A Assembleia Parlamentar da CPLP chegou na passada quarta-feira, 17, a consenso sobre a necessidade de rectificações ao Acordo Ortográfico de 1990, por constatar que o documento “continua a gerar muita controvérsia e confusão” nos Estados membros da organização lusófona
A
tomada de posição foi transmitida pelo presidente da Comissão 3 – Língua,
Educação, Ciência e Cultura da Assembleia Parlamentar da Comunidade de Países
de Língua Portuguesa (AP-CPLP), Paulo de Carvalho, no final dos trabalhos da
segunda reunião deste organismo que decorreu em Luanda.
O
deputado angolano recordou que a “Ratificação do Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa de 1990” foi o tema central deste encontro, onde os participantes
constataram que o tratado, que visa criar uma ortografia unificada para o
português, continua a gerar controvérsia.
“Constatamos
o facto de o Acordo Ortográfico estar ainda a gerar muita controvérsia, muita
confusão, mesmo nos países mais beneficiados, posso assim dizer, pelo acordo,
também aí está a haver grande discussão, nomeadamente em Portugal e no Brasil”,
disse.
Segundo
o parlamentar, nos países africanos e em Timor-Leste a discussão em torno do
Acordo Ortográfico “é maior”, por existirem "uma série de questões de
natureza linguística, social e antropológica que não foram consideradas e que
os executivos desses países têm vindo a reclamar”.
Recordou
que Timor-Leste ratificou o Acordo Ortográfico com reservas, “porque também
considera haver necessidades de correcções ao Acordo, assinado por todos os
Estados membros da CPLP em 16 de Dezembro de 1990, em Lisboa, com Angola e
Moçambique entre os países que não ratificaram.
A
reunião da AP-CPLP, que decorreu na capital angolana, deliberou “em consenso
que há necessidade de fazer rectificações ao Acordo para que o mesmo possa ser
ratificado proximamente”, realçou Paulo de Carvalho, admitindo que quanto mais
cedo se fizerem as rectificações “mais cedo os executivos e parlamentos dos
Estados que ainda não ratificaram vão fazê-lo”.
Unificar
normas ortográficas a nível do bloco lusófono estão entre os principais
propósitos deste tratado internacional assinado há 33 anos e que tarda em ser
ratificado por todos os países da CPLP, que levantam questões de natureza
sociocultural dos respectivos povos.
O
encontro, em que Angola assumiu a presidência rotativa do órgão por um ano,
contando com a vice-presidência da Guiné-Bissau e o secretariado de Portugal,
também deliberou temáticas a serem discutidas em próximas reuniões,
nomeadamente a difusão da língua portuguesa nas repúblicas da Guiné Equatorial
e Timor-Leste e as universidades de língua portuguesa, proposta por Portugal.
Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove países que compõem a CPLP. In “Expresso
das Ilhas” – Cabo Verde com “Lusa”
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