A
artista plástica moçambicana Fauziya Fliege entra nas colecções dos museus da
América Latina, depois de uma intensa temporada de exposições na Costa Rica. As
suas obras vão fazer parte das colecções dos melhores museus da América Latina,
a começar pelo Museu de Cartago (Costa Rica), o Museu de Afrodescendente da
Nicarágua e o Museu do Paraguai.
Tanto
no Museu de Cartago como no Museu de Afrodescendente, as obras de Fliege serão
recebidas por entidades locais, em cerimónias públicas que contarão com outras
personalidades de relevo em diplomacia cultural.
Fauziya
Fliege estampa, assim, nos três museus, a herança africana, uma temática
predominante na sua criação. A primeira obra, para o Museu de Cartago, ilustra
uma mulher com um balde na cabeça, uma caracterização do esforço diário da
mulher africana para o sustento do seu lar. A segunda obra, enviada para
Nicarágua, fala da dança africana que, mais do que para entretenimento e
recriação, a dança é usada para actos de exorcismos, em cerimónias tradicionais
de libertação dos maus espíritos e pretexto para o encontro da paz interior.
“Como
artista africana, é uma honra por ser, possivelmente, a única artista
moçambicana e africana, para além de feminina, a expor num museu em Costa Rica,
por isso é uma honra”, destaca Fliege, acrescentando que “não quero me focar
apenas na venda de obras, mas também em fazer a minha história, divulgando a
nossa cultura, mostrando um pouco de nós, do continente e, claro, do orgulho
que tenho do meu país, mas eu também quero que as pessoas tenham conhecimento
que eu como artista moçambicana quero mostrar muito da minha cultura”.
Com
passagens em vários países africanos, Fliege destaca a necessidade de
transportar para as telas vivências e histórias de África e mostrar ao mundo a
rica cultura africana. “O facto de alguém ir a uma exposição num desses museus
e encontrar obra de uma artista africana e especialmente de Moçambique será um
orgulho para o país e para todo o continente”, sublinha.
Fuziya
Fliege é uma artista reconhecida na Costa Rica, não só pela sua criação
estética, mas também pela sua mão solidária, tendo doado as suas obras para
várias organizações naquele país onde se encontra radicada, bem como pela sua
participação em iniciativas sociais. José dos Remédios – Moçambique in “O País”
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