O relatório “Perfil do Estudante dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) nas Instituições do Ensino Superior em Portugal”, referente ao período de 2015 a 2021, revela que Cabo Verde se destaca como o segundo país dos PALOP com o maior número de candidatos inscritos nas Instituições de Ensino Superior (IES) em Portugal. Com um total de 22592 inscritos, o país evidencia uma preferência por áreas como Ciências Empresariais e Administração, Engenharia e Tecnologias Afins, e Saúde
Segundo
o relatório agora revelado, do total de 22.592 inscritos, 9158 estão no ensino
universitário, dos quais 5106 são mulheres e 4052 homens. No ensino
politécnico, 13434 estudantes estão inscritos, sendo 7525 mulheres e 5909
homens.
Os
estudantes cabo-verdianos demonstram preferência por determinadas instituições
de ensino. Nos institutos politécnicos, destacam-se o Instituto Politécnico de
Bragança (5361 estudantes), seguido pelo Instituto Politécnico de Lisboa (1096)
e o Instituto Politécnico de Castelo Branco (994).
Quanto
às universidades mais procuradas, destacam-se a Universidade de Lisboa,
Universidade Nova de Lisboa e a Universidade de Évora.
No
que diz respeito às áreas de estudo mais populares entre os estudantes
cabo-verdianos em Portugal, as principais são Ciências Empresariais e
Administração (4481 estudantes), Engenharia e Tecnologias Afins (3731) e Saúde
(2722).
O
relatório também aborda o número de inscritos por ciclos de estudos. No curso
de doutoramento/3º ciclo, há 736 estudantes cabo-verdianos, sendo 432 homens e
304 mulheres.
No
mestrado/2º ciclo, estão inscritos 5634 estudantes, sendo 3.096 mulheres e 2538
homens. Já no curso de licenciatura/1º ciclo, encontram-se inscritos 14058
estudantes, com 8070 mulheres e 5988 homens.
Destaca-se
ainda a liderança do Instituto Politécnico de Bragança como a instituição mais
procurada por estudantes cabo-verdianos em termos de número de inscritos.
Além
disso, o relatório menciona a presença de estudantes cabo-verdianos em cursos
de especialização, pós-licenciatura, especialização tecnológica e cursos
Técnico Superior Profissional, evidenciando a diversidade de áreas de estudo
exploradas por essa comunidade académica em Portugal.
Relatório
Clara
Carvalho, do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de
Lisboa, explicou à Lusa que algumas instituições implementam um “Semestre
Zero”, permitindo aos alunos familiarizarem-se com a pedagogia e o sistema de
ensino, o que tem mostrado ser muito eficaz.
O
relatório concluiu que os estudantes africanos não enfrentam falta de
competências académicas, mas enfrentam desafios significativos de integração
devido à falta de familiaridade com os conteúdos, o método de ensino e,
frequentemente, barreiras linguísticas, além de dificuldades económicas em
muitos casos.
Entre
as recomendações, os autores sugerem a criação de provas de ingresso para
estudantes dos regimes especiais que não tenham realizado exames nacionais nos
seus países, bem como a implementação de um período de preparação e integração
ou um Ano Zero para alunos sem experiência prévia em exames em Portugal.
Além
disso, são propostas medidas como a agilização do processo de vistos e o
estabelecimento de contactos directos entre instituições de diferentes países
para facilitar a integração dos estudantes.
Nos
últimos anos, o sistema de ensino superior em Portugal registou um aumento
significativo no número de estudantes dos PALOP, com destaque para um aumento
de 900% entre 2015 e 2021 entre os estudantes guineenses.
O
relatório aponta Angola como o país com maior número de alunos em Portugal
durante o período analisado (2015-2021), embora Cabo Verde e a Guiné-Bissau
tenham sido os países com maior crescimento nos últimos anos, sendo hoje os
dois países com mais estudantes. Sheilla Ribeiro – Cabo Verde in “Expresso
das Ilhas”
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