Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 18 de março de 2024

Macau - Universidade de São José espera atrair alunos da República Popular da China com protocolos de cooperação

O recente acordo firmado entre a Universidade de São José e a Universidade Católica Portuguesa, que vai possibilitar que os alunos das duas instituições obtenham um grau duplo de licenciatura em Comunicação e Media, pode ajudar “a uma futura possibilidade de recrutamento de alunos da China Continental para a USJ”, segundo referiu à Tribuna de Macau o vice-reitor Álvaro Barbosa. Ao protocolo com a Católica vão suceder-se outros intercâmbios do género, como por exemplo no Vietname


O desenvolvimento de graus duplos de licenciatura está a ser cada vez mais uma aposta das instituições de ensino superior e o acordo recentemente assinado entre a Universidade de São José (USJ) e a Universidade Católica Portuguesa (UCP) é disso exemplo.

Na sequência de protocolos semelhantes, a USJ terá a possibilidade de recrutar alunos no Interior da China. “O desenvolvimento de graus duplos é algo que nós ainda não tínhamos começado a fazer com a nossa universidade parceira em Portugal e que, na verdade, foi espoletado por uma visita que a USJ fez à Católica em Lisboa, na sequência da qual lhe sugeriu a ideia de desenvolver graus duplos connosco, como algo que seria do interesse local, nomeadamente até no que diz respeito à nossa futura possibilidade de recrutarmos alunos da China Continental”, disse Álvaro Barbosa.

Sobre o acordo propriamente dito, o Jornal Tribuna de Macau tinha já registado as declarações de um representante da UCP, concretamente o director da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica, Nelson Ribeiro, e ouviu agora o vice-reitor da USJ, que destaca a importância deste tipo de colaborações.

“Este sistema é uma espécie de intercâmbio que as universidades começam cada vez mais a desenvolver e é do interesse dos alunos, sendo uma boa prática, perfeitamente dentro da legalidade de reconhecimento de créditos e dentro daquilo que são as legislações de cada um dos territórios ou países”, referiu. Por isso, a USJ está a desenvolver graus duplos com várias universidades, “nomeadamente no Vietname, e vamos anunciar isso muito proximamente”.

Este protocolo estabelecido com a UCP resulta, ainda segundo Álvaro Barbosa, “de uma colaboração a vários níveis com aquela universidade, mas o desenvolvimento de ‘double degrees’ ainda não tinha começado a ser feito com a UCP”, acrescentando que “este é o primeiro dos programas que nós desenvolvemos, porque havia realmente uma grande afinidade e proximidade até na participação e colaboração entre os professores e intercâmbio de alunos na área da Comunicação e Media”.

O protocolo rubricado terá ainda “um processo de acerto dos mecanismos de reconhecimento de créditos”, que é um processo administrativo. “Mas a nossa expectativa” – prossegue o vice-reitor da USJ – “é de, quanto antes, podermos oferecer esta possibilidade a todos os alunos, tanto da Católica em Portugal como da USJ em Macau, sendo realmente um mecanismo extraordinário para os estudantes terem uma formação internacional e uma experiência diferente do que é a formação tradicional”.

Esta parceria, “estruturada ao nível institucional e reconhecida até mesmo a nível de diplomas”, permitirá aos alunos de licenciatura da área de Ciências da Comunicação a obtenção de um grau duplo, recebendo diplomas de ambos os estabelecimentos de ensino quando finalizarem os cursos.

Ao abrigo do acordo, os alunos de Macau terão de estudar dois anos no curso de Comunicação e Media da USJ e outro período de dois anos na licenciatura da UCP. Isso possibilitará que os estudantes realizem aprendizagens em dois continentes e estudem diferentes áreas da Comunicação em contextos geográficos e culturais diversos, o que constitui uma mais-valia para a sua formação, segundo disse Nelson Ribeiro a este jornal.

Este tipo de colaboração, conclui o professor Álvaro Barbosa, “é um mecanismo cada vez mais utilizado no intercâmbio e na internacionalização, porque tem a vantagem de não obrigar a criar um programa novo”. Vitor Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”


Sem comentários:

Enviar um comentário