A macaense Elisabela Larrea vai lançar um livro que contém cartões de estudo do patuá, numa publicação que oferece, para além de ilustrações, também um audiovisual para facilitar a aprendizagem da língua em perigo de extinção, segundo a UNESCO. O livro é da responsabilidade editorial do Instituto Internacional de Macau
“Unchinho
di Língu Maquista: Cartões de Estudo do Patuá” é um livro da autoria da
macaense Elisabela Larrea, que será lançado no Pavilhão Desportivo do Tap Seac,
no próximo dia 20, editado pelo Instituto Internacional de Macau (IIM). Para
além do patuá, a publicação inclui a tradução para as línguas chinesa,
portuguesa e inglesa.
Passados
sete anos desde a criação do primeiro cartão de estudo em inglês foram reunidos
e compilados os vários cartões efectuados (com diversas palavras em patuá) e
que se encontram agora incluídos neste livro, que tem como principal objectivo,
segundo o IIM, “proporcionar uma forma de aprendizagem do crioulo de base
portuguesa de Macau, através de ilustrações simples e em trilíngue”.
Para
além das ilustrações disponíveis, a edição, que conta com o patrocínio do Fundo
de Desenvolvimento da Cultura, inclui ainda acesso às redes sociais como as
plataformas YouTube, Facebook e Instagram (através de códigos QR), com
aprendizagem em audiovisual, facilitando ainda mais o conhecimento de uma
língua que se encontra actualmente em perigo de extinção, conforme a
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
No
texto de divulgação, lê-se que “a comunidade macaense tem procurado
salvaguardar a língua com trabalhos de documentação de estudo, em publicações,
na promoção e no ensino e na música”, sem esquecer o teatro em patuá do grupo
dos Dóci Papiaçám di Macau, reconhecido pela RAEM e pela República Popular da
China como património intangível.
Contactada
pela Tribuna de Macau, Elisabela Larrea disse que o projecto começou por ser um
passatempo. “Mas, pouco a pouco, tornou-se numa paixão minha, sobretudo com as
muitas mensagens de incentivo e interesse que me foram enviadas de todo o
mundo, incluindo de estudantes da China continental”, explicou.
A
macaense salienta que decidiu oferecer este livro como um presente para o IIM,
bem como para todos aqueles que se interessam por patuá. “Este não é um livro
de ensino de línguas, mas uma compilação de ‘flashcards’ com breves
explicações, incluindo também uma breve história da comunidade e do patuá, uma
espécie de forma de atrair o interesse das pessoas para saberem mais”, destaca.
Elisabela
Larrea é doutorada em Comunicação, investigadora da cultura macaense e tem
desenvolvido grande interesse pela história e culturas de Macau. Desde 2004
dedica-se ao trabalho de preservação e promoção da cultura macaense através da
arte, documentários, filmes, palestras públicas e investigação académica.
Actualmente é presidente da Associação de Estudos Macaenses.
A
sessão de lançamento do livro é aberta ao público e vai estar integrada na
Feira do Livro da Primavera 2024, com a apresentação da autora, no Pavilhão do
Tap Seac.
Os desafios do bilinguismo nas crianças em debate na FRC
A
Associação dos Jovens Macaenses promove, no dia 16 de Abril, terça-feira, pelas
18h30 na Fundação Rui Cunha, um seminário sobre “Atraso Linguístico em Macau:
Criar uma criança bilingue: Mitos e Desafios”. A iniciativa, que conta com a
colaboração da Associação dos Médicos de Língua Portuguesa de Macau, terá como
oradoras a pediatra Joana Morgado Bento e a terapeuta da fala Zélia Almeida. O
objectivo é falar sobre as preocupações que provoca nos pais a proeminência da
língua inglesa nos seus filhos. “As oradoras estão particularmente preocupadas
que em Macau, caso um ou ambos os pais sejam ocidentais, isso possa transmitir
um factor de risco para o diagnóstico de atraso de linguagem, quando comparado
com crianças nos países ocidentais e no resto do mundo”, refere um comunicado
da organização. No seminário serão discutidos casos clínicos, bem como
avaliação, tratamento, prognóstico e prevenção do atraso da linguagem nas
crianças. A sessão falada em inglês é aberta ao público. Vítor Rebelo –
Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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