O Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, continua a ser a rota escolhida pelos narcotraficantes para entrada de cocaína em Angola, e países como Brasil e África do Sul são os que mais têm recrutado as mulas para trazerem as drogas para Luanda, soube o Novo Jornal junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC), que diz estar no encalço dos barões da droga em Luanda.
Segundo
o SIC, as cidades de Joanesburgo, na África do Sul, e de Guarulho, região
metropolitana de São Paulo, no Brasil, são as fontes da cocaína que dá entrada
em Angola.
Conforme
o SIC, o Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro é apenas a rota de passagem dos
narcotraficantes de drogas, onde muitas mulas são detidos.
As
mulas são as pessoas usada por traficantes para transportar a droga
ilegalmente, mediante pagamento ou coação, e usam diversos artifícios para o transporte,
às vezes o próprio corpo.
O
Novo Jornal soube que quase todas as semanas são detidos no Aeroporto
Internacional 4 de Fevereiro transportadores de drogas, uns com maior quantidade,
outros com menor.
Entretanto,
o Serviço de Investigação Criminal assegurou ao Novo Jornal que tem sido
incansável no combate às drogas no Aeroporto Internacional de Luanda e que a
situação do tráfico está controlada em Angola.
Esta
quinta-feira,4, informou que, em coordenação operativa com outras forças do
sistema de segurança, deteve, de Fevereiro a Junho deste ano, 17 cidadãos
angolanos e estrangeiros implicados no tráfico de drogas.
Entre
os detidos, três são de nacionalidade angolana, incluindo uma mulher, três
sul-africanos, uma brasileira e outra namibiana, "por factos que configuram
os crimes de tráfico de droga do tipo cocaína, dissimulada em cápsulas no
estômago, em malas e caneleiras".
Dos
implicados, oito foram detidos no momento do desembarque de passageiros de um
vôo da TAAG proveniente da cidade de Guarulhos, Estado de São Paulo, no Brasil.
Todos
os anos as autoridades policiais apresentam à imprensa vários cidadãos
nacionais e estrangeiros detidos no aeroporto de Luanda por tentarem entrar com
drogas de forma de dissimulada.
Uns
vão a julgamento e outros são apenas caucionados, mas a situação parece que não
tem inibido os traficantes.
Em
Janeiro de 2023, dois nacionais, de 40 e 46 anos, foram detidos em posse de
12,102 kg de droga (cocaína) provenientes do Brasil.
Cinco
meses depois, isto em Maio de 2023, um total de nove quilogramas de cocaína que
se encontravam dissimulados em quatro malas de viagem provenientes também do
Brasil foi apreendido pelo SIC no Aeroporto 4 de Fevereiro.
No
mês passado, o ministro do Interior Eugénio Laborinho considerou que a situação
do tráfico de drogas está controlada em Angola, apesar de reconhecer que os
traficantes continuam a modernizar o seu "modus operandi",
para driblarem as autoridades do Estado.
"Considerando
que os indivíduos envolvidos nestas práticas estão sempre a modernizar os seus modus
operandi, o Ministério do Interior continua a aperfeiçoar as medidas
técnicas, tácticas e operativas de actuação, de modo a elevar os níveis de
controlo dos portos, aeroportos e zonas limítrofes", disse o ministro em
declarações à Angop.
Ainda
no ano passado, o director Nacional de Ordem Pública da Polícia Nacional,
comissário Orlando Bernardo, disse no Parlamento, aquando das acusações
proferidas pelo cidadão "Man Genas", que acusou vários altos
funcionários da PN e das FAA, de serem os grandes barões de drogas no País, disse,
aos jornalistas, que as informações feitas por "Man Genas" eram
falsas.
"Não
há envolvimento de efectivos das estruturas do Ministério do Interior no
tráfico de drogas", assegurou Orlando Bernardo.
Em
declarações ao Novo Jornal, esta sexta-feira, 5, o porta-voz do SIC-geral
superintendente-chefe Manuel Halaiwa disse que as autoridades vão continuar a
deter as mulas para tentar chegar aos barões.
Segundo
Manuel Halaiwa, o SIC está empenhado em capturar os barões do narcotráfico que
têm liderado, tanto em Luanda como em Joanesburgo e Guarulho, as mulas que
entram no País.
Sem comentários:
Enviar um comentário