Wu Zhiliang, presidente da Fundação Macau, quer mais programas de intercâmbio de estudo entre Macau, o interior da China e os países de língua portuguesa, de forma a levar mais alunos lusófonos a estudar no território e no Continente e vice-versa. A proposta foi apresentada à Conferência Consultiva Política do Povo Chinês na qualidade de representante de Macau, e Wu Zhiliang espera ainda “promover mais a cultura e os valores chineses” nos países lusófonos
“Macau
tem laços históricos e culturais com Portugal e outros países de língua
portuguesa”, razão que motivou Wu Zhiliang a sugerir criar uma aliança para o
ensino do português na China, que tem uma base estabelecida em Macau. O membro
da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) pretende que essa
aliança coopere com a Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP)
e instituições de ensino, para que as duas partes enviem, reciprocamente,
alunos para estudar a língua e a cultura da outra parte.
Numa
proposta enviada ao órgão consultivo do governo chinês, o também presidente da
Fundação Macau disse esperar que a futura aliança crie programas de intercâmbio
de estudo que facilite a mobilidade académica dos alunos, a fim de “dar aos
estudantes chineses a oportunidade de estudar português nos países lusófonos e,
ao mesmo tempo, convidar os estudantes dos países lusófonos a virem à China
para melhorarem as suas competências linguísticas na prática”.
Wu
Zhiliang, citado pelo Jornal Ou Mun, salientou a necessidade de organizar,
conjuntamente entre a China e os países de língua portuguesa, diversas
actividades culturais, tais como festivais de cinema, concertos, exposições de
arte, entre outros, de modo a promover a compreensão e apreciação mútua das
culturas lusófona e chinesa, em particular por parte dos jovens estudantes.
“Nos
últimos anos, o ensino da língua portuguesa na China começou em diferentes
instituições de ensino superior. Há actualmente mais de 50 universidades do
interior da China a oferecer cursos do português, com mais de 3000 professores
e estudantes”, destacou.
Neste
caso, Wu Zhiliang sublinhou que a criação de uma aliança de ensino do português
tem como objectivo promover melhor as actividades pedagógicas na China e elevar
os seus padrões profissionais. “Especialmente no estudo dos países lusófonos
com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, precisamos de colaborar
e promover o intercâmbio e a compreensão mútua entre civilizações”, frisou. O
presidente da Fundação Macau, na sua proposta, não se esqueceu também de
apontar que a referida aliança pode ainda promover, junto aos países de língua
portuguesa, a cultura tradicional chinesa, os valores chineses e os conceitos
chineses, através de Macau enquanto uma ponte de ligação sino-lusófona.
O
intercâmbio entre professores é igualmente indispensável, considera Wu
Zhiliang. Na sua opinião, devem ser promovidas visitas de curta duração,
seminários, observações de ensino, bem como a partilha entre as partes de
recursos pedagógicos incluindo materiais didácticos, cursos online,
métodos de ensino e instrumentos de avaliação, medidas que ajudam a troca de
experiências de ensino e melhoram a qualidade e a eficiência do ensino dos
doentes de ensino de línguas aplicadas.
O
representante de Macau na CCPPC ambiciona incentivar as entidades relevantes em
Macau, no interior da China e nos países lusófonos a realizarem investigação e
cooperação nos domínios da metodologia do ensino do português, da aprendizagem
da língua e da comunicação intercultural, contribuindo ao estudo académico com
os seus resultados da investigação.
Apelando
ao apoio do governo, Wu Zhiliang indicou que a formação de uma aliança deste
tipo precisa do apoio político e financeiro, no entanto, é necessário também
uma fiscalização, com avaliação regular da eficácia das actividades, para
garantir a melhoria e o desenvolvimento contínuo dos projectos de cooperação. Catarina
Chan – Macau in “Ponto Final”
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