“Grande Finalíssima de Empreendedorismo” distinguiu os projetos mais inovadores dos alunos da FCT NOVA
E
se um dispositivo eletrónico com sensores ultrassónicos para bengalas
transformasse a mobilidade das pessoas invisuais? Esta foi a proposta da
Easywalk, o projeto vencedor da 11ª edição do programa de empreendedorismo da
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT NOVA),
que decorreu esta sexta-feira, 24 de fevereiro, no campus universitário da
Caparica, em Almada. “Somos uma escola de ciências e tecnologia, aqui faz-se
mesmo”, afirmou José Júlio Alferes, diretor da FCT NOVA, em declarações ao Almadense.
“O
nosso principal objetivo é transformar a qualidade de vida das pessoas
invisuais”, explicou Ricardo Cutileiro, aluno da FCT NOVA e CEO da Easywalk.
Com esse objetivo, uma equipa de cinco alunos desenvolveu um dispositivo de
navegação apto para qualquer bengala, com sensores ultrassónicos que deteta
qualquer objeto à sua frente, com GPS e um botão SOS integrados e conectado a
uma aplicação no telemóvel.
“Com
o nosso produto e a vossa ajuda, podemos tornar este mundo mais acessível e um
sítio melhor para todos”, disse Ricardo Cutileiro na apresentação e demonstração
do protótipo que criou com os alunos Ricardo Carvalho, Gonçalo Santos, Beatriz
Lourenço Franco e Rita Margarida Pratas Nunes. Estes são projetos com foco na
sustentabilidade e, como explicou José Júlio Alferes, “as ciências e as
engenharias estão no centro de como se faz um mundo mais sustentável”. As
oportunidades de negócio também estão alinhadas com a sustentabilidade do
planeta, assegura o diretor da FCT NOVA.
A inovar e empreender há mais de uma década na FCT
Neste
programa de empreendedorismo universitário participaram mais de mil alunos,
divididos em 200 equipas. Os alunos do primeiro ano dos cursos de mestrado da
escola foram desafiados a desenvolver um projeto tecnológico e sustentável
acompanhados por uma equipa de 22 professores. O programa decorreu ao longo de
cinco semanas, em que os estudantes colocaram os seus conhecimentos técnicos e
científicos ao serviço da imaginação para criar ideias inovadoras e novos
produtos ou serviços.
Na
“Grande Finalíssima de Empreendedorismo” o segundo lugar coube ao projeto
GlucoInk, que apresentou uma tatuagem que muda de cor em função do nível de
glicemia no sangue para pessoas com diabetes. A tatuagem é indolor,
personalizável, dura seis dias, está conectada a uma aplicação para telemóvel e
tem um custo inferior a 20 euros por mês. Em terceiro lugar ficou o projeto
Nitrohacks, uma tecnologia que permite a limpeza de um gás que causa um impacto
no ambiente 300 vezes mais prejudicial do que o dióxido de carbono, o óxido
nitroso. Os três projetos vencedores contam com prémios monetários, no valor de
2500 euros para o primeiro lugar, 1500 euros para o segundo lugar e 750 euros
para o terceiro lugar.
Os
alunos da FCT NOVA contaram também com prémios atribuídos pelas cinco empresas
patrocinadoras que apoiam o programa. A ASSECO distinguiu o projeto
Immunosticker, a Jerónimo Martins distinguiu a equipa Sellfresh. Por sua vez, a
NTTDATA e a EY atribuíram o um prémio ao Volight Glass, enquanto que a NOS
dintinguiu também a ideia vencedora Easywalk. Na sessão também foram distinguidos
os melhores vídeos promocionais das dez equipas finalistas. “Trazemos as
empresas para dentro da escola, para conhecerem os projetos que estão a ser
desenvolvidos e ao mesmo tempo desafiar os alunos a entrarem em contacto com o
meio empresarial”, explica Fernanda Llussá, professora e Coordenadora de
Empreendedorismo da FCT NOVA. “O que estamos a fazer aqui é a criar esse
ecossistema de ligação com as empresas”, assegura.
A
sessão final de apresentação dos projetos dos alunos da unidade curricular
“Empreendedorismo” teve como oradores Rui Tomás, da Jerónimo Martins, Miguel
Lúcio, da ASSECO, Pedro Fonseca, da NTT DATA, José Pedro Teixeira, da NOS, João
Pestana Pires, da EY, David Olim, da FootAR. A moderar a “Grande Finalíssima de
Empreendedorismo” esteve Miguel Gonçalves, do Magma Studio.
No futuro “fazer melhor e diferente”
Na
11ª iniciativa de empreendedorismo da faculdade, José Júlio Alferes afirma
“julgo que é chegado o momento de olhar para todas estas soft skills
(habilidades comportamentais) que estamos a dar, a forma como organizamos as
coisas e pôr tudo em causa para ver como podemos fazer melhor e diferente”.
Esta discussão que vai continuar durante o próximo ano na faculdade avança o
diretor da Universidade. Uma coisa é certa “uma iniciativa com esta dimensão,
direcionada para desenvolver a imaginação e o espírito empreendedor dos
estudantes irá sempre continuar, em que moldes vamos ver”, garantiu.
Desde
a sua primeira edição, em 2013, a FCT NOVA através da unidade curricular de
empreendedorismo já capacitou mais de 7500 alunos, envolvendo 250 empresas, 750
oradores convidados e dando lugar a mais de 1500 ideias de negócio tecnológicas
e inovadoras. Como afirmou o orador João Pestana Pires, da EY, “é excelente ver
a inovação, o espírito empreendedor e a qualidade que temos neste momento.
Vamos em frente para o mercado de trabalho”. Andreia Gonçalves – Portugal in “Almadense”
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