Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Angola - Governo estima 1,9 mil milhões de euros para metro de superfície de Luanda

O Governo angolano anunciou que o investimento estimado para a construção do Metro de Superfície de Luanda (MSL) é de 1,9 mil milhões de dólares, sem avançar datas para o início da empreitada. De acordo com o secretário de Estado dos Transportes Terrestres de Angola, Jorge Bengue, a construção do MSL, cuja primeira fase compreende 60 quilómetros no traçado Avenida Fidel de Castro Zona Verde Sequele e o Ramal ZEE/Aeroporto Internacional António Agostinho Neto, faz parte do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027.


O governante, que apresentou, na terça-feira, o Programa de Expansão e Modernização do Sector dos Transportes e Logística de Angola, referiu que o MSL, que deve fazer parte da rede de transportes públicos integrada, compreende um total de 149 quilómetros. O consórcio Siemens Mobility e Empresas de Construção Civil serão os empreiteiros desta obra, cuja data para o arranque não foi avançada pelo responsável.

Jorge Bengue, que falava no âmbito do espaço “Comunicar Por Angola”, iniciativa do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, deu conta de que estão já em fase final estudos para a construção do MSL. “Foi definido um traçado prioritário, este é o traçado sobre o qual incidiram os últimos estudos, do ponto de vista de detalhes técnicos, para arrancar já existem autorizações, há um esforço à volta de 1,9 mil milhões de dólares, são as projecções que o estudo aponta do ponto de vista da estimativa de custos”, referiu.

O Metro de Superfície de Luanda está enquadrado no programa para a melhoria da mobilidade urbana da capital angolana que conta com mais de 10 milhões de habitantes, espalhados por nove municípios.

Bengue adiantou, por outro lado, que o Governo angolano não aprovou a implementação de teleférico para Luanda, referindo que não se trata de um projecto em concreto, mas apenas uma proposta apresentada ao Governo da Província de Luanda (GPL).

“É um tema sobre o qual não temos opinião técnica por não ser algo que tenha sido aprovado pelo Governo”, respondeu aos jornalistas. O GPL apresentou, em finais de Junho, um estudo preliminar para um projecto de teleférico na capital angolana, com capacidade de transportar até oito mil utilizadores nos dois sentidos de cada trajecto.

Segundo um comunicado do GPL, este sistema de transporte aéreo, que conta com a participação da empresa de origem portuguesa Casais, “pretende auxiliar na mobilidade no casco urbano e arredores”.

O secretário de Estado para os Transportes Terrestres de Angola realçou também a transformação digital e a descarbonização do sector dos Transportes constam das prioridades do pelouro ministerial, dando nota que ainda este mês deve ser aprovado o pacote legislativo da electromobilidade.

“Uma equipa técnica elaborou já o plano nacional da electromobilidade onde constam os passos concretos que devemos dar no âmbito da descarbonização do sector”, assegurou.

Retiradas licenças a operadoras de transporte urbano

O Governo angolano prometeu retirar licenças a empresas de transporte urbano por incumprimento dos contratos assinados com os governos locais, acusando-as de não estarem a dedicar-se ao transporte exclusivo de passageiros. Pelo menos 271 empresas, incluindo a única transportadora pública de Luanda (TCUL), estão licenciadas para o serviço urbano de transporte de passageiros a nível das 18 províncias do país, mas muitas poderão ficar sem licença “devido a incumprimentos” dos contratos, tendo avançado alguns exemplos.

A garantia foi apresentada pelo secretário de Estado para os Transportes Terrestres, apontando casos das províncias de Cabinda, onde uma das operadoras licenciadas para o transporte de passageiros alugou os meios a uma petrolífera, e das Lundas norte e sul, leste do país, onde operadoras alugaram os seus meios a empresas mineiras. “São actividades fora do âmbito para o qual foram licenciadas pelos respectivos governos. Numa só palavra há muitas empresas a que nos próximos dias serão retiradas as licenças de exercício da actividade pelos respectivos governos provinciais pelo incumprimento dos contratos que têm com os governos provinciais”, assegurou.

A retirada das respectivas licenças, argumentou, “é também por exigência do órgão regulador que é a Agência Nacional dos Transportes Terrestres, que tem recomendações precisas para retirar do exercício da actividade operadoras incumpridoras”.

Jorge Bengue procedeu ainda à apresentação do Programa de Expansão e Modernização do Sector dos Transportes e Logística de Angola, e deu conta que entre 2019 e 2024 foram distribuídos em todo o país um total de 1991 autocarros, no âmbito da expansão dos transportes públicos. Luanda, com 1009 autocarros, absorveu o maior número de meios, seguido das províncias de Benguela (120), Huíla (113), Huambo (95), Uíje (79) e Cuanza Norte (69). Cunene, Cuando-Cubango e Bengo com 32 autocarros cada foram as províncias que receberam o menor número de veículos.

“A renovação da frota é um investimento natural que a operadora deve fazer, elas devem realizar o investimento para aumentar a frota”, insistiu. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”


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