Dentro de duas semanas começará o 77.º Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça italiana. E surge logo a pergunta: vai ter filme brasileiro?
Entende-se
essa curiosidade: nos quatro anos do governo Bolsonaro, tudo se fez para se
acabar com a cultura brasileira, com o fechamento do Ministério da Cultura e o
desmantelamento do Ancine, dentro de um programa de destruição das artes e de
tudo quanto significasse cultura.
O
resultado foi dramático: sem apoio e sem estruturas de financiamento, além de
ameaçado de filtros de censura, o cinema brasileiro foi diminuindo o número de
produções e desaparecendo dos festivais internacionais. Essa ausência foi logo
substituída por produções ousadas de outros países, preocupadas principalmente
com problemas sociais. E o cinema brasileiro acabou saindo da moda.
Este
ano, uma das produções de destaque na competição internacional do Festival de Cinema de Locarno, com
chances de ganhar o Leopardo de Ouro, tem tudo de um filme brasileiro, no
título Transamazônia e no local das filmagens, o Estado do Pará. Mas, na
verdade, é uma coprodução internacional com predominância francesa, seguindo-se
a participação alemã, suíça e taiwanesa. Restou uma pequena sobra para duas
produtoras brasileiras – Cabocla Filme e Matizarfilmes.
O
cenário, roteiro e a direção são da cineasta sul-africana Pia Marais. O filme é
falado em inglês e português.
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