Stleva, é uma manifestação cultural santomense muito antiga que só sai à rua uma única vez por ano. Acontece na quarta-feira da Semana Santa.
«É
uma manifestação para simbolizar a treva ou a escuridão por que passou Jesus
Cristo no período da Quaresma. Ela sai uma vez por ano, à meia-noite em ponto,
batendo à porta das pessoas pedindo licença para entrar. Entram e cantam para
as pessoas» – explica Afonso Januário, técnico da Direção-geral da Cultura.
As
músicas são um retrato da sociedade.
«É
um pouco na base de sátiras. O que acontece na sociedade no dia-a-dia é que
pegam e compõem as suas peças musicais. É uma manifestação muito bonita. Pois,
diferente do Carnaval que são três dias, a stleva tem apenas um dia».
Os
fazedores da stleva, treva ou escuridão em português, vão desaparecendo
paulatinamente e são poucas heranças que têm deixado à nova geração. Com isso,
esta manifestação cultural exclusiva da ilha de São Tomé, está em risco de
extinção.
«Sobretudo
a stleva é cantada em língua nacional Santomé. Significa dizer que para um
jovem cantar a stleva ele tem de dominar o Santomé, o que é um défice no
contexto da nossa juventude. Daí que é preciso ensinar os jovens a falar o
Santomé para depois levá-los a criar também grupos de stleva como forma de
manter viva a tradição. É difícil, mas o estado tem de encarrar isso como uma
prioridade para salvar este elemento cultural emblemático que é preciso
preservar» – destacou Afonso Januário.
Atualmente,
apenas quatro grupos de stlevas ainda sobrevivem. A preservação desta
manifestação cultural afigura-se como tarefa prioritária. José Bouças – São Tomé
e Príncipe in “Téla Nón”
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