O valor de trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa cresceu 20 vezes desde a criação do Fórum de Macau, atingindo 220,9 mil milhões de dólares americanos no ano passado. Dados revelados pelo secretário-Geral do Secretariado Permanente do Fórum de Macau, Ji Xianzheng, referem ainda que Macau tem mantido a singularidade do laço lusófono nas duas últimas décadas e aumentado a sua visibilidade internacional
Ji
Xianzheng, secretário-Geral do Secretariado Permanente do Fórum de Macau,
defende que a construção do Fórum de Macau está a produzir gradualmente
resultados positivos e notários, cuja abordagem contribui para uma situação
vantajosa triliteral para o interior da China, Macau e os países de língua
portuguesa.
“Ao
longo destes anos de desenvolvimento, o reconhecimento internacional de Macau
tem vindo a aumentar cada vez mais e, ao mesmo tempo, Macau pode servir melhor
a situação geral do desenvolvimento do país através da construção da plataforma
sino-lusófona”, assinalou o responsável, em declarações ao Canal Macau em
língua chinesa. Na sua perspectiva, quanto melhor se evoluírem as relações
entre os países de língua portuguesa e a China, mais espaço haverá de
desenvolvimento de Macau como plataforma, já que o território poderá beneficiar
da cooperação luso-chinesa.
O
Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de
Língua Portuguesa (Macau) foi criado em 2003, sendo um “mecanismo multilateral
de cooperação intergovernamental centrado no desenvolvimento económico e
comercial”.
De
acordo com Ji Xianzheng, o Fórum tem como objectivo promover o desenvolvimento
das relações bilaterais e consolidar o intercâmbio económico e comercial entre
a China e os países de língua portuguesa, bem como valorizar a ligação única
entre Macau e estes países em termos de história, língua e cultura, de modo a
concretizar o desenvolvimento diversificado de Macau.
“O
comércio entre a China e os países lusófonos, em 2003, foi de pouco mais de 11
mil milhões de dólares americanos. Nos 20 anos que seguiram à criação do Fórum
Macau, o respectivo valor das actividades comerciais subiu para 220,9 mil
milhões de dólares americanos em 2023, representando um aumento de mais de 20
vezes”, sublinhou.
Ji
Xianzheng deu ainda ênfase aos trabalhos do Fundo de Cooperação para o
Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa, cujo valor global do capital
social é de mil milhões de dólares americanos, tendo a sua sede inaugurado
oficialmente em Macau em 2017. “A China já implementou várias iniciativas nos
últimos anos, como o Fundo implementou 10 projectos num valor total de 470
milhões de dólares americanos, e os países lusófonos também tomaram medidas
para promover activamente a cooperação com a China”, observou.
Segundo
afirmou o Secretário-Geral, a cooperação entre a China e os países de língua
portuguesa tem “uma base estável” e “perspectivas de desenvolvimento
promissoras”, e que, no futuro, irá expandir a sua cooperação em áreas
emergentes, incluindo a “economia azul”, ou seja, da indústria relacionada com
a exploração, preservação e regeneração do ambiente marinho, bem como a
economia digital e o desenvolvimento verde.
Desde
a criação do Fórum de Macau, foram realizadas cinco Conferências Ministeriais e
uma Reunião Extraordinária Ministerial, durante as quais foram aprovados cinco
Planos de Acção para a Cooperação Económica e Comercial, orientados para cerca
de 20 áreas de cooperação entre a China e nove Países de Língua Portuguesa,
designadamente Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
A
6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, recorde-se, vai realizar-se nos
dias 21 a 23 deste mês no território, pretendendo “identificar as principais
áreas da cooperação económica e comercial luso-chinesa nos próximos três anos”.
Catarina Chan – Macau in “Ponto Final”
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