O escritor Adelino Timóteo vai lançar, quinta-feira, às 17:00 horas, na Universidade Pedagógica-sede, em Maputo, o livro “Jorge Jardim: o ano do adeus ao Ultramar”.
Com
apresentação de Hélder Nhamaze, trata-se do seu vigésimo quinto livro. Trata-se
uma obra que pretende ser um farol, com material inédito, procurando iluminar
os acontecimentos do pós-25 de Abril de 1974, assim como o episódio trágico de
7 de Setembro, em Lourenço Marques, do mesmo ano.
Focando-se
no Engº Jorge Jardim, o livro oferece um ângulo inédito e distinto de contar
também sobre os derradeiros momentos da luta armada de libertação e os demais
acontecimentos que lhe sucederam, vinculando-o a uma tentativa humana e de
redenção de se acercar à FRELIMO, através do «Programa de Lusaka», com que procurava
evitar a debandada de 250 mil brancos de Moçambique.
Debaixo
da lenda desta personalidade e com informação devidamente contextualizada, o
autor esmiúça os factos, que marcaram o fim do Ultramar português e a
emergência de um novo conflito, debaixo da consigna da guerra fria.
Afamado
como uma das mais ímpares e insignes personalidades da África Austral, purgado
pela Junta de Salvação Nacional, dos capitães de Abril, Jorge Jardim, tratado
como um monstro, esgrime os seus argumentos, mas não consegue impor o seu plano
em cima da mesa, no tratado de Lusaka. Daí resvala-se para um plano secundário
e assiste desencantado o processo dramático e trágico da descolonização desde a
periferia.
“Cinquenta
anos depois, olhando para o pensamento de Jorge Jardim, é possível depreender
que, mais do que votar-lhe ao ostracismo e ao tabu, Jorge Jardim foi um
nacionalista, que pretendeu contribuir com o seu pensar particular, que
mantivesse a dignidade da maioria nativa e dos derrotados, numa harmonia comum,
sem se ferirem uns aos outros”, lê-se ainda na nota de imprensa: “Ao
desenterrar o perfil deste homem complexo, raro, pretensamente anti-racista,
com as suas contradições e partes encantadoras, como todos os seres humanos
comuns, o autor oferece a oportunidade de se esgravatar sobre a documentação e
testemunhos interessantes de uma figura enigmática, esclarecendo sobre os
momentos que mediaram a morte de Eduardo Mondlane, com isto demonstrando que a
história é um processo dinâmico, em permanente construção”.
“Jorge
Jardim: o ano do adeus ao Ultramar” é um eixo em que gravitam as sombras de
muitos factos ocorridos há sensivelmente 50 anos. “A relevância de documentar
com intensidade esse período de ouro da história contemporânea é um serviço à
Nação”, cita-se a sinopse da obra.
“Jorge
Jardim: o ano do adeus ao Ultramar” também será lançado no dia 18 de Abril
corrente, às 17:30, no Centro Cultural Português, na Beira, ainda no dia 20
deste mês, em Quelimane. In “O País” - Moçambique
Sem comentários:
Enviar um comentário