O artista português volta a Macau para revelar um trabalho que faz a ponte entre Portugal, as suas raízes, e os Estados Unidos da América, mais precisamente a Califórnia, para onde a sua família emigrou nos idos anos de 1970. Segundo o autor, trata-se de um projecto onde há uma justaposição de fotografias “através do processo de montagem e colagem totalmente manual criando novas paisagens das suas viagens à Califórnia com as do mundo português”
O
trabalho do artista Hugo Teixeira está de volta a Macau. No próximo sábado, dia
4 de Fevereiro, pelas 17h, o português apresenta, na Creative Macau, “Paisagens
Involuntárias”, um conjunto de trabalhos artísticos fotográficos que recorrem à
técnica da montagem.
Em
“Paisagens Involuntárias”, Hugo Teixeira tenta interpretar uma consciência
histórica e cultural perdida, tal como a da sua família que emigrou nos anos de
1970 de Portugal para se estabelecer na Califórnia, nos Estados Unidos da
América. “As fotografias que encontrou de uma família anónima do Portugal
pré-revolução lembra-lhe personagens e cenários da história da sua própria
família que lhe evoca recordações do passado”, pode ler-se no manifesto da
exposição, enviado ao Ponto Final pela Creative Macau.
De
acordo com o mesmo manifesto, Hugo “justapõe fotografias através do processo de
montagem e colagem totalmente manual criando novas paisagens das suas viagens à
Califórnia com as do mundo português”. “O trabalho final resultou numa
expressão visual plástica belíssima em obras de arte únicas, que interpretam o
passado no presente, libertando a distância entre o artista e as histórias longínquas
da sua família”, considera ainda a Creative Macau.
O
autor, no seu sítio oficial em www.hgtx.net, explica o processo criativo que
levou ao projecto tornado público em 2020. “Fundi as fotografias usando um
processo de montagem reminiscente dos fotógrafos de paisagem do século XIX que
combinavam fotos não relacionadas de terra e céu para criar composições
harmoniosas que não seriam possíveis numa única exposição. As imagens
apresentadas mostram 14.664 composições para apenas alguns exemplos evocativos.
A técnica reflecte as tentativas e erros de aprender a navegar em duas culturas
sem muita orientação, mas, em última análise, aprender a se sentir em casa em
uma mistura de ambos”, explicou.
Hugo
Teixeira cresceu na comunidade luso-americana em San Jose, na Califórnia, nos
Estados Unidos da América. É linguista por formação, tendo estudado,
posteriormente, fotografia na Universidade Estatal de San Jose e na Escola
Técnica de Imagem e Comunicação de Lisboa, obtendo um mestrado em 2020 através
da Fotografia e Meios de Comunicação Associados do Instituto Tecnológico de
Rochester, também nos EUA. No seu trabalho artístico fotográfico, utiliza
materiais comuns aliando as suas competências técnicas desenvolvidas e
memórias, criando imagens conceptuais e esculturas contemporâneas. Como artista
plástico e professor, Hugo Teixeira já expôs trabalhos nos EUA, Portugal e em
Macau, onde já residiu e volta amiúde.
A
exposição fica patente até dia 4 de Março e pode ser vista de segunda-feira a
sábado, excepto nos feriados públicos. A Creative Macau encerra ao domingo. Gonçalo
Pinheiro – Macau in “Ponto Final”
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