O secretário-geral das Nações Unidas destaca o papel do ex-cônsul-geral em Bordéus, na França, por salvar judeus de forças nazis. A mensagem de vídeo sobre o homenageado exalta a coragem e inspiração para a defesa dos direitos humanos e a dignidade humana
Portugal
inaugurou nesta sexta-feira a Casa-Museu Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas
de Viriato, Carregal do Sal. O local apresenta o acervo do ex-cônsul do país em
Bordéus, na França, que concedeu vistos a judeus apoiando-os durante o
Holocausto.
Para
o evento que aconteceu na data de nascimento de Aristides, há 139 anos, o
secretário-geral da ONU enviou um vídeo exaltando o exemplo de bravura e
inspiração de Sousa Mendes para a defesa dos direitos humanos e a dignidade.
Discriminação, intolerância e ódio
António
Guterres destacou ainda que o diplomata é um modelo no combate à discriminação,
à intolerância e ao ódio onde estas situações surgirem.
“O
seu legado consiste em vidas salvas e vidas vividas incluindo uma jovem que,
anos mais tarde, se tornaria a mãe do meu próprio porta-voz nas Nações Unidas.
Pelo seu ato extraordinário, Aristides de Sousa Mendes foi pessoalmente
repreendido pelo ditador António de Oliveira Salazar e expulso do corpo
diplomático sem qualquer pensão.”
O
líder das Nações Unidas ressalta que o cônsul Aristides de Sousa Mendes morreu
na pobreza, mas tem reconhecida a magnitude e a bravura das suas ações ao tomar
medidas para corrigir as injustiças.
Brilho do exemplo
Para
António Guterres, o museu localizado na casa ancestral do cônsul é uma parte
fundamental desses esforços “que se evidencia ao ensinar as gerações do
presente e futuras sobre a imensa coragem e os horrores do Holocausto”.
“A
inauguração do Museu acontece num momento crucial. Hoje, o nosso mundo é
perigoso e está dividido. O número de pessoas forçadas a abandonar as suas
casas atingiu um nível recorde. E o ódio e a intolerância – incluindo o
antissemitismo, o anti-islamismo e os ataques contra cristãos e outros grupos –
são frequentes.”
Para
o secretário-geral, o exemplo de Aristides de Sousa Mendes brilha num contexto
em que se enfrenta o risco de esquecer humanidade compartilhada.
Há
cinco anos, Aristides de Sousa Mendes foi um dos 36 diplomatas reconhecidos nas
Nações Unidas como Justos entre as Nações. A distinção foi feita pela
Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, Yad Vashem. ONU
News – Nações Unidas
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