A Fundação Biblioteca Nacional (FBN) – entidade vinculada ao Ministério da Cultura do Brasil (MinC) – inaugurou para o público, nesta quarta-feira (24) a exposição “A língua que se escreve sobre o mar – Camões 500 anos”. Após a abertura oficial, a mostra poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, na sede da Biblioteca Nacional, no Centro do Rio, até 4 de outubro.
O
Ministro de Estado e Negócios Estrangeiros em Portugal, Paulo Rangel esteve na
inauguração oficial da exposição pela manhã, restrita para convidados, e disse
que contribui de forma indelével para o fortalecimento das relações
luso-brasileiras e para a valorização do patrimônio comum do espaço da
Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
Nas
palavras do ministro português Paulo Rangel, “Camões foi o grande renovador e
modernizador da língua portuguesa que é nosso património comum. A sua inovação
não se ficou pela estética e pela forma. Ele inovou pela substância,
universalizando o português. Tornando-o mar e mapa, mudando a sua geografia,
ele fez do oceano o livro sagrado da nossa língua comum. Como não celebrar os
500 anos do navegador da língua que falamos?”.
A
exposição é realizada em parceria com a Embaixada de Portugal no Brasil, com
patrocínio do Camões – Centro Cultural Português em Brasília e de Pinheiro Neto
Advogados. A entrada é gratuita.
A
FBN possui cerca de 700 exemplares de livros de Camões, alguns deles vindos de
Portugal com Dom João VI, em 1808. Entre as raridades estão as primeiras
edições de “Os Lusíadas” (1572), “Rimas” (1616) e “Rhytimas” (1595). A
exposição está montada no setor de Obras Raras da Biblioteca Nacional, e
dialoga com as celebrações ao escritor português realizada pela instituição em
1880 – fotografada, na ocasião, por Marc Ferrez.
“O
legado de Luís Vaz de Camões é de alcance tão planetário como o foi a saga
narrada na sua obra mais conhecida, “Os lusíadas”. Camões escreveu,
literalmente, sobre o mar. No Brasil, que sobressai no mundo de língua
portuguesa como o seu país-almirante, com mais de 200 milhões de falantes, e
onde a Fundação Biblioteca Nacional possui um precioso acervo e tradição
notável em comemorar o grande poeta, é natural que um dos primeiros pontos
altos das celebrações dos 500 anos do seu nascimento seja a concretização de
uma virtuosa parceria da embaixada de Portugal e do Camões em Brasília com a
Fundação Biblioteca Nacional”, afirma o Embaixador de Portugal no Brasil, Luís
Faro Ramos.
A
mostra inclui mapas de Lisboa e das Américas, feitos na época de Camões – uma
era de navegações e descobrimentos que inspiraram o maior escritor lusitano. Os
visitantes poderão apreciar ilustrações presentes nos livros de Camões, além de
diversas gravuras e desenhos dos séculos XVI ao XIX que retratam e homenageiam
o autor. A exposição inclui, ainda, obras da literatura inspiradas no universo
camoniano, além de pinturas de artistas contemporâneos relacionadas à temática
da navegação, entre outros itens do acervo da FBN.
“As
celebrações camonianas da Biblioteca Nacional, realizadas desde 1880, perseguem
um viés inabalável: Camões não para de crescer. Um compromisso inegociável de
expansão, que não distingue tempo e latitude. Apenas o recorte temporal, certas
visadas ideológicas, variantes textuais. Toda uma estética da recepção. Nenhum
fantasma cessa de aumentar, enquanto a poesia segue altiva e soberana, aberta,
inspiradora. Assim, impõe-se a cada
mostra, a vertigem da lista, a coleção dos livros que abordam Camões, para medir
seu processo vital, seus renovados estudos, a lealdade dos leitores”, afirma o
presidente da FBN, Marco Lucchesi. In “Mundo Lusíada” – Brasil
Agenda: Exposição “A língua que se escreve sobre o mar –
Camões 500 anos”.
Data: de 24/07 (quarta-feira – excepcionalmente às 12h)
até 4 de outubro.
Horário: 10h às 17h (datas posteriores à inauguração
oficial).
Local: Biblioteca Nacional, setor de Obras Raras – 3º
andar.
Endereço: Av. Rio Branco, 219 – Cinelândia.
*Entrada gratuita
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