Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 20 de julho de 2024

Portugal - Casa-Museu exibe acervo do diplomata Aristides de Sousa Mendes

O secretário-geral das Nações Unidas destaca o papel do ex-cônsul-geral em Bordéus, na França, por salvar judeus de forças nazis. A mensagem de vídeo sobre o homenageado exalta a coragem e inspiração para a defesa dos direitos humanos e a dignidade humana


Portugal inaugurou nesta sexta-feira a Casa-Museu Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal. O local apresenta o acervo do ex-cônsul do país em Bordéus, na França, que concedeu vistos a judeus apoiando-os durante o Holocausto.

Para o evento que aconteceu na data de nascimento de Aristides, há 139 anos, o secretário-geral da ONU enviou um vídeo exaltando o exemplo de bravura e inspiração de Sousa Mendes para a defesa dos direitos humanos e a dignidade.

Discriminação, intolerância e ódio

António Guterres destacou ainda que o diplomata é um modelo no combate à discriminação, à intolerância e ao ódio onde estas situações surgirem.

“O seu legado consiste em vidas salvas e vidas vividas incluindo uma jovem que, anos mais tarde, se tornaria a mãe do meu próprio porta-voz nas Nações Unidas. Pelo seu ato extraordinário, Aristides de Sousa Mendes foi pessoalmente repreendido pelo ditador António de Oliveira Salazar e expulso do corpo diplomático sem qualquer pensão.”

O líder das Nações Unidas ressalta que o cônsul Aristides de Sousa Mendes morreu na pobreza, mas tem reconhecida a magnitude e a bravura das suas ações ao tomar medidas para corrigir as injustiças.

Brilho do exemplo

Para António Guterres, o museu localizado na casa ancestral do cônsul é uma parte fundamental desses esforços “que se evidencia ao ensinar as gerações do presente e futuras sobre a imensa coragem e os horrores do Holocausto”.

“A inauguração do Museu acontece num momento crucial. Hoje, o nosso mundo é perigoso e está dividido. O número de pessoas forçadas a abandonar as suas casas atingiu um nível recorde. E o ódio e a intolerância – incluindo o antissemitismo, o anti-islamismo e os ataques contra cristãos e outros grupos – são frequentes.”

Para o secretário-geral, o exemplo de Aristides de Sousa Mendes brilha num contexto em que se enfrenta o risco de esquecer humanidade compartilhada.

Há cinco anos, Aristides de Sousa Mendes foi um dos 36 diplomatas reconhecidos nas Nações Unidas como Justos entre as Nações. A distinção foi feita pela Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, Yad Vashem. ONU News – Nações Unidas


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