Carlos Redondo vai produzir hidrogéis com biomateriais supramoleculares para serem usados como veículos de entrega de medicamentos para tratar o glioblastoma multiforme
Durante
os próximos dois anos, o investigador Carlos Redondo, natural da Costa Rica,
vai integrar e desenvolver o seu projeto de investigação no Instituto de
Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) no âmbito das
prestigiadas bolsas de pós-doutoramento Marie Skłodowska-Curie (MSCA-PF),
atribuídas pela União Europeia.
O
financiamento atribuído a Carlos Redondo, no valor de 157 mil euros, vai
financiar o projeto D-PhosMate, que pretende aumentar as opções terapêuticas
para o glioblastoma multiforme, um tipo de tumor cerebral de rápido crescimento
e muito agressivo.
Carlos
Redondo, químico de formação, explica que escolheu o grupo do i3S «Molecular
Biomaterials», da investigadora Helena Azevedo, devido à sua “reputação
internacional na área da aplicação de péptidos com capacidade de
auto-organização em bionanotecnologia, bem como na excelente infraestrutura
científica proporcionada pelo instituto. Estas condições únicas irão facilitar
a translação do D-PhosMate para a prática pré-clínica e clínica”.
No
âmbito do seu projeto, Carlos Redondo vai produzir hidrogéis com biomateriais
supramoleculares para serem usados como veículos de entrega de agentes
terapêuticos. Os hidrogéis, explica o investigador, “são biocompatíveis,
biodegradáveis, o seu desenho molecular minimiza possíveis respostas imunes
indesejáveis, e seriam facilmente produzidos em larga escala”. Além disso,
acrescenta, “podem ser carregados com fármacos ou células e administrados de
forma minimamente invasiva através de injeção direta em tecidos superficiais ou
através de cateteres em tecidos profundos”.
O
trabalho que Carlos Redondo vai desenvolver tem em vista duas aplicações muito
concretas destes hidrogéis: “O tratamento pós-operatório do glioblastoma
multiforme e a realização de estudos in vitro sobre os mecanismos moleculares
responsáveis pelas calcificações ectópicas de vários órgãos, nomeadamente rins,
articulações, válvulas cardíacas e artérias”.
As
ferramentas moleculares fornecidas pelo projeto D-PhosMate, sublinha o
investigador, “vão aumentar as opções terapêuticas disponíveis para o cancro,
contribuir para melhorar a investigação pré-clínica, aumentando as taxas de
sucesso dos ensaios clínicos, e melhorar a qualidade de vida dos doentes que
necessitam de terapias inovadoras”.
Sobre as bolsas de pós-doutoramento Marie Skłodowska –
Curie
Inspiradas
no nome da cientista franco-polaca galardoada com dois Prémios Nobel e reputada
pelo seu trabalho no domínio da radioatividade, as Bolsas Marie
Skłodowska-Curie financiam a investigação e inovação de excelência e apoiam os
investigadores, em todas as fases da sua carreira, com novos conhecimentos e
competências, através da mobilidade transfronteiras e da exposição a diferentes
setores e disciplinas.
As
bolsas Marie Curie têm como critérios de avaliação e pontuação a excelência, o
impacto e a qualidade e eficiência da implementação dos projetos candidatos. Na
decisão final pesam também critérios como a qualidade do supervisor científico
e da instituição de acolhimento, sendo avaliada a capacidade destes para
auxiliarem no desenvolvimento da carreira científica do investigador.
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