Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Macau - Património, língua e economia são preocupações do novo cônsul-geral de Portugal

Numa apresentação à comunicação social portuguesa e inglesa, Alexandre Leitão reiterou ainda que uma das prioridades incontornáveis passa por assegurar a resposta dos serviços consulares. O diplomata deseja ainda que “um maior número de portugueses possam vir aproveitar e enriquecer” em Macau, uma vez que “isto é uma estrada com dois sentidos”. Também na mesma conversa, o director do IPOR, Joaquim Coelho Ramos, admitiu aos jornalistas ainda não saber quem o irá substituir, e quando, à frente da entidade


O novo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong continua a apalpar terreno. Depois do encontro com o Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China na RAEM, Liu Xianfa, uma recepção da Câmara de Comércio Europeia em Macau, onde foi nomeado copresidente honorário, uma visita à Escola Portuguesa de Macau (EPM) e de uma audiência com o Chefe de Executivo de Macau, Ho Iat Seng, foi a vez de Alexandre Leitão dar-se a conhecer e ouvir as opiniões de jornalistas portugueses.

Depois de se apresentar, bem como apresentar o novo delegado da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal e, igualmente, vice-cônsul para Assuntos Comerciais e Investimento, Bernardo Almeida Pinho, Alexandre Leitão fez questão de reiterar perante os profissionais de comunicação social algumas das prioridades estabelecidas pelo Governo português para o desempenho no novo cargo.

Aos presentes, o diplomata assumiu objectivos que passam pela “valorização do património cultural português e do papel da língua portuguesa, bem como pelo aproveitamento das oportunidades económicas regionais num mercado tão alargado como é o chinês, com destaque para a Grande Baía”. Aliás, o novo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong considera mesmo que a Grande Baía é um mercado aliciante para os empresários portugueses, apesar de admitir que não é fácil entrar sem uma boa estrutura de suporte.

Alexandre Leitão referiu ainda aos jornalistas que uma das prioridades incontornáveis da missão em Macau “passa por assegurar a resposta dos serviços consulares, sobretudo num período em que em Macau e em Hong Kong se verificou uma explosão de procura”, após três anos de fortes restrições fronteiriças nestes dois territórios.

O diplomata comentou ainda a debandada de portugueses de Macau nos últimos anos. “Desde logo houve aqui o factor muito especial que foi a Covid-19. Penso que ainda estamos numa fase em que ainda é um pouco difícil discernir o que se se deve a uma alteração de vida durante um período particularmente difícil para todos nós ou se foi outra alteração de vida. Não sabemos se a retoma a uma normalidade será reflexo da retoma a um fluxo que é desejável (…) Portugal tem, hoje, gente muito bem preparada para exercer qualquer tipo de função em qualquer parte do mundo”, referiu, desejando que “um maior número de portugueses possam vir aproveitar e enriquecer” em Macau, uma vez que “isto é uma estrada com dois sentidos”.

Na apresentação, para além do chanceler Manuel Ricardo da Silva, esteve igualmente Joaquim Coelho Ramos. O ainda director do Instituto Português do Oriente e também vice-cônsul para Educação e Cultura está de passagem pelo território, mas ainda não sabe quem e quando irá surgir um nome que o suceda nas funções. Aos jornalistas, o responsável admitiu que o processo conheceu algumas dificuldades devido às restrições pandémicas da Covid-19 e, até ver, mesmo trabalhando à distância em Portugal, continuará a ser o director da entidade. “Há outras prioridades para o Governo português neste momento. Foi a Covid-19 primeiro, depois o conflito na Ucrânia, enfim, terei de aguardar pelo fim do processo” que, lamentou, pode arrastar-se por mais algum tempo, apesar de ter esperança que em Março possam surgir novidade quanto ao sucessor. Gonçalo Pinheiro – Macau in “Ponto Final”


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