Cidade
da Praia - A nova obra de Carlos Araújo, “As Portas do Tempo”, lançada
na Praia, é um livro que aborda várias problemáticas num só volume, mormente a
pedofilia e o assédio sexual.
Carlos
Araújo, autor de 11 obras publicadas, dá agora à estampa o romance em que o
escritor da ilha de Santo Antão disserta também sobre a política, mas sobretudo
sobre as portas do tempo com a pretensão de levar o público a pensar sobre a
estadia, enquanto seres humanos, no planeta.
Conforme
explicou o também engenheiro eletrotécnico, é uma obra que traz muitas
interrogações acerca das oportunidades. “Como é que se consegue viver de certa
forma? Porque isto?”, exemplificou.
No
entanto, sublinhou Carlos Araújo, é um livro que faz rir, apesar de ser muito
sério e não cómico, mas que foi escrito com a ideia de que as pessoas tenham o
prazer durante a leitura.
“O
livro aborda temas diferentes ao longo do percurso das personagens, e
pertinentes dentro da sociedade em que vivemos, onde vem abalar todas as
mazelas e todos os preconceitos”, disse o autor, para quem o livro acaba por
mostrar um caminho também que os leitores poderão descobrir na obra.
“As
portas do Tempo é porque o livro em si é baseado na ideia de que temos
diversas portas à nossa frente, portas que estão a abrir a todo momento e a
nossa própria chegada ao mundo é através de uma porta que abre para entrarmos e
também que abre para sairmos”, adiantou, explicando o porquê do título.
Quanto
às expectativas, mencionou Carlos Araújo, passa por fazer os cabo-verdianos a
entenderem que a escrita não é de uma “elite, e sim de todos”.
Acredita,
igualmente, que “As Portas do Tempo” irá fazer seu caminho talvez no
exterior, não só porque em Cabo Verde não se tem hábito de leitura, mas, como
“quase tudo nesta terra é travado para elites que não permite muitas vezes
abertura destas portas”.
“Vivemos
de rótulos, de preconceitos, de ideias pré-formadas, para além da dificuldade
de leitura, grande parte dos quadros não tem hábito de leitura. Mas a
população, pelo menos em São Vicente, há muito boa gente que lê e tem hábito de
leitura sem terem grandes formações”, salientou.
Carlos
Manuel de Melo Araújo nasceu em 1950 na vila do Paul, Santo Antão, e é
licenciado em Engenharia Electrotécnica pelo IST de Lisboa.
É
autor de 11 livros publicados e ganhou o prémio SONANGOL de Literatura com o
livro “Na Corda Bamba”.
“É
dramaturgo e actor, tendo escrito e participado em várias peças. Um cidadão
crítico atento que privilegia a mudança em detrimento do conservadorismo e
falta de criatividade dos poderes”, lê-se na sua biografia. In “Inforpress”
– Cabo Verde
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