimento de uma nova espécie com o nome Fodinibius alkaliphilus, bem como a reclassificação de uma espécie anteriormente conhecida como Alifodinibius salipaludis para Fodinibius salipaludis.

Liderada pelo investigador português André Antunes, a equipa inclui ainda outros investigadores da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, coordenados pela professora Marta Filipa Simões; da Universidade do Minho, com coordenação da professora Lígia Rodrigues; e da Universidade de Sevilha, sob orientação do professor Rafael de la Haba.

“Esta publicação destaca os pontos fortes de Macau na articulação com parceiros dos países de língua portuguesa e espanhola e a sua posição crescente nos domínios da biodiversidade e da biotecnologia”, vinca a USJ. “O estudo destes ambientes extremos é relevante para futuras aplicações num vasto leque de domínios, incluindo o biomédico e o farmacêutico, mas também se estende à descoberta de novos materiais úteis e ao fornecimento de conhecimentos úteis para futuros esforços de exploração espacial”.

A instituição avança ainda que “nos próximos meses” deverão ser tornadas públicas “publicações descrevendo outras espécies novas”, também recolhidas no mesmo local. Carolina Baltazar – Macau in “Ponto Final”


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