Quem o diz é presidente da Associação Comercial Internacional para os Mercados Lusófonos, Eduardo Ambrósio. O empresário macaense disse depositar esperanças no diplomata chinês Ji Xianzheng, que tomou posse como novo secretário-geral do Fórum de Macau
O
presidente da Associação Comercial Internacional para os Mercados Lusófonos
(ACIML), Eduardo Ambrósio, disse, na passada sexta-feira, que a crise económica
tem encorajado mais chineses a aprender português em Macau.
A
ACIML abriu na passada quinta-feira as candidaturas ao primeiro curso de
português para negócios em 2022, em parceria com o Centro de Produtividade e
Transferência de Tecnologia de Macau.
Só
nos primeiros sete meses de 2021, cerca de 200 pessoas inscreveram-se em cursos
de português organizados pela ACIML, referiu a secretária-geral da associação,
Latonya Leong Wai Meng, citada pela imprensa local de língua chinesa.
Eduardo
Ambrósio afirmou que os cursos têm atraído trabalhadores do sector financeiro,
empresários dedicados ao comércio internacional e advogados, assim com alguns
jovens que terminaram recentemente cursos universitários.
A
crise na maior indústria do jogo, fez com que seja agora “muito mais difícil”
encontrar um emprego na cidade chinesa, lamentou.
A
taxa de desemprego subiu de 1,7% no final de 2019, antes do início da pandemia
de Covid-19, atingiu os 2,8% em Novembro, sendo que as empresas locais
despediram ainda quase 26 mil trabalhadores não residentes.
A
economia de Macau contraiu-se 56,3% em 2020 e ainda não regressou aos níveis
registados antes da pandemia, com as receitas dos casinos em 2021 a mostrarem
uma descida de quase 70% em comparação com 2019. “Há pessoas que estavam a
trabalhar nos casinos, mas estão a mudar de ramo e querem saber português para
fazer negócios com os países de língua portuguesa”, explicou Eduardo Ambrósio.
Há
oportunidades tanto na importação de produtos, “principalmente do Brasil e
Portugal”, como na exportação para países como Angola e Moçambique, defendeu o
empresário.
Mais
de duas mil pessoas já frequentaram os cursos da ACIML, que começaram em 2006,
acrescentou Eduardo Ambrósio.
O
Governo de Macau tem defendido uma aposta num papel de serviços comerciais e
financeiros entre a China e os países de língua portuguesa para diversificar a
economia da cidade. “Não vejo onde é que estão a apoiar quem faz este
trabalho”, disse Eduardo Ambrósio. “O que tem sido feito é muito pouco”,
lamentou.
O
empresário assumiu ainda depositar esperanças no diplomata chinês Ji Xianzheng,
que tomou posse em 10 de Janeiro como novo secretário-geral do Fórum para a
Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua
Portuguesa, lugar que estava por preencher há mais de um ano. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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