Este fim-de-semana, a UNESCO acrescentou à sua lista de Património Mundial o local onde ocorreu um massacre do apartheid e um povoado onde Nelson Mandela cresceu, além de outros pontos sul-africanos fundamentais na luta que pôs fim ao domínio da minoria branca.
Nelson
Mandela, que morreu em 2013 com 95 anos, foi o primeiro presidente negro da
África do Sul, quatro anos após a sua libertação. O líder ficou preso por 27
anos, especialmente em Robben Island, em frente à Cidade do Cabo.
Um
dos lugares agora incluídos na lista fica em Sharpeville, na província de
Transvaal, onde em 1960 a polícia matou 69 manifestantes negros, incluindo
crianças, um acontecimento que levou o governo do apartheid a proibir o
Congresso Nacional Africano, actualmente no poder.
A
aldeia isolada de Mqhekezweni, onde Mandela passou grande parte de sua infância
e juventude, na província do Cabo Oriental, também entrou na lista do
Património da Humanidade da organização das Nações Unidas. Na sua autobiografia
“A Long Walk to Freedom”, o presidente popularmente conhecido como Madiba
explica que ali nasceu o seu activismo político.
Os
14 lugares foram reagrupados sob o título “Direitos Humanos, Libertação e
Reconciliação: locais de memória de Nelson Mandela”. Na lista, também está
incluída a Universidade de Fort Hare (Cabo Oriental), onde Mandela estudou, e
os Edifícios da União, situados em Pretória, capital do país, onde tomou posse
como o primeiro presidente eleito pelo sufrágio universal, em 1994.
“Felicito
a África do Sul pela inscrição destes locais de memória que testemunharam não
só a luta contra o apartheid, mas também a contribuição de Nelson Mandela para
a liberdade, os direitos e a paz”, declarou a directora-geral da UNESCO, Audrey
Azoulay.
“Vinte
e cinco anos após a inscrição de Robben Island na Lista como Património Mundial
da UNESCO, esta nova inclusão garante que a herança da libertação da África do
Sul e os valores que ela incorpora serão transmitidos às gerações futuras”,
acrescentou Azoulay.
A
inclusão destes lugares foi decidida durante a reunião que a UNESCO realizou em
Nova Delhi, onde também foi aprovada a inclusão de três locais sul-africanos
importantes para a compreensão das origens da humanidade. Situados nas
províncias de Cabo Ocidental e KwaZulu-Natal, estes lugares “abrigam registos
mais variados e mais bem conservados sobre o desenvolvimento do comportamento
humano moderno, que remontam a 162 mil anos”, segundo a UNESCO. In “Jornal
Tribuna de Macau” – Macau com “Agências
Internacionais”
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