A tempestade tropical Ana passou para categoria de depressão tropical. A chefe da ONU no país fala de necessidade de ajuda internacional para enfrentar crise que deixou pelo menos oito mortos e dezenas de feridos
Até
esta quarta-feira, Moçambique registou oito mortes devido à passagem da
tempestade tropical Ana.
A
agora depressão tropical atingiu a costa da província de Nampula, na
segunda-feira, antes de seguir para o oeste, afetando o norte das províncias da
Zambézia e sul de Tete.
Salvamento
A
representante das Nações Unidas em Moçambique explicou que as cheias são
extensas nas áreas afetadas. Falando à ONU News, de Maputo, Myrtha Kaulard contou
que “rios transbordaram com força de correntes devastadoras”.
Destacou
que com as estradas e pontes destruídas, essas condições limitam a
possibilidade de se avaliar os danos e os esforços de busca e salvamento no
momento.
“Como
Nações Unidas, estamos presentes em todas as províncias afetadas pela
tempestade tropical Ana. Estamos a trabalhar de maneira conjunta e muito forte
com as autoridades locais e com o Instituto Nacional de Gestão de Desastres. Eu
gostaria de dizer que as instituições moçambicanas estão muito bem preparadas.
Estão muito presentes e temos estoques.”
Pelo
menos 4 mil pessoas foram afetadas pela tempestade, 66 ficaram feridas e 650
casas sofreram danos, incluindo um centro de saúde e salas de aula.
Eventos
A
coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique disse também que é
preciso ter em conta que o momento é de incidência destes episódios.
“As
Nações Unidas também estão extremadamente preocupadas. Este é o primeiro evento
desta época de ciclones, mas sabemos como Moçambique é um dos países mais
vulneráveis aos problemas climáticos que podem ser devastadores e que acontecem
em cada ano. Este ciclo anual está tão breve que as populações não têm tempo
para recuperar e acumulam a vulnerabilidade. Em Moçambique a vulnerabilidade é
extrema. Ainda que agora estamos a dar ajuda humanitária, ao mesmo tempo vemos
como é absolutamente importante investir na redução do risco dos desastres
naturais ao fortalecer a resiliência em Moçambique”.
A
tempestade Ana teve ventos de até 100km/h e chuvas de até 200 milímetros por
dia. As províncias de Sofala, Niassa e Cabo Delgado foram afetadas em menor
escala.
Kaulard
destacou que “definitivamente, Moçambique precisa de ajuda internacional para
enfrentar esta crise adicional.”
Em
apoio às autoridades locais, a ONU atua com parceiros humanitários em questões
como a provisão de reservas humanitárias que são atualmente limitadas no país. ONU
News – Nações Unidas
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