A obra, ainda sem data de lançamento marcada, procurará, acima de tudo, partilhar a história de vida do poeta português com um público que não fale português. Christopher Chu, um dos autores, explicou ainda ao Ponto Final que o livro dedicado ao expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa deverá seguir uma fórmula semelhante à do primeiro livro editado pela dupla, intitulado “Macau’s Historical Witnesses”, recentemente editado
Depois
de “Macau’s Historical Witnesses”, a dupla Christopher Chu e Maggie Hoi está já
a preparar o seu próximo livro que versará sobre a vida do poeta português
Camilo Pessanha em Macau.
Numa
breve conversa com o Ponto Final, Christopher Chu revelou que, juntamente com a
colega, estão a trabalhar numa publicação que seguirá uma fórmula semelhante à
do primeiro livro, que é contar histórias com envolvimento. “Estamos também a
trabalhar num segundo livro que se debruça sobre a vida de Camilo Pessanha em
Macau seguindo uma fórmula semelhante à do primeiro livro”, confidenciou,
enquanto explicava os planos que tinham para a promoção de “Macau’s Historical
Witnesses”.
Chu
contou ao nosso jornal que a ideia de escrever sobre o expoente máximo do
simbolismo em língua portuguesa começou numa conversa que teve no restaurante
Albergue 1601, no bairro de São Lázaro, onde existe uma sala dedicada ao poeta.
“Foi-me proposto que fizesse um pouco de pesquisa sobre Pessanha e a sua vida.
Como já estávamos a escrever o primeiro livro, acabámos por encontrar um tema
muito interessante. Na verdade, quando aconteceu o surto no ano passado, tive
mais tempo em mãos e encontrei uma boa história”, referiu o autor.
Portanto,
o novo livro sobre Camilo Pessanha procurará focar-se, essencialmente, na vida
do poeta português em Macau, no método que os autores fizeram com o primeiro
livro. “De certa forma, Camilo torna-se na nossa próxima testemunha histórica
de Macau. Enquanto o primeiro livro se concentra no tangível, o próximo
concentrar-se-á nos intangíveis”, explicou Christopher Chu, revelando ainda que
o livro será escrito em inglês, principalmente para “partilhar a história de
Pessanha com um público que não fale português”.
Nascido
em Coimbra em 1867, Camilo Pessanha, que durante algum tempo ficou desconhecido
da grande maioria das pessoas, foi um poeta que hoje é considerado o
representante mais genuíno do simbolismo português, uma corrente literária que
teve impacto da literatura no final do século XIX, início do século XX. O
português, que veio viver para Macau em 1894, onde chega a 10 de Abril,
escreveu Clepsidra, livro que acabou por ser publicado em 1920 graças aos
esforços de Ana e João de Castro Osório, amigos do poeta. É o único livro do
autor conimbricense publicado até hoje, ele que morreu a 1 de Março de 1926, em
Macau, diz-se devido ao uso excessivo de ópio e a uma tuberculose. Está
sepultado no Cemitério São Miguel de Arcanjo.
A
poesia simbolista possui objectivos metafísicos e busca a utilização da
linguagem literária como instrumento de desenvolvimento cognitivo,
encontrando-se entre o mistério e o misticismo. Em Portugal, para além de
Pessanha também se destacam os nomes de Eugénio de Castro, António Nobre ou
Augusto Gil.
O
movimento simbolista – que nasceu na França – durou aproximadamente até 1915,
altura em que se iniciou o modernismo, corrente de onde nasceram poetas que,
mais tarde, constituíram a chamada geração Orfeu e de onde se destacam nomes
como Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro ou Almada Negreiros. Gonçalo
Pinheiro -Macau in “Ponto Final”
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