O
Dia Internacional da Língua Materna é celebrado neste 21 de fevereiro para
promover a diversidade linguística e cultural, e o multilinguismo.
No
mundo inteiro, 40% da população não tem acesso à educação num idioma que fala
ou entende. A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura,
Unesco, afirma que o direito à língua materna é um direito humano que precisa
ser garantido.
Educação multilíngue
O
tema do Dia Internacional da Língua Materna este ano é “Ensino multilíngue, uma
necessidade para transformar a educação”. A agência estima que haja mais de 6
mil línguas no mundo, a maior parte delas é de línguas indígenas.
Segundo
o Instituto Internacional de Língua Portuguesa, IILP, somente no universo dos
países lusófonos, existem mais de 330 línguas.
A ONU News conversou com a escritora brasileira Andrea Del Fuego. De São Paulo, ela ressaltou a importância deste dia e da língua materna para o desenvolvimento.
“Quando
a gente fala esse termo na língua materna já até dizendo ali tanta coisa. A
primeira voz, a primeira fala, as letras. Enfim, essa coisa de você pensar,
sonhar e vivenciar sempre esse mesmo lugar é uma espécie de espaço habitado. E
eu nunca morei fora dessa casinha, da minha língua materna porque, embora meus
livros tenham sido traduzidos para outras línguas, eu nunca morei fora do país,
por exemplo. Então, eu leio em algumas línguas, no espanhol, arranho um pouco o
inglês e o francês. Mas a vivência da língua como vivente de outro lugar, tendo
essa estrada dupla, digamos assim, eu nunca vivenciei. Então eu digo que eu
tenho a língua materna como a minha única casa”.
Segundo
as Nações Unidas, a educação multilíngue vem crescendo, conforme também aumenta
a compreensão de sua importância, especialmente na educação infantil.
Línguas indígenas
O
tema do dia internacional está alinhado com as recomendações feitas durante a
Cúpula Transformando a Educação, que aconteceu na sede da ONU, em setembro
passado. Ali foi dado ênfase à educação e às línguas dos povos indígenas.
De
acordo com as Nações Unidas, a educação multilíngue baseada na língua materna
facilita o acesso e a inclusão na aprendizagem de grupos populacionais que
falam línguas não dominantes, línguas de grupos minoritários e línguas
indígenas.
O
Dia Internacional da Língua Materna reconhece que as línguas e o multilinguismo
podem promover a inclusão, e o foco dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável em não deixar ninguém para trás.
Uma língua familiar
A
Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco,
incentiva e promove a educação multilíngue baseada na língua materna ou
primeira língua.
A
ideia é que a educação comece no idioma que o aluno mais domina e depois
gradualmente, sejam introduzidas outras línguas.
Segundo
a Unesco, essa abordagem permite que os alunos cuja língua materna é diferente
da língua de instrução façam a ponte entre a casa e a escola, descubram o
ambiente escolar numa língua familiar e, assim, aprendam melhor.
Comemorações
O
Dia Internacional da Língua Materna, uma proposta do Bangladesh, foi proclamado
pela Unesco em novembro de 1999.
Este
ano, a Missão do Bangladesh nas Nações Unidas organiza na sede da ONU, nesta
terça-feira, uma discussão com altos funcionários das Missões incluindo
Bangladesh, Dinamarca, Guatemala, Hungria, Índia, Marrocos e Timor-Leste.
Representantes
do Secretariado da ONU e da Unesco também estão convidados.
O
evento das 15h às 17h, horário de Nova Iorque pode ser visto pela internet aqui. ONU News – Nações Unidas
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