Empresários cabo-verdianos estão a participar, de 21 a 23 de Abril, no Fórum de Macau e Países da Língua Portuguesa para analisar oportunidades, procurar “abrir portas”, e, com os países parceiros, criar estruturas empresariais “fortes e capazes”
A
sexta conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial
entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que está a decorrer entre
domingo e terça-feira, em Macau, inclui um Encontro de Empresários da China e
dos Países de Língua Portuguesa e a assinatura do plano de ação do organismo,
mais conhecido como Fórum de Macau, até 2027.
No
encontro, Cabo Verde pretende “analisar as oportunidades económicas e
comerciais que podem existir com a China e abrir portas para o desenvolvimento
da economia azul e verde”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Comércio de
Sotavento de Cabo Verde, Marcos Rodrigues.
Os
empresários estão a abordar temas como a aceleração da transformação digital,
proporcionando novas dinâmicas do desenvolvimento das indústrias, promoção da
economia verde para o desenvolvimento sustentável seguro ou a plataforma
Sino-Lusófona de Macau, que é uma “porta importante” para debater questões de
desenvolvimento dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP),
disse.
O
empresário sublinhou que a China tem tido um “papel importante” nas parcerias
com os Países de Língua Oficial Portuguesa e que Cabo Verde espera, neste
fórum, poder discutir as necessidades do país e os caminhos pretendidos para o
desenvolvimento. “Há muitos empresários chineses em Cabo Verde que operam no
mercado cabo-verdiano através do comércio, da construção. Tem havido procura
das outras áreas de investimento que nós vimos com bons olhos, que queremos
intensificar e [queremos] que haja investimento da China em grande escala no
país”, disse, salientando que, nesta relação, os empresários também “importam
uma grande parte dos produtos que são comercializados no arquipélago”.
Realçou
ainda que vários parceiros a nível global “têm mostrado interesse enorme” por
Cabo Verde em áreas como o turismo, a economia azul, verde, tecnológica, temas
que os empresários levam na agenda para potencial cooperação.
Marcos
Rodrigues defendeu entendimentos entre as empresas dos Países de Língua
Portuguesa nos diferentes setores para fazerem “parcerias claras e agarrar
grandes projetos” para o seu desenvolvimento. A título de exemplo apontou as
áreas das obras públicas, de importação, logística e das tecnologias.
Para
o empresário, em Cabo Verde ainda não há “um tecido empresarial forte, capaz de
alavancar o almejado desenvolvimento nacional”, pelo que “é preciso trabalhar
seriamente no empoderamento do tecido empresarial nacional e sem qualquer
receio”. “O Governo terá que ter um papel importante em criar condições
excecionais para os empresários nacionais”, referiu, salientando que “um país
não consegue se desenvolver sem empresários ricos, sem visão e estratégias a
nível interno e externo”.
À
margem do Fórum, o presidente da Câmara de Comércio de Sotavento de Cabo Verde
vai reunir-se com delegações de Angola, São Tomé, Portugal, Brasil e
Guiné-Bissau para discutir questões empresariais e visando criar “estruturas
empresariais fortes e capazes” de responder ao desenvolvimento comum.
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