O novo ano lectivo na Escola Portuguesa de Macau vai arrancar com todas as turmas e disciplinas a disporem de professores, garantiu o presidente da Fundação EPM. Jorge Neto Valente disse ao Jornal Tribuna de Macau que foram recentemente autorizados pelo Ministério da Educação de Portugal os 36 professores com licença especial – dos quais apenas dois são novos, tendo sido seleccionados no último concurso realizado. Quanto ao número de alunos, de acordo com as matrículas confirmadas até ao momento, são 809, contra os 780 no ano lectivo 2024/2025. As obras no interior do edifício, que estarão concluídas no final deste mês, possibilitam esse ligeiro aumento
Dentro
de sensivelmente três semanas, arranca mais um ano lectivo na Escola Portuguesa
de Macau (EPM) e desta feita não deverá haver qualquer problema de falta de
professores. Tudo aponta, por isso, para que seja um arranque sem sobressaltos.
“Está tudo garantido para o novo ano lectivo, no que diz respeito a docentes
que leccionarão na escola”, disse ao Jornal Tribuna de Macau o presidente da
Fundação EPM (FEPM).
Jorge
Neto Valente revelou que “foram recentemente autorizadas as licenças especiais
dos 36 professores” adstritos ao Ministério da Educação de Portugal, o que
significa que as dificuldades surgidas nos dois anos anteriores não deverão
repetir-se. “Todos os professores que a escola pediu já foram aprovados, não
havendo qualquer problema nesse aspecto”, salientou, acrescentando que, desses
com licença especial, “apenas dois são novos, tendo sido seleccionados no
concurso que realizámos”.
Estes
docentes, recrutados para as disciplinas de Matemática e Geografia, vão cobrir
os que foram embora. “Saíram dois docentes por vontade própria que considerámos
que faziam falta, por isso os substituímos, porque não temos na escola”,
assume.
De
resto, “outros foram embora, mas não fazem falta, portanto não há razão para
substituição, entre os quais alguns que tinham sido dispensados no ano passado
e que o ministro decidiu que deveriam ficar”. Para Neto Valente “agora prova-se
que os horários estão feitos e eles não fazem falta”. Recorde-se de que há uns
meses se soube da saída de seis professores e duas psicólogas da EPM. A
instituição de ensino contará com um total de 80 professores no próximo ano
lectivo.
Relativamente
ao número de alunos efectivamente matriculados para o ano lectivo que começa a
9 de Setembro – um dia depois da recepção aos estudantes -, são nesta altura
809, ligeiramente mais do que os 780 que frequentaram o estabelecimento de
ensino durante o ano lectivo 2024/2025.
Este
pequeno aumento é possível porque as obras de melhoramento no interior do
edifício, que estão prestes a ficar concluídas, permitirão ganhar mais alguns
espaços. “Está a fazer-se tudo o que estava programado e os trabalhos poderão
até terminar antes da data prevista, que é 31 de Agosto”, observa Neto Valente.
No
que respeita ao alargamento de algumas salas de aula, os responsáveis da escola
já haviam reconhecido as mesmas eram muito pequenas, uma vez que foram
divididas ao meio, afirmando que havia má gestão do espaço. Por outro lado,
após a conclusão das obras, consideradas urgentes, os duches passam
praticamente para o dobro, quando anteriormente eram nove, o que permitirá que
mais alunos possam tomar banho mais rapidamente depois das actividades
desportivas no ginásio ou no recinto de jogos.
Custo das obras é suportado pela DSEDJ
O
orçamento das obras é de pouco mais de sete milhões de patacas. A verba será
paga primeiramente pela escola e depois reembolsada pela Direcção dos Serviços
de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). “É assim que agora
funciona, nós adiantamos e mais tarde a DSEDJ dá-nos o dinheiro”, explica o
número um da FEPM.
Os
procedimentos de atribuição de subsídios serão também aplicados para as obras
previstas para o próximo ano. Nessa altura serão gastos cerca de 10 milhões de
patacas, ainda que os trabalhos a serem realizados não tenham a mesma dimensão
dos que agora estão a ser concluídos.
“No
próximo ano, esse orçamento não será só para obras propriamente ditas, também
vai ser aplicado para aquisição de equipamentos informáticos, por exemplo, uma
vez que é necessário substituir computadores, mas igualmente mobiliário, ou
seja, coisas que a gente precisa para a escola”, diz, adiantando que esse
orçamento está pré-aprovado. “Se a escola tiver esse dinheiro disponível,
adianta para a compra dos equipamentos e depois será reembolsada”, esclarece.
A
EPM, no que diz respeito às finanças, vai passar a viver de forma um pouco mais
folgada, em virtude do montante que o Governo de Portugal, através do
Ministério da Educação, disponibilizará, com uma percentagem superior ao que se
verificou durante vários anos.
O
anúncio da reposição dos montantes, feito aquando da deslocação ao território
do ministro luso dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, já teve efeitos
práticos. A verba entrou nos cofres da Fundação sensivelmente a meio de Julho.
Ao abrigo da decisão de Lisboa, a EPM passa a usufruir de um apoio de mais de
um milhão de euros para as despesas da escola, contra os 776 mil que recebeu
nestes últimos anos.
Detendo
51% do capital da Fundação EPM, os sucessivos governos de Portugal reduziram
para 10% a contribuição para as despesas do estabelecimento de ensino, desde o
tempo da “troika”, em 2014, situação que provocou alguma insatisfação nos
dirigentes do estabelecimento de ensino.
Recorde-se
que, em declarações aos jornalistas, durante uma recepção à comunidade
portuguesa, na sua visita efectuada em finais de Março, o ministro dos Negócios
Estrangeiros afirmou que o financiamento estava novamente “nos níveis legais”,
considerando que já não havia razão nenhuma para haver o corte.
Interrogado
sobre se o acréscimo de verba vai aliviar sobremaneira as despesas da EPM,
Jorge Neto Valente considera que isso permitirá “cobrir as despesas sem ir
buscar o capital da Fundação, que era o que acontecia até eu entrar, em
2023/2024”. Nos anos anteriores, afirma, “dava sempre prejuízo e, portanto, era
preciso ir buscar o fundo da Fundação”. “Por aquele caminho, o dinheiro iria
desaparecer, era uma questão de tempo”, comenta.
O
orçamento proposto para a EPM este ano é de 80 milhões de patacas, ligeiramente
superior ao anterior. “Ainda não está aprovado, mas espera-se que fique por
essa verba”, referiu, concretizando que “no orçamento não há déficit, nem
superavit, as despesas igualam as receitas”, aponta, acrescentando que “tem
havido redução das despesas, o que permite gastar dinheiro em coisas que fazem
falta para a escola”.
No
que concerne às relações com o Ministério da Educação de Portugal, afirma que
“são perfeitamente normais” e lembra que a EPM não precisa de estar sempre a
falar com Lisboa, porque a escola “tem autonomia”. “Só precisamos do dinheiro e
que eles nos dêem as licenças, no fundo é isso que nós necessitamos”, finaliza.
Santa Casa apoia 62 alunos no pagamento de propinas
A
Santa Casa da Misericórdia vai apoiar mais de 60 famílias no pagamento das
propinas da Escola Portuguesa, no próximo ano lectivo, avançou a Rádio Macau. O
Provedor da instituição, António José de Freitas, indicou ao Jornal Tribuna de Macau
que, no total, foram recebidos 62 pedidos de apoio, sendo que tinham sido
levantados 66 boletins de inscrição. Segundo revelou, a Santa Casa vai
canalizar, no total, mais de meio milhão de patacas no apoio a estes
estudantes, um valor “ligeiramente superior” ao do ano passado. Mais de mil
alunos beneficiaram já deste subsídio de propinas da Santa Casa, um programa de
apoio que já conta com mais de 25 anos de existência. Vítor Rebelo – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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