O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o ‘stock’ da dívida pública moçambicana vai crescer este ano para o equivalente a 97,5% do PIB e defende medidas para “fortalecer” a política fiscal do país. “Os esforços para reforçar a administração de receitas, a gestão das finanças públicas, a gestão da dívida e as operações das empresas públicas são essenciais para fortalecer a política fiscal”, afirma o diretor-executivo adjunto do FMI, Bo Li, citado no comunicado em que a instituição anunciou ontem que vai desembolsar de imediato mais 60 milhões de dólares (55,5 milhões de euros) de apoio a Moçambique, ao abrigo do programa de assistência
No
comunicado, o FMI refere que o conselho executivo concluiu o processo de
consulta regular com Moçambique relativo a 2024 e a quarta avaliação do acordo
ECF (Facilidade de Crédito Alargado) a 36 meses, o que “permite um desembolso
imediato” equivalente a 60,03 milhões de dólares “utilizáveis para apoio
orçamental”, elevando os desembolsos totais a Moçambique, ao abrigo deste
programa de assistência, a 330,14 milhões de dólares (304,9 milhões de euros).
O
FMI estima no documento um crescimento económico para Moçambique de 4,3% do
Produto Interno Bruto (PIB) este ano, contra 5,4% em 2023, enquanto o ‘stock’
da dívida pública deverá crescer para 97,5% do PIB, contra 93,9% no ano
passado.
A
inflação em Moçambique deverá recuar este ano para 3,6%, contra 4,3% em 2023 e
longe do pico de 10,9% em 2022. “Uma orientação restritiva da política
monetária ajudou a conter as pressões inflacionistas e a reconstruir as
reservas cambiais. Dadas as perspetivas fracas para o crescimento não mineiro,
as expectativas de inflação bem ancoradas e a continuação da consolidação
orçamental, é apropriada uma flexibilização gradual da orientação da política
monetária”, assegura Bo Li, citado no comunicado.
O
diretor-executivo adjunto do FMI defende que “uma combinação de políticas
fiscais e monetárias cuidadosamente calibrada é fundamental para preservar a
estabilidade macroeconómica” em Moçambique. “Melhorar a transmissão da política
monetária através do aprofundamento dos mercados interbancário, monetário e
cambial continua a ser importante para uma melhor gestão macroeconómica. É
necessário permitir uma maior flexibilidade cambial para aumentar a resiliência
aos choques externos”, acrescenta Bo Li, reconhecendo que “são também
necessários mais progressos” em Moçambique em matéria de combate ao
branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo. In “Ponto
Final” - Macau
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