Cidade
da Praia – O presidente da Fundação Amílcar Cabral (FAC) defende que o percurso
de Amílcar Cabral deve servir como inspiração para as novas gerações, mas
acredita que actualmente há mais interesse por parte dos jovens sobre esta
matéria.
Pedro
Pires defendeu essa ideia em declarações à Inforpress, no âmbito do 20 de
Janeiro, Dia dos Heróis Nacionais, data que assinala a morte de Amílcar Cabral,
em 1973, tendo afirmado que as novas gerações devem fazer um esforço para
conhecer a obra de Amílcar Cabral, conhecer a história dessa personalidade que
“deu tudo o que tinha a favor da libertação do país, inclusive, a própria vida”.
“Não
se pode dar mais do que a vida. Quem dá a vida dá tudo. É por causa disso que
merece o nosso reconhecimento e é importante conhecer o percurso de Amílcar
Cabral, como inspiração para as novas gerações”, disse, considerando que o
papel de preservação da memória é importante, porque “quem não tem história não
existe” e o “povo que não tem história não tem futuro”.
No
entender de Pedro Pires, que é também combatente da liberdade da Pátria e
antigo Presidente da República, vive-se “um tempo muito complicado” e são
precisos “ideias e exemplos de figuras inspiradoras” e, neste aspecto, entende
que conhecer Amílcar Cabral, analisar, avaliar e valorizar a sua dádiva pessoal
para a libertação nacional “é importante”.
Pedro
Pires é de opinião que “hoje há muito mais interesse no conhecimento de Amílcar
Cabral”, do seu percurso e da sua acção, já que “não é uma questão
cabo-verdiana”, lembrando que há algum tempo estiveram reunidos a analisar este
assunto, numa “grande conferência sobre Amílcar Cabral”.
“Não
acreditamos que o que estamos a fazer esteja perfeito, mas procuramos aperfeiçoá-lo
todos os dias. Penso que a visão da vida das novas gerações deve ser neste
sentido. Como é que vamos melhorar o que já temos? A questão é essa, o desafio
é esse, mesmo em relação ao nosso país, como é que vamos melhorar o que já
temos e precisamos de melhorar o que já temos”, frisou.
A
FAC tem como objecto a preservação da obra e da memória de Amílcar Cabral,
tendo, neste aspecto, já editado tudo que encontrou como trabalho escrito de
Amílcar Cabral, mas Pedro Pires defende que para além disso, a obra de Amílcar
Cabral não se resume aos escritos, porque há partes importantes que têm a ver
com a visão desenvolvida na direcção da luta pela libertação nacional.
Um
dos principais propósitos da Fundação Amílcar Cabral é manter viva a memória e
os ensinamentos do seu patrono e dos combatentes que dedicaram a sua juventude
à causa da luta de libertação e da independência nacional.
Mais
do que uma data para celebrar, 20 de Janeiro, dia dos Heróis Nacionais, segundo
a FAC, deve constituir um momento de partilha entre gerações, de reflexão sobre
os princípios e valores que guiaram os combatentes “que souberam viver a sua
época”.
Enquadrado
no programa alargado de celebração do centenário do patrono da fundação, que se
celebra em Setembro de 2024 e no processo de candidatura do legado documental
escrito de Amílcar Cabral à Memória-Mundo da Unesco e considerando a
importância transversal do seu legado humanista, cultural, ético, político,
filosófico e estratégico, a FAC convida os jovens, as instituições de ensino
superior e de investigação, os estudiosos e investigadores a abraçarem esta
causa.
Devido
ao contexto pandémico da covid-19, a FAC não realiza este ano o programa
descentralizado de celebração do Dia dos Heróis Nacionais, mas para marcar o 20
de Janeiro, associa-se a escolas e a outras entidades como associações juvenis
na promoção de um dialogo inter-geracional, através de conversas abertas com
alunos do ensino secundário e jovens em geral, bem como em actividades diversas
de celebração do Dia dos Heróis Nacionais. In “
Inforpress” – Cabo Verde
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