Cidade
da Praia – Cabo Verde, após cinco anos sem registar um caso autóctone de
paludismo e distinguido pela OMS por este feito, vai receber, este ano, o
certificado da eliminação da doença, disse o coordenador do PNLP.
António
Moreira deu estas informações em conferência de imprensa convocada pelo
Ministério da Saúde para a divulgar a distinção recebida por Cabo Verde da
Organização Mundial da Saúde (OMS), na África do Sul, durante o 4º Fórum Global
de Países em vias de Eliminação da Malária, que aconteceu de 24 a 26 de Janeiro
de 2023.
“Fomos
premiados pela OMS como um país que deu passos significativos para um bom
desempenho no processo da eliminação do paludismo e com óptimos resultados
conseguidos nos últimos quatro anos consecutivos e com zero casos autóctones”,
disse ressaltando que o país já, por duas vezes, na década de 60 e 70, tentou
chegar a eliminação, mas devido ao foco da doença na ilha de Santiago não
conseguiu.
Lembrou
ainda que Cabo Verde já foi fustigado por várias epidemias relacionadas com
transmissão vectorial, sendo em 2009 com dengue, 2015 com Zika e 2017 a
epidemia do paludismo concentrada na Praia, com 423 casos locais e um óbito.
“Em
Janeiro de 2018, na sequência desta epidemia e com os trabalhos realizados, na
luta contra o paludismo, deixamos de ter casos locais e já lá vão cinco anos e
um mês”, acrescentou, avançando que o país, devido a esse progresso, solicitou
a OMS a certificação da eliminação do paludismo.
O
coordenador do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo (PNLP), que se
referiu sobre o processo levado a cabo para cumprir com as recomendações dos
especialistas da OMS na área, sublinhou ainda que com este certificado Cabo
Verde terá um maior trabalho na vigilância das portas de entradas, assim como
nas zonas potenciais da criação de larvas.
O
país, conforme António Moreira, tem um vector único que provoca a doença e que
tem vindo a ser monitorizado constantemente, sendo que estudo realizado em 2010
indicou que as ilhas do Maio, Sal e Brava não tinha vector de paludismo.
“Em
2017 e 2018 o laboratório de entomologia médica do Instituto Nacional da Saúde
Pública publicou avanços em termos de ilhas sem vector em que de dois passamos
para cinco ilhas sem vector”, explicou.
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