Vamos
aprender português, cantando
Como se a Terra corresse
inteirinha atrás de mim
o medo ronda-me os
sentidos
por abaixo da minha pele
ao esgueirar-se viscoso
escorre pegajoso
e sai
pelos meus poros
pelos meus ais
ele penetra-me nos ossos
ao derramar-se sedento
nas entranhas sinuosas
entre as vísceras mordendo
salta e espalha-se no ar
vai e volta
delirante
tão delirante
é como um sonho acordado
esse vulto besuntado
a revolver-se no lodo
a deslizar de uma larva
emergindo lá no fundo
tenho medo ó medo
leva tudo é tudo teu
mas deixa-me ir
Arrasta-me à côncava do
fundo
do grande lago da noite
cruzando as grades de fogo
entre o Céu e o Inferno
até à boca escancarada
esfaimada
atrás de mim
atrás de mim
é como um sonho acordado
esses olhos no escuro
das carpideiras viúvas
pelo pai assassinado
desventrado por seu filho
que possuiu o lascivo
a sua própria mãe
e sua amante
Meu amor quando eu morrer
ó linda
veste a mais garrida saia
se eu vou morrer no mar
alto
ó linda
e eu quero ver-te na praia
mas afasta-me essas vozes
linda
Tens medo dos vivos
e dos mortos decepados
pelos pés e pelas mãos
e p´lo pescoço e pelos
peitos
até ao fio do lombo
como te tremem as carnes
fernão mendes
Arrasta-me à côncava do
fundo
do grande lago da noite
cruzando as grades de fogo
entre o Céu e o Inferno
até à boca escancarada
esfaimada
atrás de mim
atrás de mim
é como um sonho acordado
esses olhos no escuro
das carpideiras viúvas
pelo pai assassinado
desventrado por seu filho
que possuiu o lascivo
a sua própria mãe
e sua amante
Meu amor quando eu morrer
ó linda
veste a mais garrida saia
se eu vou morrer no mar
alto
ó linda
e eu quero ver-te na praia
mas afasta-me essas vozes
linda
Tens medo dos vivos
e dos mortos decepados
pelos pés e pelas mãos
e p´lo pescoço e pelos
peitos
até ao fio do lombo
como te tremem as carnes
Fernão Mendes
Tens medo dos vivos
e dos mortos decepados
pelos pés e pelas mãos
e p´lo pescoço e pelos
peitos
até ao fio do lombo
como te tremem as carnes
Fernão Mendes
Tens medo dos vivos
e dos mortos decepados
pelos pés e pelas mãos
e p´lo pescoço e pelos
peitos
até ao fio do lombo
como te tremem as carnes
Fernão Mendes
Tens medo dos vivos
e dos mortos decepados
pelos pés e pelas mãos
e p´lo pescoço e pelos
peitos
até ao fio do lombo
como te tremem as carnes
Fernão Mendes
Tens medo dos vivos
e dos mortos decepados
pelos pés e pelas mãos
e p´lo pescoço e pelos
peitos
até ao fio do lombo
como te tremem as carnes
Fernão Mendes
Tens medo dos vivos
e dos mortos decepados
pelos pés e pelas mãos
e p´lo pescoço e pelos
peitos
até ao fio do lombo
como te tremem as carnes
Fernão Mendes
Tens medo dos vivos
e dos mortos decepados
pelos pés e pelas mãos
e p´lo pescoço e pelos
peitos
até ao fio do lombo
como te tremem as carnes
Fernão Mendes
Tens medo dos vivos
e dos mortos decepados
pelos pés e pelas mãos
e p´lo pescoço e pelos
peitos
até ao fio do lombo
como te tremem as carnes
Fernão Mendes
Tens medo dos vivos
e dos mortos decepados
pelos pés e pelas mãos
e p´lo pescoço e pelos
peitos
até ao fio do lombo
como te tremem as carnes
Fernão Mendes
Tens medo dos vivos
e dos mortos decepados
pelos pés e pelas mãos
e p´lo pescoço e pelos
peitos
até ao fio do lombo
como te tremem as carnes
Fernão Mendes
Fausto Bordalo Dias – Portugal
(26.11.1948 – 01.07.2024)
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