O centro de incubação de jovens empreendedores “AHA” é um dos projectos recomendados pelo Governo da RAEM para ser estabelecido na Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin. O fundador e director do centro, David Cheng, considera que as políticas lançadas sobre a nova zona em Hengqin são “óptimas”, enaltecendo que “agora é a hora de começar” a explorar este novo espaço
Numa
reunião de pequeno-almoço organizada ontem pela Associação Comercial
França-Macau (FMCC), a entidade convidou David Cheng, fundador e director do
centro de incubação de jovens empreendedores “AHA”, para partilhar a sua
observação sobre as políticas impostas relativas à Zona de Cooperação
Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin.
Com
mais de dois anos de experiência a desempenhar a função de fortalecer o
empreendedorismo e ajudar na criação de mais de 100 empresas em Hengqin, sendo
que 65 delas são empreendimentos de Macau, David Cheng admitiu a importância da
construção da zona aprofundada de Hengqin no sentido de resolver problemas
existentes no território ao longo do tempo, inclusivamente escassez de terrenos
e recursos humanos, e dependência do sector de jogo.
Lembrando
que o plano geral para a construção de uma zona de cooperação aprofundada entre
Guangdong e Macau em Hengqin foi lançado pelas autoridades chinesas no segundo
semestre do ano passado, definindo “a posição estratégica da zona como a nova
plataforma para promover a diversificação moderada da economia de Macau, o novo
modelo para enriquecer a prática do princípio ‘Um Pais Dois Sistema’, bem como
um novo terreno para a construção da Grande Área da Baía Guangdong-Hong
Kong-Macau”. Ao abrigo do enquadramento, as cooperações entre Macau e Hengqin
estão a ser reforçadas, segundo a observação de David Cheng, sobretudo em
quatro vertentes: pessoas, produtos, capital e informação.
Sobre
o conceito de pessoas, após a aplicação do modelo de liberalização da “primeira
linha” e controlo da “segunda linha”, as movimentações de pessoas e veículos
poderão ser livres, beneficiando assim o emprego e o abastecimento. Quanto ao
produto, com a política de isenção de impostos, as comerciantes do território
podem abraçar o mercado de grande dimensão do interior da China. Relativamente
ao capital, as fontes de financiamento transfronteiriças irão sofrer cada vez
menos restringimentos. Para informação, as restrições impostas pela
regulamentação da rede da China serão removidas, o acesso de Internet em
Hengqin será igual ao de Macau no futuro, referiu empresário que possui mais de
10 anos de experiência no domínio financeiro.
David
Cheng salientou que o novo sistema de integração e as políticas actuais,
inclusivamente, as medidas provisórias para apoiar a empregabilidade de
residentes de Macau em Henqing, políticas preferenciais para fiscalidade,
medidas especiais para incentivar as empresas a emitir títulos corporativos em
Macau, facilitam essencialmente a interligação e interconexão entre Macau e
Hengqin.
O
especialista apontou que os residentes de Macau que trabalham em Hengqin, seja
em tempo integral ou em emprego flexível, seja trabalhador independente como
quadros técnico-profissionais ou proprietário de uma empresa, vão ter direito a
subsídios. O especialista apontou que com esta medida, face à incerteza do
ambiente de trabalho, haverá menos risco para a população de Macau.
No
que diz respeito à fiscalidade, David Cheng afirmou que os assuntos fiscais no
âmbito da execução de negócios em Macau são “claros e fáceis”, já que só é
preciso pagar 12% da contribuição industrial por ano. No entanto, na China
normalmente paga-se 25%, mais impostos. Agora com as políticas preferenciais
para fiscalidade, as empresas estabelecidas em Hengqin que encaixam nas quatro
indústrias privilegiadas, designadamente a de investigação e desenvolvimento
científico e tecnológico e da indústria manufactureira de alto nível; a de
medicina tradicional chinesa; cultural e turística, de convenções e exposições
e de comércio, e financeira moderna, podem aproveitar uma taxa de imposto
extraordinário de 15%.
No
que toca à área financeira, David Cheng acredita que, quando a bolsa de valores
de Macau estiver estabelecida, articulando-se com o desenvolvimento do mercado
de obrigações, irá abrir-se uma nova porta para as instituições financeiras de
Macau. “Previamente muitas empresas chinesas emitiram títulos de obrigação em
Hong Kong e Singapura, e agora Macau pode ser uma alternativa atraente para
eles, já que a taxa de juro é significativamente mais baixa em Macau”, explicou
David Cheng. Além disso, com as medidas especiais lançadas para incentivar as
empresas a emitir títulos corporativos em Macau, as empresas em Hengqin que
emitiram obrigações em Macau podem desfrutar de apoio financeiro de 0,8%, sem
exceder 5 milhões de renmibis, de fundos arrecadados da emissão das obrigações,
e assim o mercado financeiro de Macau vai tornar-se ainda mais desejável,
acredita especialista.
Após
uma apresentação abrangente sobre as políticas vigentes em Hengqin, David Cheng
resumiu que “agora é a hora de começar, a observar o mercado e apanhar as
óptimas políticas. Devemos colocar os nossos pés em Hengqin já, para ser a
primeira pessoa ou primeiro grupo de pessoa que aproveita os benefícios e
explora as oportunidades. E aí, podemos ver o que pode ser beneficiado, seja
aumentar as nossas receitas, seja alargar as linhas de negócio ou reduzir
custos de operação”.
David
Cheng sublinhou que é vantajoso as marcas de Macau abrirem a sua primeira loja
em Macau, assinalando a importância de ser o pioneiro neste novo mercado. “Ser
a primeira loja é atraente no mercado da China, já que existem imensas marcas
da franchising na China todas à volta do país, e todas as lojas destas marcas
são homogéneas, sem grande diversificação. Se trouxermos marcas de Macau para
Hengqin, os turistas vindos de toda a China vão gostar de ver e aproveitar os
serviços e produtos de Macau, porque são novas para eles, não os encontram em
lado nenhum do país”, frisou o empresário. Dinis Chan – Macau in “Ponto
Final”
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