Na passada terça-feira, os ministros da Justiça da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa defenderam reforçar a segurança dos documentos para facilitar a mobilidade, os negócios e o combate à criminalidade, em São Tomé, país que detém a presidência da organização.
A
meta foi lançada pela ministra são-tomense da Justiça, que assumiu a
presidência da Conferência dos Ministros da Justiça dos Países de Língua
Oficial Portuguesa durante a 18.ª reunião desta estrutura, que se realizou dia 09
em São Tomé, sob o lema “o reforço do notariado para a fiabilidade e segurança
jurídica dos documentos na CPLP”.
Ilza
Amado Vaz defendeu uma reflexão sobre “o papel crucial que desempenha o
notariado enquanto guardião da autenticidade, segurança jurídica,
confiabilidade, integridade dos documentos legais”, destacando a sua
contribuição para “a integração das pessoas, para a melhoria do ambiente do
negócio, relações comerciais e dos investimentos”.
“Também
teremos que valorizar o papel do notariado no processo de prevenção e combate à
falsificação de documentos, boa governação e transparência, prevenção da
corrupção, branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo”,
acrescentou a ministra são-tomense.
São
Tomé e Príncipe assumiu a presidência ‘pro tempore’ da CPLP no ano
passado, quando se concretizou a implementação do acordo de mobilidade no
espaço lusófono, “resultando no maior fluxo de circulação dos cidadãos” com
destaque para a “deslocação de jovens em busca de melhores oportunidades”,
afirmou.
“Essa
nova realidade nos impõe a necessidade de analisarmos aspetos jurídicos e
judiciários na área civil e comercial, com objetivo de facilitar o acesso e o
respeito aos direitos fundamentais, facilitar os negócios, contratos, atos e
factos jurídicos de interesse particular, a circulação de documentos visando
uma integração mais rápida e eficiente dos cidadãos nos países de acolhimento e
promover atividades econômicas empresariais sustentáveis na nossa comunidade”,
disse Ilza Amado Vaz.
Para
a governante são-tomense, estas ações são “essenciais para fortalecer a CPLP e
garantir o bem-estar dos cidadãos no espaço lusófono”.
O
secretário executivo da CPLP, Zacarias da Costa, enalteceu o tema escolhido
para esta conferência, considerando ser “tão pertinente e atual, atenta a
agenda da organização”.
“Ao
debruçar-se sobre a fiabilidade dos documentos esta conferência junta o seu
contributo ao esforço de construção de condições para a mobilidade dos
cidadãos, que muito beneficiou [com] a entrada em vigor do acordo assinado em
2021, mas que enfrenta ainda distintas limitações, entre elas a da segurança
dos documentos de viagens”, referiu Zacarias da Costa.
Nesta
18.ª Conferência dos Ministros da Justiça da CPLP Angola passou a presidência a
São Tomé e Príncipe, após dois anos de liderança com o tema “a cooperação
jurídica e judiciária no combate aos crimes que afetam o ambiente, em especial
os crimes contra a vida selvagem”.
Participaram
no evento os ministros da Justiça de Angola, Marcy Cláudio Lopes, e de
Timor-Leste, Sérgio de Jesus Fernandes da Costa Hornai, e as ministras da
Justiça de Cabo Verde, Joana Gomes Rosa Amado, da Guiné-Bissau, Maria do Céu
Silva Monteiro, e de Moçambique, Helena Mateus Kida, além de Ilza Amado Vaz.
Brasil
faz-se representar pela secretária de Estado e Portugal pela Embaixadora
acreditada em São Tomé e Príncipe.
A
reunião contou ainda com a presença do secretário-geral da Rede de Cooperação
Jurídica e Judiciária dos Países de Língua Portuguesa, representante do
Projecto LEGISPALOP + Timor-Leste, o presidente dos Notariados das Ilhas
Canárias. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
Sem comentários:
Enviar um comentário