Bissau
– A Liga Guineense dos Direitos Humanos
denunciou, numa nota, alegadas ameaças contra a integridade física do padre
Augusto Mutna Tambá, que criticou o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló.
“A
Liga Guineense dos Direitos Humanos registou com bastante apreensão a denúncia
do reverendo padre Augusto Mutna Tamba, dando conta de ameaça de que tem sido
alvo na sequência da reacção às declarações da sua Excelência Senhor Presidente
da República Umaro Sissoco Embaló ao reverendíssimo bispo de Bissau Dom Lampra
Cá de forma desrespeitadora e muito pouco responsável”, lê-se na nota hoje
enviada à Lusa.
Fontes
da igreja católica explicaram à Lusa que o padre, coordenador da comissão da
Associação do Clero Diocesano da Guiné-Bissau, tem sido alvo de ameaças de
morte desde o dia em que publicou uma nota de repúdio às declarações do
Presidente.
Augusto
Mutna Tambá criticou as declarações de Umaro Sissoco Embaló, que convidou o
bispo a entrar para um partido político em reacção às palavras que este
proferiu à saída de uma audiência com o primeiro-ministro, Nuno Nabiam,
juntamente com outros líderes religiosos.
O
chefe de Estado referiu que o lugar dos religiosos é nos seus locais de culto e
que enquanto for Presidente da Guiné-Bissau estes não terão lugar no Palácio da
República.
Para
a Liga dos Direitos Humanos, a Guiné-Bissau é um país com diversidade onde,
realça, existe a tolerância e o diálogo inter-religioso, que serve de exemplo
para “muitos países de África”.
“A
conduta dos autores dessas ameaças contrasta com a forma como a fé é professada
pelas diferentes congregações religiosas que constituem o complexo tecido
social deste país”, defendeu a Liga na sua nota.
A
Liga Guineense dos Direitos Humanos considera ainda que em democracia “nada
obsta” que os líderes religiosos, “enquanto reserva moral e fonte de inspiração
espiritual”, chamem a atenção à classe política.
A
Liga pede ao Ministério Público a abertura urgente de um inquérito para apurar
quem são os autores das ameaças contra o padre Mutna Tambá, a quem manifesta
solidariedade, bem como ao bispo de Bissau e à própria igreja católica
guineense. In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”
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