O Benfica de Macau volta à ribalta do futebol de Macau, depois de quatro anos de superioridade incontestável do MUST CPK. As “águias” do território sagraram-se campeãs na Liga de Elite no sábado à noite, após triunfo sobre o Ching Fung, por 3-0. No final da partida e em ambiente de festa, o técnico benfiquista Luís Moura disse ao Jornal Tribuna de Macau que está muito feliz com o sucesso alcançado, numa época em que o plantel “merece estar agora a celebrar”. O presidente do clube, Duarte Alves, não estava à espera de quebrar a hegemonia do rival e considera ser “bom para o campeonato haver mais equipas a discutir o primeiro lugar”
Final
de tarde de muito calor e um Estádio da Taipa praticamente vazio, com pouco
mais de uma centena de espectadores. Triste e raro na maioria dos países ou regiões
espalhadas pelo mundo, em especial porque se tratava de um jogo em que o
campeão poderia ficar decidido.
Em
caso de vitória do líder Benfica sobre o Ching Fung, as “águias” assegurariam
automaticamente o título, uma vez que partiam para o seu penúltimo desafio da
Liga de Elite com quatro pontos de vantagem sobre o MUST CPK.
Os
“encarnados” não poderiam ter começado melhor, marcando aos nove minutos, num
lance de excelente execução técnica de um dos reforços nigerianos da equipa,
Jibrin Mustapha. Típico lance de contra-ataque, pela esquerda, com o africano a
ultrapassar um defesa adversário ainda no seu meio-campo e a galgar terreno
junto à lateral. Flectiu para terrenos mais interiores, mas mesmo sem muito
ângulo aplicou um remate forte, rasteiro, que bateu o guarda-redes Fong Chi
Hang. Sem dúvida um dos melhores golos da temporada.
Mustapha
foi um autêntico “diabo à solta” no relvado e criava grandes dores-de-cabeça ao
extremo reduto do Ching Fung, bem secundado pelo angolano Joaquim Figueira,
conhecido no seio da equipa por “chocolate”.
Com
o conjunto de João Rosa sem poder arriscar muito em termos ofensivos, dada a
pressão exercida pelo adversário, o Benfica poderia ter chegado ao 2-0 numa
grande penalidade cometida sobre Figueira, que o próprio não conseguiu
converter, permitindo a defesa a Fong Chi Hang.
Os
“encarnados” sentiram um pouco a não conversão do penálti, mas estiveram sempre
no controlo do jogo, apesar da melhoria de produção do Ching Fung na segunda
metade. Mesmo assim, os seus mais influentes jogadores, com destaque para os
brasileiros Roni e Danilo Lins, nunca conseguiram criar situações complicadas
para o guarda-redes Rui Oliveira.
Foi
nesta toada um pouco morna, de gestão benfiquista, ainda que intranquila pelo
resultado magro, que o conjunto de Luís Moura quase fazia o segundo, através de
um livre directo de Iuri Capelo à barra. Pouco depois, seria a vez de Alison
Brito servir Mustapha na linha de fundo e já perto da baliza contrária, mas o
avançado da Nigéria viu um defesa tirar-lhe o golo.
Aos
78 minutos, no entanto, e já depois de um canto perigoso do Ching Fung (pouco
mais fez do que isso), o Benfica “matou” o jogo, aumentando para 2-0. Bis de
Jibrin Mustapha, servido por Lei Man Tek, que entrara dois minutos antes.
O
agora campeão ainda fez 3-0 a quatro minutos do tempo regulamentar, agora por
intermédio do português André Alves, que desviou de cabeça um pontapé de canto
executado por Iuri Capelo, lateral de características muito ofensivas, tal como
acontece do lado oposto com Chan Man.
Com
o derradeiro apito do árbitro Rosbish, o Benfica selava o título, voltando à
glória que havia perdido para o MUST CPK em 2019, depois de ter alcançado cinco
campeonatos consecutivos.
Logo
após o champanhe da vitória, o treinador Luís Moura falou em “época um pouco
atribulada que termina da melhor maneira”. O técnico, que sucedeu a Nuno Capela
logo nas primeiras jornadas da prova, revelou ao Jornal Tribuna de Macau estar
muito feliz com o primeiro lugar assegurado e pela vitória neste jogo, que
“apesar do resultado foi equilibrado”.
Sobre
o título, Luís Moura sublinha que “os jogadores mereceram pela excelente
temporada que realizaram, por terem acreditado que seria possível, por isso
estão todos de parabéns”. Diz ainda que a equipa foi “muito competente e não
falhou nos momentos-chave, daí a tão desejada conquista”. Ainda há a Taça “e
queremos também ganhar”, concluiu.
Também
satisfeito por voltar a colocar o Benfica no topo do futebol local, o
presidente do clube, Duarte Alves, afirmou que este título é sinal de que “o
futebol de Macau está mais competitivo e isso dá esperança para o futuro para
as equipas poderem investir”.
O
dirigente reconhece que “não estava à espera de terminar em primeiro lugar”,
porque “o CPK tem vindo a manifestar hegemonia ao longo dos últimos anos”,
acrescentando que “isto prova que não é preciso uma equipa ter as melhores
condições, os melhores orçamentos, os melhores jogadores de Macau, para ser
campeã”.
Duarte
Alves agradece a todo o staff este título e no futuro garante que vai
continuar a apostar principalmente nos jovens jogadores da RAEM.
De
referir que o derradeiro encontro do Benfica na Liga de Elite é precisamente
diante do MUST CPK, agendado para o dia 27 deste mês de Julho, mas já sem
importância para o título. O ex-campeão também jogou sábado à noite e derrotou
o Hang Sai por 4-2. Vítor Rebelo – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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