Das 54 mil invenções desenvolvidas numa década, 25% surgiram em 2023, indicando a rápida expansão da tecnologia. A China lidera o ranking com mais de 38 mil patentes, seis vezes mais do que os EUA, o segundo colocado; a IA generativa já está a espalhar-se por diversos setores, incluindo ciências da vida, indústria, transporte, segurança e telecomunicações
Os
inventores baseados na China estão a registar o maior número de patentes de
inteligência artificial generativa, superando em muito os inventores nos
Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão e Índia, que compõem o resto dos cinco
principais centros de desenvolvimento da tecnologia.
O
Relatório “Panorama de Patentes de IA Gerativa", lançado recentemente pela
Organização Mundial de Propriedade Intelectual, OMPI, documenta 54 mil
invenções em nível global no setor de 2003 a 2023, com mais de 25% delas
surgindo apenas no ano passado.
Tecnologia que se dispersa por diversos setores
Este
tipo de tecnologia permite que os usuários criem conteúdo, incluindo texto,
imagens, música e códigos de computador, alimentando uma variedade de produtos
industriais e de consumo, incluindo chatbots como ChatGPT, Google Gemini ou o
Ernie da Baidu.
Entre
2014 e 2023, mais de 38 mil invenções de IA generativa surgiram na China, seis
vezes mais do que os EUA, o segundo colocado no ranking. A Índia, que é o
quinto maior polo de desenvolvimento da tecnologia, registou a maior taxa média
de crescimento anual entre os cinco principais líderes, com 56%.
O
relatório revela que a IA generativa já está a espalhar-se por diversos
setores, incluindo ciências da vida, indústria, transporte, segurança e
telecomunicações.
O
diretor-geral da OMPI, Daren Tang, disse que esta é uma “tecnologia
revolucionária com o potencial de transformar a maneira como trabalhamos,
vivemos e jogamos”.
Colocando o ser humano no centro
Segundo
ele, por meio da análise de tendências e dados de patenteamento, “a OMPI espera
dar a todos uma melhor compreensão de onde esta tecnologia em rápida evolução
está a ser desenvolvida e para onde está indo”.
Para
Tang, isso pode ajudar os formuladores de políticas a moldar o desenvolvimento
da IA generativa para o benefício comum da humanidade e garantir que o ser
humano esteja “no centro dos ecossistemas criativos e de inovação”.
O
estudo aponta que o crescimento do número de patentes IA generativa aumentou
oito vezes desde a introdução em 2017 da arquitetura de rede neural profunda
por trás dos modelos amplos de linguagem, que se tornaram a base desta
tecnologia.
Apesar
do rápido crescimento, atualmente, as patentes de IA generativa representam
apenas 6% de todas as patentes de inteligência artificial a nível global.
Principais empresas e áreas de inovação
Os
10 principais requerentes de patentes dessa tecnologia são: Tencent, com 2074
invenções, Ping An Insurance, com 1564, Baidu com 1234, Academia Chinesa de
Ciências, com 607, IBM, com 601, Alibaba Group, com 571, Samsung Electronics,
com 468, Alphabet, com 443, ByteDance, com 418, e Microsoft, com 377.
Os
cinco principais polos de inventores são China, com 38 210 invenções, EUA com 6276,
Coreia do Sul, com 4155, Japão, com 3409 e Índia, com 1350.
Os
dados de imagem e vídeo dominam as patentes do IA generativa, com 17.996
invenções, seguidos pelo texto, com 13 494 invenções, e por fala/música, com 13 480
invenções.
Outro
ponto revelado pelo relatório é que as patentes de IA generativa usando dados
baseados em moléculas, genes e proteínas estão a crescer rapidamente, com 1494
invenções desde 2014, o que representa um crescimento médio anual de 78% nos
últimos cinco anos.
No
futuro, esta tecnologia pode ajudar a projetar novas moléculas, acelerando o
desenvolvimento de medicamentos.
Ela
pode ainda automatizar tarefas na gestão e publicação de documentos, ser cada
vez mais usada em sistemas de assistência ao comércio e permitir o design e a
otimização de novos produtos, inclusive em sistemas de transporte público e
direção autónoma. ONU News – Nações Unidas
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