Em única apresentação na capital paulista, Festival Arte Serrinha traz para o Sesc Pinheiros o show inédito “Atlânticos” que conta com participação especial de Morena Nascimento
No
dia 28 de julho, encerrando a 22ª edição do Festival Arte Serrinha, em São
Paulo o Sesc Pinheiros recebe o encontro inédito entre o maestro carioca
Jacques Morelenbaum e o angolano Paulo Flores e sua banda. O show é o resultado
da Residência de Música, que acontece de 24 a 27 de julho entre os artistas e
faz parte da programação do Festival. Apresentando toda a musicalidade de
Flores, grande referência no Semba – ritmo popular em Angola, o show terá
canções marcadas por ritmos dançantes combinadas às suas letras politizadas que
cantam as belezas e desigualdades de seu país e da África. Em conjunto com o
violoncelista Jaques Morelenbaum, fazem uma fusão entre a cadência desses sons.
A dançarina e coreógrafa Morena Nascimento fará uma participação especial com
uma apresentação síncrona.
Intitulado
“Atlânticos”, o show terá como base o repertório do compositor angolano e
algumas músicas do seu guitarrista Manecas Costa, um brilhante compositor e
virtuoso guitarrista da Guiné-Bissau, que é considerado uma das mais belas
vozes de origem africana da atualidade. A sua música carrega as vibrações
quentes e a sensualidade do “gumbe”, música crioula nascida em Bissau. Um
diálogo transdisciplinar entre a música de influências caribenhas, brasileiras,
afro-cubanas e africanas de Paulo Flores, os arranjos inéditos de Jaques
Morelenbaum, a dança de Morena Nascimento e a cenografia com assinatura do
Festival Arte Serrinha, que traz o universo das artes visuais para a direção de
arte de todo o espetáculo.
O
Festival Arte Serrinha acontece há mais de 20 anos na cidade de Bragança
Paulista – SP, em um formato de espaço de livre criação e difusão da arte, de
encontros, experimentação de linguagens e nascedouro de ideias sobre temas
relevantes para a sociedade. Em 2024, a 22a. edição traz o tema “Atlânticos”,
com parceiros como o Museu da Língua Portuguesa, o Festival Encontros de Alvito
(Portugal), a Bienal de Coimbra e a Jahmek Contemporary Art Gallery (Luanda),
recebendo atividades e artistas que representam a contribuição dos países
lusófonos atlânticos para o mundo contemporâneo.
Paulo Flores é
compositor, intérprete e constrói há quase quarenta anos uma obra notável, onde
a poesia e as melodias sustentam uma narrativa que faz de forma única um
retrato da alma angolana. O artista, que é embaixador da Boa Vontade das Nações
Unidas em Angola, fez parte do movimento da Kizomba no final da década de 80 e
inscreve o seu trabalho numa linguagem baseada na procura e na valorização do
patrimônio musical angolano, com espaço para a influência de outros gêneros
musicais. Há muitos anos tem se aproximado da música brasileira, com parcerias
de produtores brasileiros com os quais gravou alguns dos seus discos.
Jaques Morelenbaum – Natural do Rio de Janeiro, o violoncelista,
arranjador, maestro, produtor e compositor Jaques Morelenbaum, iniciou sua
relação com a arte ainda criança, e em sua trajetória artística se tornou uma
das referências da música contemporânea dentro e fora do país. Atuou ao lado do
maestro Tom Jobim durante dez anos, tocando em espetáculos e gravações que
renderam prêmios de extrema relevância. No campo das gravações, Morelenbaum
empregou seu instrumento para abrilhantar os álbuns de uma constelação de astros
da música popular brasileira, que inclui Gilberto Gil, Gal Costa, Ivan Lins,
Barão Vermelho e Skank. Morelenbaum escreveu, ainda, arranjos para discos de
Marisa Monte, Beto Guedes, Carlinhos Brown, Titãs, do grupo português
Madredeus, da cantora portuguesa Dulce Pontes, do compositor norte-americano
David Byrne e das cabo-verdianas Cesária Évora e Mayra Andrade.
Morena Nascimento – Morena Nascimento é uma artista da dança nascida em
Belo Horizonte em 1980, que se dedica a seu ofício como autora e gestora de
seus próprios trabalhos desde 2001, como bailarina, coreógrafa, diretora, e
professora de dança. Integrou como bailarina intérprete o Grupo Primeiro Ato de
Belo Horizonte de 2001 a 2004 e posteriormente o Tanztheater Wuppertal Pina
Bausch, de 2007 a 2010, companhia com a qual continuou atuando como bailarina
convidada, até 2019. Buscando provocações e contra argumentações para seu
trabalho, tem criado obras autorais em parceria com inúmeros artistas de
diversas linguagens como o cinema, a música, o teatro e as artes visuais, ao
longo dos últimos 23 anos. Coreografou grupos importantes como o Balé da Cidade
de São Paulo, para o qual criou o espetáculo “Um Jeito de Corpo” (2018), a Cia
de Dança do Palácio das Artes, para o qual criou “LALANGUE” (2018), o Balé do
Teatro Castro Alves, Ópera de Metz. A possibilidade de ser atravessada e
provocada por outros olhares se tornou uma constante em seus trabalhos autorais
mais relevantes como “Clarabóia” (2010 – parceria com Andreia Yonashiro),
“Rêverie” (2013 – parceria com Carolina Bianchi), “Um diálogo entre música e
dança” (2010 – parceria com o músico/arranjador Benjamim Taubkin). É mãe desde
2017 e mais do que nunca tem optado por trabalhar em contextos que consiga
criar com acolhimento, afeto e respeito às singularidades que a maternidade a
convoca. Constantemente é convidada a realizar criações de obras para
companhias nacionais e internacionais de dança e coordenar residências
artísticas focadas na criação. In “Mundo Lusíada” – Brasil
Jacques
Morelenbaum, Paulo Flores e banda. Participação especial Morena Nascimento
Dia:
28 de julho, domingo, às 18h.
Duração:
60 minutos
Local:
Teatro Paulo Autran
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