José Pereira Coutinho quer respostas claras do Governo sobre a concretização do Acordo Quadro de Cooperação entre a RAEM e Portugal. Sublinhando a importância do desenvolvimento das relações históricas e culturais entre as duas partes, o deputado pretende saber que medidas vão ser adoptadas e futuramente concretizadas pelas autoridades competentes, na sequência do recente regime de abertura total das fronteiras
O
acordo de cooperação entre Macau e Portugal, que confere uma dimensão
particular às relações entre as duas partes, é o tema abordado por José Pereira
Coutinho, numa nova interpelação escrita enviada ao Governo.
O
deputado utiliza o termo “quo vadis?” (Para onde vais?) para recordar
que, em Julho de 2001, foi publicado em Boletim Oficial, um aviso do Chefe do
Executivo respeitante ao Instrumento Bilateral sobre a Amizade e Cooperação,
denominado Acordo Quadro de Cooperação entre Macau e Portugal. Pereira Coutinho
quer por isso saber o ponto da situação, mediante “respostas claras, completas
e coerentes”, sobre “que medidas vão ser implementadas e concretizadas” agora
que as fronteiras se abriram, na sequência do levantamento da esmagadora
maioria das restrições anti-covid.
Inicialmente,
dirigentes de Macau e Portugal reuniam-se de dois em dois anos para avaliar e
desenvolver o acordo, que passava por áreas como economia, cultura, justiça,
entre outras. A partir de 2014, os encontros eram anuais, com o objectivo de
analisar e aprofundar a execução dos diversos compromissos assumidos, incluindo
a possibilidade de cooperação, em outros domínios, por via da Comissão Mista.
“Nos
últimos anos, deixou de reunir, muito derivado da prolongada pandemia. E agora,
que medidas vão ser adoptadas quer da parte do executivo, legislativo e
judicial, no âmbito do estreitamento das relações bilaterais acordadas entre a
RAEM e a República Portuguesa por via do Acordo?” questiona Pereira Coutinho,
para acrescentar:
Pereira
Coutinho questiona o Executivo sobre “as principais razões”, após a vigência do
Acordo Quadro de Cooperação entre a RAEM e Portugal, ter havido um número
reduzido de reuniões das Comissão Mistas e “qual a avaliação, seguimento e os
resultados dos vários memorandos que foram assinados, por exemplo, no domínio
do turismo, energia, investimento, empreendedorismo, logística, ambiente,
cooperação científica, jurídica, judicial, incluindo o resultado das
deputações, ensino e divulgação das línguas oficiais”.
Recorde-se
que os compromissos de cooperação preconizavam também a intensificação das
visitas regulares e recíprocas de membros dos executivos dos dois lados, ou de
membros das diversas instituições. Essas iniciativas visam a troca de
informações e exame de questões de interesse comum, incluindo a realização
conjunta de estudos e projectos de desenvolvimento industrial e acções
tendentes ao desenvolvimento dos meios de comunicação, nomeadamente na área das
telecomunicações. Vitor Rebelo – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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