No dia 13 de Abril, o Teatro D. Pedro V será palco de um concerto em que as músicas do repertório de Zeca Afonso serão interpretadas pelo guitarrista Pedro Jóia e pelo percussionista José Salgueiro. Organizado pela “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa”, o espectáculo está integrado nas comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos
As
músicas de intervenção política de José Afonso, mais conhecido por Zeca Afonso,
vão preencher um concerto agendado para o Teatro D. Pedro V, no próximo dia 13,
sábado, com interpretação de Pedro Jóia, na guitarra, e José Salgueiro, na
percussão.
A
“Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” (SOMOS – ACLP),
promotora da sessão musical que se insere nas comemorações dos 50 anos da
Revolução de Abril, sublinha que o cantor já falecido “vai para além da força
do seu repertório, com reinterpretações de versões instrumentais de parte da
melhor música portuguesa produzida no último meio século”. Sendo Zeca Afonso
“uma das figuras incontornáveis” da história artística e do processo
revolucionário português, “este concerto homónimo vai ressoar grande parte da
sua obra”, realça a Somos – ACLP, acrescentando que “o mote para este
espectáculo é justamente o disco Zeca, no qual Pedro Jóia transforma as canções
de Zeca Afonso em versões instrumentais”.
A
noite musical do D. Pedro V incluirá ainda a interpretação de temas de outros
grandes nomes da música portuguesa, como o compositor e guitarrista Carlos
Paredes.
O
público poderá ainda ouvir alguns trechos originais compostos por Pedro Jóia,
que foram sendo registados em oito discos ao longo dos últimos 25 anos de
carreira.
O
disco Zeca, editado pela Sony Music e lançado em Maio de 2020, ocupou o
primeiro lugar do Top Português durante várias semanas e foi distinguido em
Junho de 2021 com o Prémio Carlos Paredes pela Sociedade Portuguesa de Autores.
Desde o seu lançamento já correu vários palcos em Portugal e fora do país,
chegando agora a Macau, “para despertar uma ampla gama de emoções apenas com a
linguagem poética dos instrumentos em palco e a evocação de reminiscências e
íntimas reflexões”, destaca o texto da organização.
Dado
tratar-se de uma “fusão de culturas e identidades”, o concerto contará também
com um convidado especial, o instrumentista Fang Teng, concertino da Orquestra
Chinesa de Macau. Vai interpretar obras emblemáticas da cultura musical
portuguesa, “fortalecendo desta forma laços que unem os nossos povos há séculos
e criando um momento de perfeito vínculo musical e cultural”, refere a Somos.
Fang
pontuará as notas da música portuguesa “com a capacidade dramática e
melancólica do erhu”, instrumento tradicional chinês de duas cordas e tocado
com um arco.
Sobre
os instrumentistas lusos que se deslocam a Macau, Pedro Jóia começou a tocar
guitarra aos sete anos de idade na Academia dos Amadores de Música, em Lisboa,
passando aos 15 para o Conservatório Nacional, onde viria a concluir os estudos
de guitarra clássica. Aos 19 apresentou-se a solo e com outras formações
instrumentais. Em 2008 recebeu o Prémio Carlos Paredes com o seu álbum “À
Espera de Armandinho” e recebeu a mesma distinção em 2020 com o álbum Zeca.
José
Salgueiro, por seu turno, tem-se dedicado à bateria e percussão. Estudou na
Academia dos Amadores de Música, Conservatório Nacional, Hot Clube de Portugal
e no Taller de Músics, em Barcelona.
A
sua actividade musical passou por concertos, gravações de discos e espectáculos
de televisão com vários artistas nacionais, tendo participado em workshops
de improvisação, bateria e trompete, em Barcelona e, em Março de 2001, integrou
o Quinteto de Wayne Shorter, num espectáculo inserido na programação de jazz da
Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura. Integrou grupos 3 como Trovante, Cal
Viva, Tim Tim por Tim Tum (mentor e produtor), Gaiteiros de Lisboa, e El Fad
(de José Peixoto), e participou também a solo nas mesmas orquestras de Pedro
Jóia.
Quanto
a Fang Teng, terminou em 2025 o curso no Conservatório de Macau e foi admitido
no Conservatório Central de Música. Foi professor de erhu na Escola de Educação
Contínua do Conservatório Central de Música, convidado da Orquestra Chinesa de
Macau, e actualmente é professor desse instrumento tradicional chinês na Escola
Secundária Hou Kong de Macau.
O
concerto Zeca, que tem apoio e patrocínio do Fundo de Desenvolvimento da
Cultura de Macau, bem como do Instituto Português do Oriente e Consulado Geral
de Portugal em Macau e Hong Kong, começa às 21 horas e terá uma duração de
cerca de 70 minutos sem intervalo. Os bilhetes custam 200 patacas e podem ser
adquiridos através da Macauticket. Vitor Rebelo – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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