Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Angola e Moçambique aderem à iniciativa para erradicar sida em crianças até 2030

Declaração de Dar-es-Salaam foi endossada, por unanimidade, durante reunião ministerial da Aliança Global para acabar com a doença em crianças. Em 2021, 160 mil menores foram infectados com o HIV, 15% de todas as mortes foram de crianças


Ministros e representantes de 12 países africanos fizeram um compromisso e traçaram planos para acabar com a sida infantil até 2030.  Na lista encontram-se Angola e Moçambique.

Atualmente, em todo o mundo, um menor morre de causas relacionadas à doença a cada cinco minutos.

Acesso a tratamento

A Declaração de Dar-es-Salaam sobre o fim da sida em crianças foi endossada por unanimidade, na Tanzânia, na primeira reunião ministerial da Aliança Global para acabar com a sida infantil.

A meta é garantir que todos os menores com HIV tenham acesso a tratamento e que as mães soropositivas tenham bebés sem HIV eliminando a chamada transmissão vertical.

Os países com alta carga de HIV que aderiram à aliança na primeira fase são: Angola, Camarões, Cote d’Ivoire ou Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Quénia, Moçambique, Nigéria, África do Sul, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue.

A Aliança, criada em julho de 2022, trabalhará para impulsionar o progresso nos próximos sete anos, para garantir que a meta de 2030 seja cumprida. Na reunião, parceiros internacionais definiram como apoiariam os países no cumprimento desses planos.

Plano de ação

Em parceria com redes de pessoas a viver com HIV e líderes comunitários, os ministros apresentaram os seus planos de ação para ajudar a encontrar e fornecer testes a mais mulheres grávidas e encaminhá-las para tratamento. Os planos também envolvem encontrar e cuidar de bebés e crianças vivendo com HIV.

Apenas metade das crianças que vivem com HIV estão em tratamento para salvar vidas, muito atrás dos adultos, dos quais três quartos estão a receber antirretrovirais.

Em 2021, 160 mil crianças adquiriram HIV. Elas representaram 15% de todas as mortes relacionadas à sida, apesar do facto de que apenas 4% do número total de pessoas a viver com HIV são crianças.

O trabalho será centrado em quatro pilares:

Testes precoces e tratamento e cuidados ideais para bebés, crianças e adolescentes;

Fechar a lacuna de tratamento para mulheres grávidas e lactantes vivendo com HIV, para eliminar a transmissão vertical;

Prevenção de novas infecções por HIV entre adolescentes e mulheres grávidas e lactantes;

Abordar os direitos, a igualdade de género e as barreiras sociais e estruturais que dificultam o acesso aos serviços.

A diretora executiva do Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids, Unaids, disse que os líderes estabeleceram o compromisso com a ação necessária para corrigir a desigualdade das crianças que vivem com HIV.

Winnie Byanyima reforça que “nenhum bebé precisa nascer com HIV ou ser infectado durante a amamentação, e nenhuma criança vivendo com HIV precisa ficar sem tratamento”.

Já o Fundo das Nações Unidas para Infância, Unicef, prometeu apoio. A diretora associada do Unicef, Anurita Bain declarou que “toda criança tem direito a um futuro saudável e promissor, mas para mais da metade das crianças que vivem com HIV, esse futuro está ameaçado”.

Progressos

No mundo, 16 países e territórios já foram certificados para validação da eliminação da transmissão vertical do HIV e/ou sífilis.

No ano passado, Botswana foi o primeiro país africano com alta prevalência de HIV a ser validado como estando no caminho para eliminar a transmissão vertical do HIV.

Isso significa que o país teve menos de 500 novas infecções por HIV entre bebés por 100 mil nascimentos. A taxa de transmissão vertical no país era de 2% contra 10% há uma década. ONU News – Nações Unidas

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