Decorreu no sábado, dia 9, uma sessão intitulada “Mudam-se os Tempos, mudam-se as vontades: as perguntas sem resposta de Luís Vaz de Camões”, que contou com um painel moderado por Sara Augusto e com a presença de Kenneth David Jackson e Felipe de Saavedra, autores e estudiosos da obra do poeta português. Entre estes figurava o ilustrador Fido Nesti e a sua obra de banda desenhada baseada no clássico “Os Lusíadas”. Recordando com os presentes que o estudo de trechos de “Os Lusíadas” é obrigatório nas escolas brasileiras, o autor partilhou que foi a convite da editora Peirópolis que se lançou da adaptação da história para banda desenhada
“Foi
uma surpresa, porque já se tinham passado tantos anos desde os meus tempos de
estudos e tive que ir buscar na memória o que me tinha chamado mais atenção
durante a leitura”. Relendo o livro inteiro, selecionou os cantos que lhe
despertaram mais a atenção e foi “costurando”. Aludindo-se ao tamanho singelo
do livro de BD, diz que este é apenas um “aperitivo”, e não se compara com a
dimensão da epopeia original. “É justamente isso, ele funciona como um
aperitivo para despertar o interesse dos leitores mais jovens”, que o autor diz
terem resistência a livros, e preferirem antes os telemóveis.
Fido
Nesti esclareceu ainda que o texto do livro é em português de Portugal,
retirado do original, da primeira edição. A escolha dos episódios foi feita no
sentido de resumir as experiências da obra. “Mostra o episódio da Inês de
Castro, da ilha dos amores, e do gigante Adamastor. Mostra um pouco da viagem
de Vasco da Gama pelas Índias, e do contraponto do velho do Restelo, que sempre
achei muito interessante na altura em que estudei a obra na escola”. O autor
acrescentou ainda que também quis colocar o próprio Camões como personagem,
“falando com o leitor e fazendo a ponte entre um canto e outro”, algo que
considerou interessante porque “a vida de Camões é um caso aparte”, e assim os
leitores iriam também, para além de “Os Lusíadas”, querer saber e ir desse modo
“atrás da vida de Camões, pesquisando sobre o assunto”. Rita Gonçalves –
Macau in “Ponto Final”
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